25/12/2013

Cúmulo da popularidade:

Há-de chegar o ano em que não és convidada para nenhum jantar de Natal.
Este é o ano. 

24/12/2013

Bom Natal

Não me lembro quando é que deixei de gostar do Natal. Lembro-me de olhar pela janela daquele 8º andar em Loures e ver os meus tios a trazerem os presentes do carro, em vez de ver o Pai Natal com as renas. Lembro-me de deixar de passar o Natal com a família materna, mas não sei porquê. Lembro-me de receber sempre muito menos presentes que as minhas primas, mas receber sempre dos meus pais o que tinha pedido. Excepto a mota: nunca recebi a mota. Lembro-me de me ter zangado definitivamente com Deus e deixar de ver o Natal como um recomeço e uma esperança, mas apenas como uma reunião de família. Como um casamento ou um baptizado. 
Depois o meu Avô parte em vésperas do Natal. E a família assim desmebrada ficou marcada por Dezembro para sempre. Ainda assim, reunia-se sempre. E foi crescendo: cada vez mais mulheres à frente de uma matriarca que sempre fez de tudo para que não faltasse um único pormenor naquela mesa. Excepto o bacalhau cozido, porque havia quem preferisse com natas. E eu, cozido, sempre cozido. 
Percebia o nervoso miudinho em vésperas de Natal, a obrigação da troca de presentes, a necessidade de dar qualquer coisa em deterimento da solidariedade com aqueles que menos têm, as lojas cheias, as pessoas malucas, o trânsito infernal e comecei a pensar que, qualquer dia, adormeço no dia 20 e só acordo no ano seguinte. 
Tive esperança que isto passasse com os filhos e desde 2009 que há uma árvore de Natal na minha casa, enfeites à porta e luzes a piscar. Comecei a comprar presentes só para as crianças e a fazer os presentes dos adultos: biscoitos, compotas, licores (obrigada, Bimby). Mas a loucura fora de casa continua e, invariavelmente, nos últimos 10 dias passei a demorar uma hora para chegar a casa.
Já vou no segundo filho e continuo a odiar o Natal. 

Não me levem a mal: adoro a reunião familiar, a consoada, a alegria e a excitação na cara dos mais novos. Mas odeio tudo o resto. E tendo a odiar cada vez mais. 
Acordem-me em 2014, sim?

21/12/2013

Na alcofa





10 meses. E a revelar um feitio lixado uma personalidade cada vez mais forte. Todos os dias mostra que não é como nós queremos, mas como ele quer. E eu, todos os dias, várias vezes por dia, a mostrar o contrário. Continua a comer bem, gosta de provar coisas novas, nunca diz que não a comida. Adora música, dançar, quando deitado já consegue sentar-se sozinho mas continua a rastejar. Desde que aprendeu a dança das Galinhas Doidas (graças a uns longos 20 minutos fechados no elevador às escuras), não faz outra coisa: sempre aquele dedo espetado a bater na palma da mão. As brincadeiras com o mano são cada vez mais regulares e divertidas. Tirando esta parte gira, está cada vez mais cansativo. 

(Está cada vez mais difícil divulgar este desafio a horas... Peço desculpa, mais uma vez, pelo atraso. E também pela qualidade da foto, que está uma desgraça.)

16/12/2013

20 anos

Já se passaram 20 anos.
Sei que não fomos muito chegados, porque a distância impôs as regras. Ao ver esta tela branca quero escrever aquilo que foste para mim mas não consigo encontrar nenhuma definição. 
Eras o Pai do meu Pai, o olhar claro e profundo, o homem sentado no cadeirão à espera que alguma neta lhe pedisse colo. E eu pedia. Pedia sempre.
Eras a figura à cabeceira da mesa todos os Natais, o primeiro a aplaudir os nossos teatros, aquele que nunca faltava à missa do Galo.
Eras o Avô sério com humor genial, que conseguias pôr toda a gente a rir sem alterares a tua expressão. E eu muito pequena não percebia como é que com o teu ar grave e sério desmanchavas tanta gente.
Hoje, faz 20 anos que partiste. E hoje a saudade bateu forte. E passei o dia a pensar em ti.
Hoje, gostava de encontrar uma definição para a pessoa que foste na minha vida. E não consigo.

Desculpa. Só consigo pensar na palavra saudade.

05/12/2013

Da sensibilidade (ou falta dela)

Ao jantar, os quatro à mesa, aproveitamos para falar do Natal e do Pai Natal que vem da Lapónia distribuir presentes aos meninos que se portam bem. Que na Lapónia faz muito frio e neva muito. Que o Pai Natal anda de trenó puxado por renas e tem muitos ajudantes.
Explicada a parte bonita da cena, que incluía uma lareira gigante para aquecer todos aqueles duendes, chá e bolinhos antes de eles dormirem e uma colcha quentinha tricotada pela Mãe Natal, disse ao António que tinha tido uma boa ideia:

- Podíamos escolher uns brinquedos teus que já não usas porque estás crescido, pôr todo num saco e dar a outros meninos.

- Oh, porquê?

- Porque há meninos que não têm presentes no Natal mesmo quando se portam bem.

- Não? Porquê?

- Alguns, nem sequer têm casa onde o Pai Natal pode passar...

          (o puto começa a mudar o semblante)

- ... e não têm sapatinhos...

          (cai uma lágrima)

- ... esses meninos não têm nunca brinquedos novos e não têm um quarto de brincar como o nosso e às vezes nem sequer têm jantar assim como nós.

E começa o berreiro com lágrimas a cair aos pares e a cara de infeliz que dá dó. Eu e o Pai trocamos olhares enternecidos "tão bom e sensível que é o nosso mais velho", achando que acabamos de mudar uma criança e estamos a tomar o primeiro passo para o  transformar num Homem melhor, com H grande. "Bom trabalho, marido", "bom trabalho, mulher", eram essas as palavras nos nossos olhos.
Até ouvirmos:

- MAS EU NÃO QUERO DAR OS MEUS BRINQUEDOS!!!

...

...

...

04/12/2013

Give away

Se isto fosse um blog a sério, daqueles com patrocínios e marcas em todo o lado e a fervilhar coisas fashion, tinha preparado um give away ou um passatempo que incluiria prémios como produtos de maquilhagem, pacotes de fraldas ou entradas no Kidzania. Tudo para comemorar em grande e como deve ser o 10º aniversário da Casca.
Mas isto é um blog pelintra que não tem nada para dar. Quanto muito tem para vender...

Muito obrigada pelas mensagens que me têm deixado por aqui, pelo Facebook, por sms, whatsapp e afins. É muito bom saber-vos desse lado. A Casca também são vocês todos, cada um do seu jeito especial de partilhar os meus dias.
Obrigada!

10 anos

Não sou muito de comemorar efemérides. É muito comum esquecer-me de aniversários importantes. Datas que marcam... não me marcam: marcam-me pessoas, acontecimentos, cheiros, imagens. As datas, pouco me importam.
Mas passaram-se 10 anos desde este post. O primeiro. E 10 anos é muito ano. Olhar para trás e ver tudo o que aconteceu neste período de tempo é um exercício engraçado mas remexer no histórico do blog abriria algumas feridas que há muito estão saradas e não vale a pena fazê-lo.
Gosto, sim, de pensar nas pessoas que se cruzaram comigo por causa da Casca (algumas ainda se mantém), gosto de perceber que isto nunca deixou de ser o meu cantinho preferido, gosto de nunca ter desistido (apesar de ter ameaçado), gosto de tudo o que partilhei. 
Às vezes, penso que gostava de ser parte mais integrante da blogosfera, mais popular, já que por aqui ando há tanto tempo (éramos tão poucos!!) mas sei que a linha editorial da Casca não é nem nunca será interessante para as massas. Nunca quis escrever coisas que considero banais só para encher chouriços. Nunca foi esse o propósito e nem tenho tempo para isso. Já segui muitos blogs e já desisti de os seguir precisamente por achar que não havia mais valia que pudesse tirar dali (btw, está na hora de fazer uma limpeza ao Feedly). Escrevo apenas aquilo que acho que merece ser partilhado, que eu quero ler no futuro, aquilo que eu quero guardar porque a memória vai perder, com certeza. Se passei a ferro ou não, se vesti azul com amarelo, se comi um pastel de nata inesquecível, isso não interessa para ninguém. Acho eu.
Há quatro anos, tonou-se um baby blog. Ou mais um mummy blog. Nunca prometi que não iria ser assim, até porque acho inevitável. Afinal, a Casca é a minha vida e a maternidade também! Todos os dias penso "é desta que vou escrever todos os dias", mas o corre-corre e a rotina fazem os dias todos iguais e, lá está: não queremos encher chouriços. 
Há ainda muita coisa que não vem para aqui. Algumas ficam nos meus cadernos outras apenas entaladas na garganta. Há lágrimas que não são publicadas, há conquistas guardadas, há vitórias saboreadas a solo. E há as coisas que ponho aqui. Que quero que vocês vivam comigo, que quero partilhar, que quero lembrar no futuro, que quero que os meus filhos saibam e que nunca esqueçam. E isso é a Casca. Tudo o que ponho na Casca sou eu mas eu não sou só a Casca. Sou também a Susana que alguns de vocês vêem todos os dias, uma Mãe descontraída, uma péssima dona de casa, uma mulher que faz os possíveis para ser feliz.

Parabéns a mim!

28/11/2013

O terceiro filho.

Muito se diz sobre os segundos e terceiros (e por aí adiante) filhos. A minha "história" preferida é a que diz que quando o primeiro filho engole uma moeda, vai tudo a correr para o hospital; quando o segundo filho engole uma moeda, olha-se para o bacio e espera-se que saia. Quando o terceiro filho engole a moeda, desconta-se na mesada. 
Não sei se isto acontece com todas as Mães, mas nesta terceira gravidez já perdi a conta das semanas, nunca senti o bebé e a maior parte das vezes esqueço-me que estou grávida. Se não fossem as pessoas do dia-a-dia a perguntarem como é que "nós" estamos, esta gravidez passava-me mesmo despercebida.
E se na maior parte do tempo isto é uma vantagem, porque tenho tanta coisa para fazer que não posso perder tempo a ler livros e sites sobre o tamanho do bebé e os sintomas da Mãe em cada semana, às vezes gostava de conseguir parar para reflectir e apreciar esta gravidez. 
A bem da verdade, eu páro! Mas quando páro, adormeço. 

20/11/2013

Ser Tia é ser especial.

Podia vir aqui com uma daquelas frases feitas sobre como é ser Tia, mas isso não seria especial.
Vou ser Tia. Já sou Tia do coração dos sobrinhos mais fofos do mundo mas desta vez é de verdade. Vou ser daquelas Tias irmãs do Pai, sabem? E isto é tão especial por tantas razões. 
A primeira, e a mais especial, é que nunca imaginei o meu irmão com filhos. Era daquelas coisas que não ia acontecer. Ponto. A segunda, é ser uma menina: já se sabe que esta que vocês lêem só sabe fazer rapazes e uma menina vai encher as nossas vidas de cor-de-rosa, de Hello Kittys Minnies e de laçarotes no cabelo. A terceira razão, é porque esta sobrinha de sangue, ainda antes de chegar, já me deu uma outra sobrinha de coração que tem o sorriso mais bonito e as bochechas mais apetitosas do mundo.
Mas há mais: a Maria (assim se chama) vai chegar praticamente ao mesmo tempo que o nosso Joaquim e vem viver (se tudo correr bem) para bem pertinho dos Tios e dos Primos. E eu, que adoro famílias grandes, casas cheias de crianças e uma boa confusão, já estou em pulgas para os ver todos juntos.
Esperamos ansiosamente pelas nossas meninas. Que este inverno passe bem depressa porque a primavera adivinha-se cor-de-rosa!



Imagem googlada.

19/11/2013

Eu digo-te porquê...

3h17m.
Estou no sono mais profundo. Sinto uma mão pequenina na minha cara e um sussurro:

- Mamã!
- Sim...
- Porque é que... porque é que... porque é que...

(ele às vezes gagueja)

- ... porque é que... porque é que...
- Aaaai!!
- Porque é que acordamos?

...

...

...

18/11/2013

Os meus filhos são horríveis

Depois há aqueles dias em que o mais velho não fala sem chorar, o do meio só se cala no colo, a pilha de roupa para passar chega até ao tecto, há brinquedos espalhados pela casa toda e a cabeça parece explodir de tanta dor. Nesses dias, e depois de ver um pé [de 9 meses acabado de sair do banho envolto num pijama branco lavado, passado e perfumado] dentro da sopa, só apetece fugir. 
Largar tudo e fugir. 

Os meus filhos são os melhores

Há dias bons. Normalmente, os dias são fantásticos. Mesmo quando não apetece acordar de manhã ou ir trabalhar, mesmo quando não há forças sequer para tomar um banho. Nesses dias, basta esperar que os miúdos acordem. Depois, é só olhar para aqueles sorrisos, ouvir um "mamãzica princesa cinderela", receber os abraços, os beijinhos cheios de baba e passa tudo. 
A partir daí, os dias são fantásticos.

09/11/2013

Na alcofa





9 meses!!! 9 kg (muito pesados, btw). Estava aqui a pensar no que escrever sobre este filho quando me lembrei que já há outro a caminho e que em breve este deixa de ser O bebé da casa.
Continua a comer bem e de tudo, e descobriu o pepino que adorou. Adora fruta e sopa com peixe mas se lhe pusermos uma bolacha Maria na mão, não dura nem um minuto. Ainda não aprendeu que gatinhar é que é bom e continua a rastejar. Faz hi5, dá turrinhas, dorme bem, adora a escola e já foi ao cabeleireiro. Quando ouve música abana a cabeça e está viciado em colo da Mãe. O mesmo colo que já tem uma barriga de 4 meses e que não aguenta muito peso. Enfim... wish me luck!

30/10/2013

Quando é que eu morro?

A pergunta foi feita assim de chofre, sem rede, sem preparação nenhuma. Nunca pensei que surgisse tão cedo: quatro anos, minha gente, acabados de fazer! Preparados para adormecer, a cabeça só devia ter coisas bonitas para criar sonhos bonitos e noites descansadas. Como raio foi aparecer esta pergunta?

- Mamã, quando é que eu morro?

E eu, sem perceber se ele sabia o que estava a perguntar, estava com medo de dar mais informação do que aquela que ele estava a pedir ou estava preparado para ouvir. 

- O que é morrer, António?
- É o que os peixes fazem quando ficam fora de água. Tu vais morrer?
- Vou.
- E o Papá?
- Também?
- E a Manu? E o Avô? E a Dadá? E a Vovó Paula?...
- Vamos todos morrer, sim. Mas ainda falta muuuuuuuito tempo!

Optei por dizer a verdade, apesar de não ter o dom da adivinhação e não saber exactamente quando é que vamos todos quinar. Achei melhor não especificar mais nada lembrando da regra de ouro: não responder mais do que é perguntado.

- E quando eu morrer, vou partido?
- Hã??
- Como os peixes! Vou partido?
- Não: vais inteirinho. Queres beber um copo de leite antes de dormir? Vou já aquecer.

Lição a aprender: não levar o mais velho à peixaria nos próximos tempos.

28/10/2013

Imaginação fértil

Ter um filho com imaginação fértil é perguntar-lhe o que fez na escola e ter respostas deste género:

"Fomos passear de autocarro com os amigos, subimos a umas árvores azuis que dão bolachas de chocolate. O Manu comeu só uma porque está muito gordo. Eu comi três."

"Nada. Nem jogos de chão, nem matemática, nem a experiência do feijão dentro do copo, nem fui ao recreio. Hoje não fiz na-da!"

27/10/2013

As pulseirinhas

A propósito deste post, lembrei-me desta história.

O meu filho mais velho gosta de tirar bolas naquelas máquinas irritantes que só nos fazem gastar dinheiro. Só está autorizado a tirar uma bola aos domingos, se o balanço da semana for positivo e se se tiver portado bem. Há uns domingos atrás, fui trabalhar e deixei-o na casa dos Avós. Na tentativa de incutir algum sentido de responsabilidade, dei-lhe uma moeda de 1€ e disse-lhe que podia escolher a bola quando fosse ao café com o Avô. Não largou mais a moeda, mesmo depois de lhe dizermos que podia pôr no bolso até sair de casa. Estava numa excitação que só vê-lo! Comecei a pensar que, se ele reagia assim com a primeira moeda de 1€ que ganhava, talvez fosse bom dar-lhe calmantes quando começasse a trabalhar.
A partir daqui, só conto o que me contaram.
Foram então ao café e o António pôde escolher a máquina das bolas. A escolha era alargada e foi muito pensada e ele lá se resolveu por uma delas. Momentos seguiram de cortar a respiração: a colocação da moeda na ranhura, o girar da alavanca, o compasso de espera e, finalmente e em apogeu, a caída da bola nas mãos da criança. Um excitex total!
Como de costume, levaram a bola para casa onde ia ser aberta em outro momento solene. Normalmente, os brinquedos que estão dentro são pequenos e para não perder são sempre abertas em casa. Quer dizer que o puto ainda teve de esperar 15 longos minutos pelo caminho até casa dos Avós em passo passeio, com a bola na mão e o ar orgulhoso. Gabo-lhe a paciência.
Chegados a casa, abrem a bola e no lugar de um Faísca McQueen ou qualquer outro carro de corrida (ou avião ou escavadora ou whatever), estava uma bonita e vistosa pulseira cor de rosa. O desgosto foi tanto, que o Avô ao ver o neto inconsolável, lhe prometeu outra bola depois do almoço (contrariando as minhas regras, mas é para isso que servem os Avós, certo?).
Quando fui buscá-lo, ele estava a brincar com uma cobra preta de borracha e eu perguntei se tinha sido aquele o brinquedo da bola. Ele foi buscar a pulseira e disse:
- Não! A cobra é de meninos. A bola tinha uma pulseira de princesas para a Mamã que é princesa. 
E foi buscar a pulseira e pôs-me no braço.
Agora, esta é a pulseira que o meu filho mais velho tão ansiosamente aguardou mas não se deixou abater pela desilusão, arranjado-lhe logo um bom destino. E eu, dificilmente terei coragem de a tirar do meu braço.

23/10/2013

Aqui também se fala de coisas sérias (mas só um bocadinho).

Normalmente, ponho gasóleo na Galp. E escolho a Galp por duas questões muito simples: porque é muito perto de casa e porque tenho um cartão Galp Frota que me dá um desconto de alguns cêntimos por litro. 
Normalmente também, ponho gasóleo até encher o depósito: quando aquela ceninha da mangueira estala é porque já está cheio, carrego mais uma ou duas vezes para acertar a conta, passo o cartão e já está. No final do mês nem confirmo se as contas estão certas porque tenho mais ou menos a noção de quanto gastei, de quantos depósitos enchi. 
É talvez importante referir que o mau carro faz, no mínimo, 40km por dia e por isso não gastamos assim tão pouco dinheiro em gasóleo.
Ora, nos últimos meses, chamada a atenção pelo meu marido, comecei a conferir também a quantidade de litros que ponho e os litros que eu gasto (há um botão no meu carro que se põe a zero quando enchemos o depósito, não pensem que sou eu que faço as contas á la pata!!). Acabamos, invariavelmente, por encher com 47 litros e o carro, invariavelmente, gasta 43 litros. Mais coisa menos coisa, há sempre uma diferença de sensivelmente 5 litros. Isto em euros é mais que 7. Multiplicando pela quantidade de quilómetros que fazemos diariamente, é uma renda.
Já falamos com os caixas das bombas e "ah e tal que está certificado e coiso". 
Mas isto não acontece só na Galp que está perto da minha casa: tem acontecido em todas as Galp a que vamos, já tentamos a BP, a Prio e uma outra que nem sequer me lembro do nome, que faz uns descontos porreiros aos domingos e, quando calha lá passar, aproveitamos. Ha sempre diferenças em todas.
Com certeza não seremos os únicos a reparar nisto e por isso peço a vossa ajuda, pessoal que lê este apelo, para fazer a mesma verificação e para me dizer qualquer coisa. Pode ser nos comentários do post ou mesmo ali no facebook. É que se formos muitos valerá a pena chamar a atenção da Deco, se é que alguém já não chamou e eu não soube pesquisar o tema.
Agradecida.

20/10/2013

Na alcofa






Outra vez com atraso, por questões técnicas.
Não podemos dizer que o pequeno já gatinha, porque o verbo certo seria rastejar, mas eu acredito que é uma fase transitória e que do arrastar da barriga para o apoio nos joelhos seja um tirinho [sempre ajuda a limpar o chão!!].
Quero acreditar também que quando repete infinitamente o som MA (mamamamamamamamamama...) está a chamar-me. Adora a escola, dá gargalhadas maravilhosas, tem seis dentes (que me estragaram as férias, mas isso agora não interessa nada) e deixou o vegetarianismo. Decisão acertada, direi eu, já que tem uma Mãe que não come e que pouco cozinha legumes. Começa a interagir cada vez mais e é deliciosa a cumplicidade com o irmão. 
Está um bebé grande e robusto, com uns caracóis que, juro, têm vida própria, e um sorriso contagiante. Simpático para todos, não estranha ninguém, adora tomar banho e ouvir música. 

O nosso Manu está o máximo!!

19/10/2013

Não há dois sem três

A verdade é que eu nunca gostei de números pares. Outra verdade é que eu sempre gostei de casas cheias e famílias grandes. Outra verdade ainda, é que tenho um marido que é tão ou  mais maluco que eu.
A notícia deixou-nos um pouco em estado de choque nem sei bem porquê. Há muito que sabemos o que fazer (ou não fazer) para não ter filhos... Apesar de sabermos que uma quinta pessoa nesta casa tornaria as coisas mais trabalhosas, queríamos muito ter mais um filho. E, se era para ter, era já, antes que o corpo se habituasse às noites bem dormidas e aos horários diurnos. 
Por isso, senhoras e senhores, meninas e meninos, temos todo o gosto de apresentar o novo mais novo:




O Homem da Atlântida

Ontem, ao dar banho ao mais novo, lembrei-me desta série que a-do-ra-va: O Homem da Atlântida. Não me lembro nada da história, se a série era boa ou não, mas posso confessar que o Patrick Duffy foi talvez a minha primeira paixão platónica (também por causa do Dallas).
E lembrei-me disto porque o Pequeno Manu chora copiosamente cada vez que sai da banheira. [Talvez ele seja o meu salvador de verões na praia, já que o mais velho tem medo do mar e guincha cada vez que é empurrado para menos de 200m da beira-mar.] Expliquei-lhe que o Mark tinha membranas entre os dedos das mãos para o ajudar a nadar, que tinha guelras e um sinal bem sexy em baixo do olho azul.
Ele parou de chorar. Acho que gostou da história.

18/10/2013

Ao fim de algum tempo, que eu não sei precisar,

mas sei que seguramente foi muito mais do que eu queria, voltamos ao tasco. O pc velhinho morreu (paz à sua alma) e agora jaz nesta mesa à espera que alguém o ressuscite (aka meu marido, que é homem jeitoso para a informática). Entretanto, lembro-me que no último post prometi novidades e piadas e anedotas e episódios e mil coisas que entretanto já a minha memória não conseguiu reter.
O que importa, neste momento, é que eu sou uma sortuda e hoje ganhei um computador novo, daqueles que andava a namorar há séculos, que tem uma maçã e tudo. Btw, estou fã da maçã. Rima e é verdade. E sou a mais feliz. A que tem mais sono, a que está mais cansada, mas a mais feliz por ter um computador da maçã.
Obrigada, Mamã!!!

Weee!!!!

08/10/2013

O tempo... ainda o tempo...

Agora que até tenho tempo para vir mais amiúde, com os miúdos na escola e algum tempo naquele (curto) período entre sair do trabalho e ir buscá-los, que tenho milhões de coisas para partilhar e novidades a crescer, que tenho episódios giros giros (principalmente do mais velho) para revelar, o meu computador pifou. 

Estou feita. 

04/10/2013

Da falta de tempo

Eu até gostava de vir aqui falar-vos das novidades, e das coisas boas e menos boas que têm acontecido por aqui. Falta falar das férias, do regresso ao trabalho, do início de ano do António e da estreia do Manuel na escola.
Mas falta-me tempo. Falta-me mesmo tempo. Claro que ir para a cama antes das 22h todas as noite não ajuda, mas há esta necessidade de dormir que é mais forte que o blogue.
Para terem uma ideia: ontem acabou-se o shampoo cá em casa, eu fui ao Lidl comprar leite, e hoje lavei a cabeça com Quitoso. 

Até breve. 

13/09/2013

Na alcofa.







Já não dorme na alcofa porque já não cabe e porque vai ser emprestada a um primo novo que chega no final do ano (esta família gosta de heranças úteis e práticas e que façam poupar uns trocos aos pais e avós). Aos oito meses, vamos ter de ir tirar foto a casa dos primos!!
Está muito risonho e simpático, já tem quatro dentes e continua vegetariano. Adora iogurte e fruta, e a bolacha Maria tem um novo fã. Adoram brincar juntos e já têm os seus momentos de cumplicidade. Quer tudo o que não pode tocar (i.e. brinquedos do mano) e não liga nada aos brinquedos dele. Senta-se, bate palminhas e pouco falta para gatinhar. Aí, meus Amigos, asseguro: acabou o sossego.

05/09/2013

O mau feitio faz-me fome.

Logo agora, que ando com um certo tino no que diz respeito à perda de peso. 

Eu também tenho mau feitio.

Na estrada, a caminho da escola com o mais velho no banco se trás, numa daquelas indecisões entre dois carros, ora agora passas tu ora agora passo eu, sai-me um comentário deste género:

- Passa homem! Vais ficar a olhar para mim muito tempo??

Segue-se um breve silêncio e depois ouço:

-Mamã, zangaste-te com aquele senhor porque estava a olhar para ti?

Sou uma fraude.

Ou então, sou bipolar: ainda não percebi. 
Isto tudo por causa do post anterior, onde irradiava optimismo e felicidade. Depois, basta umas dores infernais nas costas e o pescoço preso, e a vontade de sorrir vai pelo cano numa bela descarga de autoclismo. 
Venham cá sorrir-me hoje, que eu respondo.  

27/08/2013

Com um sorriso na cara.

Recomecei a trabalhar há quase dois meses. O regresso, desta vez, custou muito menos: já não é o primeiro filho, ainda tenho horário reduzido, e um desafio profissional tinha ficado pendente. Ia cheia de pica (desculpa, Mãe, sei que não gostas nada que use esta expressão). 
Resolvi, nessa altura, manter um ligeiro sorriso no rosto. Era fácil: estou feliz, tenho uns filhos fantásticos que me deixam dormir, tenho um marido lindo, tenho trabalho, casa, comida, carro...
A ideia era viver a vida a sorrir e ela sorrir-me-ia. 
Aqui a minha Amiga Joana já deve estar a rir-se e a pensar "olha-me esta que nem gosta de pessoas agora vai aí dar conselhos de auto ajuda?? Vamos interná-la que deve estar louca!".
Pois, Joana, eu podia andar sempre de trombas, que podia, mas passados quase dois meses, é seguro dizer que os dias correm melhor. As pessoas sorriem de volta (mesmo os desconhecidos), sou mais bem atendida em lojas e ando a sentir-me mais leve. 
Se me visses, Joana, já nem me conhecias! 


25/08/2013

Um dia de folga (última parte):

Já estamos em casa e até já lanchamos. Os miúdos põem-se a ver o Baby TV como se fosse a última batata frita do pacote, demonstrando bem que o Zig-zag a que estão habituados é uma cena muito atrás. Ficam tão sossegados que eu, no meio daquele silêncio ensurdecedor, pondero pôr Meo em casa só para gozar mais vezes aquele momento. Aproveito para olhar o congelador, pensar numa coisa para jantar e ir adiantando tarefas. O que aí vem não é nada relaxante.
Senhoras e senhores: a hora do banho!
Começo pelo mais velho que faz birra cada vez que o mandamos para o banho. Muita ameaça depois, lá consigo pô-lo na banheira e esfregá-lo com convicção. Fico na dúvida se aquelas manchas nos joelhos, que não saem nem por nada, serão sujidade ou bronzeado. Quando começam a ficar bem encarnados, resolvo parar de os esfregar. Depois, tentem vestir uma criança aos pulos na cama e sair de lá sem gritar e eu dou-vos um bom-bom. Tarefa terminada com o mais velho, passemos ao pequeno.
Banheira improvisada no chão, gel de banho e esponja a postos, o mano a "ajudar" e o puto com o excitex molha a casa de banho toda. As minhas costas, essas, bom... nem vos conto. Limpo-o, visto-o e está pronto.
Faço o jantar, comemos como uma família feliz repetindo até ao infinito a frase "come a carninha" e vamos todos para a cama às 22.30. Eu pareço ser a única pessoa que precisa desesperadamente de fechar os olhos porque os putos têm sempre mais uma pergunta a fazer ou um pá-pá-pá a dizer. Tenho a nítida sensação que adormeço primeiro que eles. Pode cair a bomba atómica ali a 100 metros que eu não dou por nada.

Descansa, Susana. Descansa que amanhã também é folga.

(E ainda faltam 15 dias para as férias!!)

24/08/2013

Um dia de folga (parte III)

Como já estou de rastos e ainda vamos a meio da tarde, e porque estamos perto da Ericeira e o tempo aqui é bem peculiar, decido não ir à praia à tarde. Que se lixe o iodo e a água salgada, viva o cloro!
A piscina do condomínio fica bastante abrigada do vento, bem exposta ao sol mas com sombra suficiente para não derreter. Penso que estamos perto o suficiente do apartamento por isso basta levar as toalhas, as chaves e o telefone. Ah! E os filhos, claro. 
E a espreguiçadeira que o pequeno ainda não se senta. 
E as braçadeiras que o grande não sabe nadar (yô!). 
E parece que é tudo. 
Passo mais uma hora ao sol, dou uns mergulhos e até consigo nadar. O mais novo entretém-se a ver o mano a correr de um lado para o outro e de repente somos uma família descansada e nada nos atrapalha. 
Até alguém se lembrar que quer uma bolacha dos dinossauros e um iogurte de banana. E eu não posso deixar as crianças e ir "lá acima" buscar comida: ou vamos todos ou não vai ninguém! São seis e meia e já está frescote: acabamos por ficar por casa. 

(continua)

22/08/2013

Um dia de folga (parte II):

Chegados a casa, é hora de preparar o almoço, que (infelizmente) não tenho filhos que gostem de pizzas ou sanduíches ou panquecas como refeição. Pelo menos, não por enquanto. 
Normalmente, e com sorte, o almoço são os restos do jantar do dia anterior. E em férias, não insisto muito com a sopa. mas prato e fruta, lá terá de ser que o mais velho já parece recém chegado do Biafra. Às vezes demora 10 minutos a almoçar, outras demora três horas. Pacífico: só podemos voltar à praia pelas 17h. 
O mais pequeno já foi apresentado às sopas. Corre tudo bem se a dita não tem carne; se tiver 20gr de carne, o puto cerra as beiças e não há quem as consiga escancarar. Nem enganando com fruta: aí não vai nem sopa nem fruta. 
A páginas tantas já a minha paciência está a chegar ao limite mas parece que vejo luz ao fundo do túnel quando o mais novo adormece e o mais velho se põe a brincar. Quando brinca sozinho, pacifico; quando decide que quer companhia e atenção, já sei que vou ter de andar a esfregar joelhos no chão a arrastar carrinhos ou a fazer pontaria com pássaros zangados que lutam contra porcos verdes. 
E, assim de repente, são 16:30 e chega a hora do segundo round. Chega então o dilema: repete-se a odisseia da praia ou opta-se por ir para a piscina aqui a dois passos?

Hummm... o que fariam vocês? 

(continua)

Um dia de folga:

Os meus filhos dormem muito. Tenho muita sorte! Mas até nisto há desvantagens (aqui devia era baixar a bolinha antes que sorte mude, mas continuemos). Costumam acordar entre as 9.30 (o mais velho) e as 10.00 (o mais novo). Ora para uma pessoa que adora praia mas que só pode usá-la em horas baby-friendly, há aqui uma incompatibilidade técnica. Ou prática. 
Começa-se o dia por enfiar papas pelas goelas dos putos em contra-relógio. Sao quase 10h; o tempo não pára! Visto as crianças, não sem antes lhes passar protector solar, preparo um saco com águas, bolachas e iogurtes (para as emergências) e visto-me. Saio de casa pelas 10:20 com tudo na bagageira e esperando não me esquecer de nenhuma criança. 
Chegamos à praia dois minutos depois (é uma descida/subida íngreme e por isso justifica ser feita de carro, ok??), pequeno no sling, grande pela mão, mochila às costas, saco das toalhas noutra mão, guarda-sol ao ombro, tudo com chapéu na cabeça, aqui vamos nós!! 
O mais velho despe-se rapidamente e já está a brincar enquanto eu monto o estaminé: abro o guarda-sol, faço um buraco na areia para servir de cadeira natural ao pequeno, estendo toalhas, tiro a roupa, aceno ao mais velho que não pára de correr, estendo-me ao sol. Suspiro:
- Ah!! A praia é maravilhosa.
Mal acabo de suspirar, olho para o relógio e são 11h. Dobro toalhas, fecho guarda-sol, chamo o mais velho (várias vezes), ponho o mais novo no sling, coloco tudo às costas outra vez, consigo arrancar o mais velho da poça de agua que ele adoptou nos últimos 15 minutos como segunda habitação e volta tudo para o carro. Dois minutos e chegamos.

Estou pronta para a sesta. Sesta?!? Ahahahah! Eu disse que os meus filhos dormem muito, mas esqueci-me de referir que é à noite!!

(continua)

Ainda andamos por aqui.

A vantagem de se trabalhar por turnos, é poder trocar uns dias de trabalho e juntar folgas a meio da semana. Acabei umas mini férias, trabalhei dois dias e tenho outras mini mini férias. 
Não quer isto dizer que se descansa, porque com dois filhos pequenos estou naquela fase do "vou ali ao trabalho para descansar", mas sabe bem mudar de rotinas e de ares e ver os miúdos crescer. 

15/08/2013

We will always have Milfontes...

Faz falta fugir, mudar de ares, ver outras coisas. Faz falta trocar horários, mudar de rotinas, não ter compromissos. 
A mim, faz-me falta o sol, a praia e o Mar. Fazem-me falta os mergulhos, as sanduíches e os iogurtes bebidos bem frescos. Faz-me falta a areia entre os dedos, sentir o sal seco na pele e as caminhadas à beira mar. 

Hoje, trocamos o norte e o centro e rumamos ao sul para umas mini mini férias. 
Até segunda!

13/08/2013

Dos castelos de areia.

Os amores da adolescência têm tanto de assustador como de excitante. De um lado, a novidade, as borboletas na barriga que se sentem pela primeira vez, o desconhecido, a adrenalina. Do outro, a imaturidade, a certeza de que tudo está certo, a ausência de dúvidas.
Depois crescemos, conhecemos novas pessoas, temos novas experiências e as borboletas vão ficando naquele frasco de vidro: sabemos que elas existem e que até voam mas ficam mais seguras lá fechadas. E o tempo passa. E constrói-se uma vida em alicerces de tijolo e cimento. Tudo nos parece certo e no fundo não está errado. É assim que faz sentido.
Até que deixa de fazer. Acordamos um dia e olhamos para o lado e afinal não era nada disto. E voltamos ao passado e a ter 18 anos outra vez e entramos numa escola que não é a nossa sentados numa mota de 50cc. só para beijar aquela miúda. A verdade é que passaram 20 anos e as borboletas voltam a voar na nossa barriga. E de repente, estão os dois disponíveis com uma história por acabar. Desta vez, o que faz sentido é acabá-la. E todos sabemos que todas as histórias de Amor têm um final feliz e por isso mergulha-se de cabeça, dá-se o tudo-por-tudo, aceita-se uma vida diferente do nosso sonho, mas ainda assim é o nosso sonho. A casa do sonho. O casamento do sonho. Os projectos do sonho. Agora sim: é assim que faz sentido.
Até que deixa de fazer. De repente, sem que se perceba muito bem como ou porquê ou mesmo quando, olhamos para o lado e não conhecemos aquela pessoa por quem esperamos 20 anos. E o sonho acaba, e o príncipe encantado era um ogre, e a princesa era uma rã. Não damos muito valor, não lutamos (será que vale a pena lutar?), pomos em causa e queremos voltar ao que éramos naquele intermédio. Assobiar para o lado e fingir que nunca aconteceu. Ou então, fechamo-nos no casulo e fugimos de todos os que nos querem bem e dizem "estou aqui; não estás sozinho". Nada faz sentido. O mundo devia acabar.

Mas não acaba. Não tem de acabar. Nem as amizades têm de acabar. 
Basta guardar a memória do que foi bom e guardar o respeito daquela pessoa que soube fazer-nos feliz e viver um sonho. Mesmo que por pouco tempo. Não resultou? Pois não. É muito muito triste que assim seja. Morreu. Agora é tempo de fazer o luto e voltar a viver. Ou nascer outra vez.

E vais ver que no final, tudo acaba bem. Se não está bem, é porque ainda não chegou ao final.

A vocês, por quem temos o coração partido.

12/08/2013

Na alcofa.






6 meses! Como o tempo passa...
Já é difícil tirar uma foto sem que tenha um brinquedo qualquer na boca. Já refila quando não lhe damos atenção, mas continua a dormir bem e a adormecer sozinho. Come sopa (sem carne) e papa e fruta e iogurte. Está pesado e maciço. Ainda não perdeu os caracóis que lhe dão tanta personalidade
Um castiço!.

CO no FB

A Casca estreou-se no Facebook no sábado passado e em pouco mais de 24h chegamos aos 100 gostos. Prometi oferecer um sundae ao gosto número 100 mas ainda não percebi quem foi nem se há uma opção que nos diga quem é (se por acaso alguém se apercebeu que era o 100º gosto lá do tasco, informe-me; caso contrário, lá terei que oferecer um sandae a cada um).
Foi uma surpresa!Muito obrigada a todos!
Para quem ainda não descobriu a Casca do Facebook, podem seguir aqui, fazer um gosto e deixar comentários, opiniões, mandar bitaites, dizer disparates, deixar mensagens, partilhar a página. Tudo
(ou quase tudo, vá...).

Um dia...

Um dia percebes que já não tens o corpo de há 10 anos. E que nunca mais o vais ter.

10/08/2013

Casca d'Ovo no Facebook

Li algures que o sucesso de um blog passa por ter uma página no Facebook.

O que acham? Abrimos uma conta FB para a CO?

09/08/2013

Descobri agora que vou ser sogra.

Ontem, quando cheguei ao colégio, deparei-me com esta cena: António e Emília (cara de princesa, loiríssima, olhos azuis, ar angelical) sozinhos no refeitório, ele com ar de quem está no auge do engate e quase a convencer a miúda. Olham os dois para mim e:
- Oh pá, Mamã! Vai lá trabalhar mais um bocadinho!

E eu fui! Fui tomar café, nas calmas, à espera que o meu mais velho acabasse lá a cena dele com a Emília. 

Três anos de maternidade e já sou sogra. 

07/08/2013

O caminho faz-se caminhando.

Voltei às caminhadas. Não arrisco ainda a correr mas esse continua a ser o meu objectivo. Mas já consegui andar três dias esta semana.
Normalmente, só tenho dois momentos para mim mesma, em exclusivo: quando tomo banho de manhã e a conduzir, quando vou trabalhar. Dá para relaxar, para des-stressar, para me encontrar. Mas é, obviamente, pouco tempo pelo que estas caminhadas, com música alta nos ouvidos e o sol como companhia, têm-me sabido pela vida. 

06/08/2013

Dos sapatos.

Posso comprar dezenas de sapatos por ano, mas os meus preferidos vão ser sempre aqueles que comprei há mais de 10 anos e que por mais velhos e gastos que estejam, nunca terei coragem de deitar fora. Se o fizesse seria deitar fora memórias, sítios, pessoas, experiências e isso são coisas que estão tatuadas em nós: não se deitam fora. Os sapatos novos são mais confortáveis, mais trendy, mais fashion, mais tudo. Adoro-os e uso-os sempre com orgulho. Passam-se meses sem usar os sapatos velhos e passo bem sem eles. Mas basta abrir o cesto dos sapatos que eles olham para mim e tenho de os usar. Simplesmente, tenho.

E isto podia ser sobre uma data de coisas, mas na verdade é mesmo sobre sapatos. 

05/08/2013

E continua...

já me desiludi muito; já acreditei em Deus mas depois zanguei-me muito com Ele, ainda não fui capaz de fazer as pazes; não gosto de comer e por isso detesto cozinhar; não tenho tatuagens nem brincos nem piercings; vivi sozinha quase cinco anos; tive um stalker durante meses; penso muitas vezes "e se tivesse feito as coisas de outra maneira"; sinto muitas saudades de algumas pessoas e gostava muito de as ter mais perto; sofro diariamente com o fim de uma amizade mas não sou capaz de fazer nada por isso; já conheci o Jorge Palma; ainda não sei o que quero ser quando for grande; já fui muito feliz em Milfontes e no Porto e em Torres Novas, mas também já sofri muito nestes sítios; já perdi a conta das vezes que já fui a Barcelona; nunca fui a África e adorava ir; já sonhei com o Nate do Gossip Girl e acordei a chorar; choro em todos os casamentos; uso o relógio no braço direito desde os 13 anos; uma das minhas maiores Amigas teve um filho uma hora depois de mim; adorei a primeira temporada do Prison Break; já chorei tanto que vomitei; já magoei muito; já passei noites acordada a olhar para os meus filhos; já ofereci flores a um homem; prefiro as estradas nacionais às auto-estradas, mas nem sempre foi assim; já perdi sapatos, casacos e pessoas mas nunca perdi umas chaves; detesto chegar atrasada e odeio que me façam esperar; aprendi que a mentira é a coisa mais feia do mundo e lembro isso todos os dias aos meus filhos; já fui ao cinema sozinha e já o fiz muitas vezes; nunca disse "vou à terra" porque não tenho terra; sou uma pessoa dos sentidos: adoro cheirar, tocar, abraçar, olhar; já fui trabalhar com colar cervical, com gesso na perna, com pedras na vesícula e com contracções; já fui sozinha a um concerto no Pavilhão Atlântico; adoro rodas gigantes e teleféricos. 

30/07/2013

Há um tipo de pessoas que eu detesto.

São aquelas pessoas que dizem mal de tudo e que insistem em provar que são as mais infelizes. Essas pessoas reclamam quando está frio e quando está calor, dizem mal do chefe do colega e da empregada do café, escrevem no Facebook que vão desactivar a conta porque estão fartos de hipocrisia (mas nunca encerram), criticam quem não pensa igual a eles, mandam bocas à espera que todos ouçam, pensam que tudo de mau só acontece a elas e a mais ninguém, não sabem e não querem aprender mas dizem que a culpa é de quem não sabe ensinar, dizem disparates que sabem ser disparates e não desistem de os dizer. 
Conheço, pelo menos, duas pessoas assim. 

Se alguém desse lado acha que eu faço parte deste grupo de pessoas, por favor, dêem-me com um taco de baseball na cabeça. Assim com força. 

É bom saber

que há coisas que não mudaram. 
É muito bom saber isto. 

29/07/2013

Organizada?? EU??!!??*

Ora bem caríssimos leitores, percebi que não me conhecem. Ando aqui vai para 10 anos e afinal não me dou a conhecer como pensava que dava.
Aqui vão mais informações sobre mim, que o caríssimo leitor também não saberá:

eu já parti duas vezes cada braço: primeiro o esquerdo, depois o direito, e a seguir os dois ao mesmo tempo; consigo mexer um olho de cada vez; consigo mexer as orelhas; já tive dois acidentes de carro no mesmo dia; estive ao lado do Nuno Lopes e não consegui meter conversa com ele; já vi muitos "nasceres" do sol e ainda mais "pores" do sol; já consegui meter sete pessoas e um cão dentro de um Fiat 127; já ensinei duas pessoas a conduzir; já sofri tanto por Amor que pensei que fosse sufocar; já chorei de felicidade; já dancei num palco para centenas de pessoas, já o fiz várias vezes; já estive no deserto do Arizona e por pouco não casei em Las Vegas; já fiz um pacto de sangue e já o quebrei; já fui a miúda mais gozada da escola; já odiei uma pessoa da minha família e já perdoei; já fui tomar um café ao Algarve depois do jantar; já tive um blind date; já traí e já me arrependi, já pensei que merecesse morrer por ter traído e pensei que morresse de arrependimento; já passei férias sozinha e gostei à brava; já surfei na Arrifana com um sueco por quem me ia apaixonando; "eu não gosto de pessoas" deve ser a frase que eu mais digo; gosto muito de acordar cedo, mas nem sempre foi assim; comecei a viver com o meu marido no dia em que começamos a namorar e casamos 7 meses depois; organizei o casamento mais fixe a que fui, e que por acaso foi o meu; já deixei de fumar cinco vezes; a coisa que eu mais gosto quando estou com amigos é de tirar fotografias; sou a pessoa mais esquecida que existe e sou a mulher mais desorganizada que conheço; detesto ir às compras mas nem sempre foi assim; a crise está a tornar-me uma avarenta; tenho pânico de morrer e já vivi muito condicionada por isso; já pensei que conseguisse mudar um homem; já andei de cavalo na praia; já falei com o Eddie Vedder; já desapareci da vida de uma pessoa só porque deixou de fazer sentido. 


* a propósito de um comentário colocado algures ali em baixo, por um anónimo que não consegui identificar e que "pensava que era mais organizada". 

28/07/2013

E no único dia de folga em duas semanas,

é sempre bom ter um dia que começa com chuva. Porque assim, passa-se o dia fechada em casa com duas crianças, que podia ter sido aproveitado para passar a ferro, organizar a ementa semanal, preparar as roupas para a semana, arrumar papelada em dossiers, arrumar gavetas e coser os botões que faltam no bibe do mais velho. 
Mas não: foi passado a catar piolhos. 

26/07/2013

Na alcofa



[Este mês, com muuuuito atraso (ele "faz meses" no dia 9). Tudo porque o meu pequeno computador está a dar as últimas e bloqueia cada vez que lhe dou uma instrução. Enfim, ainda vai ter que aguentar muito tempo.]

Está cada vez mais risonho, mais simpático, mais comunicativo. Dá gargalhadas deliciosas, guincha para chamar a atenção e adora o irmão. Pesado, comprido e branquela. É o meu mais novo.
Andamos na fase das sopas e papas. Não gosta de carne mas come a fruta toda. Vegetariano aos cinco meses, é o que é. Já tem dois dentes, que estão a nascer tortos. Está um castiço.

Ideia daqui.

24/07/2013

Ainda a xuxa.

Já passou um mês desde que a pobre da xuxa foi deitada para um caixote do lixo em Vila Nova de Gaia e levada pelo camião verde para muito muito longe. 
Se soubesse o que sei hoje, não sei se deixava. É que levar três horas para adormecer, é obra e queima a paciência de qualquer um. E se antes isto não me incomodava muito, agora que estou a trabalhar e que tenho de acordar o pirralho às oito da manhã, sob o risco de chegar atrasada, já é coisa que me mói. 
São 23:55. Adormeceu há uns 20 minutos. Na minha cama. Em cima de mim. 

Volta, xuxa: estás perdoada. 

22/07/2013

Tenho muita sorte.

Vou agora deitar-me, cansada, com as costas feitas num oito, olhos pesados e a casa de pantanas. De tudo o que tenho para fazer, consegui apanhar uma roupa da corda e estender outra que acabou de sair da máquina, lavar biberões, arrumar as compras do Ikea e coser elásticos nas sapatilhas novas do Ballet. Chegamos a casa depois das nove, ainda consumi meia hora de lixo televisivo e é meia noite e meia. Passo no quarto dos miúdos antes de me ir deitar, dou um beijo a cada um e penso tenho muita sorte. 

Estou longe de ter uma vida perfeita. Que o diga o meu colchão defeituoso, o meu carro que precisa de travões, a minha casa desarrumada, a minha falta de organização, a minha pouca vontade de cozinhar, os meus sapatos gastos, o pouco tempo que dou, em exclusivo, ao meu marido. Que o digam algumas discussões (dos adultos), as birras e os choros (das crianças). 
Mas quando passo a esta hora naquele quarto, quando olho para os rapazes a dormir, quando lhes sinto o cheiro, a respiração, quando os vejo felizes e saudáveis, sinto que está tudo ali. Estes rapazes são tudo e eu tenho muita sorte em tê-los na minha vida.    

07/07/2013

Não sou a Super-Mulher, mas não me importava de ser.

Recomecei a trabalhar há uma semana. Foram cinco dias de adaptação e um fim de semana de "descanso" (ponho aqui umas aspas porque teve tanto de cansativo como de divertido, mas é assim que eu gosto). Estou de rastos e amanhã começa tudo outra vez. 
Continuo sem perceber aquelas pessoas que leio todos os dias em blogs, que trabalham, têm filhos (dois ou três ou até, pasme-se, quatro), tratam da casa, têm jantar feito todos os dias e a horas, filhos que não berram nem fazem birras, a casa sem pó, as roupas sem vincos, as unhas pintadas e a depilação feita, fazem o seu jogging diário e por isso não têm celulite, aliás, a força da gravidade é coisa que não lhes assiste, rugas nem vê-las, têm sempre tempo para ir aos saldos e espreitar as ultimas tendências, e ainda, ah a inveja, têm tempo para escrever todos os dias nos seus blogs. 
Vá, tem de haver um segredo. 
Ando aqui há tantos anos, caramba... ninguém quer partilhar esse segredo comigo?

26/06/2013

Nenhuma criança devia sofrer. Nem as de 36 anos.

Eu sempre disse que o assunto xuxa me era muito sensível. Lembro-me perfeitamente da minha primeira noite sem xuxa e de implorar por mais uns momentos com a minha fiel companheira das noites. Tinha quase seis anos. Lembro-me até da cor dos lençóis. 
Nunca insisti com o António para largar a xuxa precisamente pela lembrança daquela noite. Sempre me fui confortando com a célebre teoria do "ninguém vai para a faculdade a usar xuxa" (excepto a Vanessa, acrescento eu). Até que hoje, por livre e espontânea vontade, o meu mais velho decidiu deitar a xuxa para o lixo. Grande festa com direito a visita ao estádio do Dragão (aproveitando o facto de estarmos de férias no Porto), compras na loja do FCP, bolo, parabéns a você e até, imagine-se, um telefonema do Jackson Martinez, o herói do meu filho, a dar os parabéns pelo grande acontecimento. 
Depois veio a noite. 
E aquela noite, há 30 anos atrás, em que implorava por mais uns momentos com aquela fiel companheira, as lágrimas gordas nos lençóis das riscas, a dor grande no peito, aconteceu outra vez. Mas desta vez, o protagonista era o menino mais especial do Mundo. Aquele sofrimento, aquela dor, aconteceu tudo outra vez. 

O pior já passou, dizem. Espero que sim. 

21/06/2013

Terrible Three

Ouvido no mesmo dia, na mesma birra, aos berros, enquanto lágrimas gordas escorrem pela cara:

- Quero a lua só para mim! Aqui na minha mão!!

e

- Quero ter asas! Não quero braços; quero asas para conseguir voar!

É um drama king, mas pelo menos tem veia poética.

19/06/2013

Serviço Público #8

Há uns dias atrás, provei o melhor pudim de toda a minha vida. Confesso que não sou grande fã de pudins, por isso arrisco mesmo a dizer que este foi o único pudim que gostei na minha vida. Chama-se Maria Mole, que é um produto brasileiro que não encontrei à venda por aqui, mas que, pelo que descobri na net, pode ser substituído por gelatina em pó neutra (usei da Royal).
Segui esta receita e ficou delicioso. Experimentem!


O que eu descobri com esta receita:
- creme de leite = natas (usei do Continente);
- os vários pontos de açúcar, numa infeliz tentativa de fazer caramelo;
- como se faz  torrão de açúcar;
- o caramelo líquido marca Continente é muito bom.

18/06/2013

1000º

É só para informar que este é o milésimo post daqui do tasco. 1000 posts em quase 10 anos.
Gosto de números redondos.

Mixed feelings

Faltam duas semanas. Estive oito meses e meio em casa: baixa de gravidez de risco, licença de maternidade e férias do ano passado. Daqui a duas semanas, regresso ao trabalho.

É esta a informação que me deixa contente e triste, angustiada e aliviada, cheia de genica e cheia de medo. Estou muito contente por voltar a trabalhar, por ouvir falar de outros assuntos além de bebés, partos, dentes e cocós, por deixar de ter tempo para ver o Goucha. Mas o meu  filho pequeno não tem sequer cinco meses e precisa ainda tanto de mim; e o meu filho grande já está tão habituado a esta disponibilidade, às idas ao parque depois da escola, a ter o jantar na mesa às oito da noite, a ir para a cama às nove, a brincar com uma Mãe presente e descansada.

Oito meses e meio em casa e parece que tudo o que há para fazer de urgente, tem que ser feito em Junho: as consultas (pediatra, oftalmologista, otorrino, terapia da fala), a festa da escola, o S. João, a praia com a escola, e ainda aquela pausa zen que preciso para mim em vésperas de algo importante ou marcante. Recomeçar a trabalhar depois de oito meses e meio, é importante não é?

Junho devia ter 60 dias, é o que é!

09/06/2013

Na alcofa


Não pensem que ele não tirou a roupa durante um mês, só porque o body nas duas últimas fotos é o mesmo. 
Está muito crescido e simpático, anda aflito dos dentes que teimam em não espreitar, dorme noites inteiras (e manhãs inteiras, se eu deixar) e adora o irmão. É um espectáculo!

Ideia daqui.

03/06/2013

Fim de Semana

Foi um fim de semana tão intenso e tão delicioso, que não há palavras para o descrever. Aqui ficam as imagens. 






Temos de rever alguns valores...

- Hoje também é dia da Criança?
- Hoje não. 
-Não faz mal: já tenho os meus presentes! 

19/05/2013

Dos sacrifícios da Maternidade.

Não foram as saídas à noite. Não foram os copos que acabaram. Os festivais de verão, as férias sem horários, as jantaradas até às tantas. Não foram as horas só para mim, o acordar sem horários, as folgas sem sair do sofá. Não foi ver a celulite a crescer, a flacidez a aparecer e as maminhas a caírem. Não foi ter perdido a barriga lisa ou ter ganho rugas e cabelos brancos. Não foi o dinheiro que se gasta em coisas que não são para mim: roupas, medicamentos, comida. Não foram os amigos que se afastaram pela minha falta de tempo e de disponibilidade. Não foi o cansaço ao fim de um dia de trabalho. Não foi a falta de tempo para namorar. 
Nada disso. 

O que me custou mesmo nesta coisa da maternidade, foi ter desistido do Ballet. 

16/05/2013

09/05/2013

Três meses


Quando, há um mês, comemoramos o segundo "mensário" do mais novo, tive a sensação que ainda era tudo muito estranho. Ainda não conhecia este bebé que veio aqui parar, o parto estava muito presente, as rotinas ainda não existiam. Era tudo vivido ao sabor da experiência e do acaso.
Agora que comemoramos o terceiro "mensário", já não imagino a vida sem este bebé de biquinho na boca e cabelo rebelde que tem o sorriso mais luminoso (mas que não partilha facilmente). Este bebé que me encontra sempre, mesmo numa sala cheia de gente, e que não tira os olhos de mim. Este bebé que reclama quando o mano não lhe dá a devida atenção. Este bebé que faz os meus dias muito mais ricos.
Cansativos, mas muito ricos.

Dos(as) Avós

A propósito deste post, e porque não quero mal entendidos, sinto-me na obrigação de esclarecer umas coisinhas.
Começo por dizer que acho que o papel dos Avós é estragar os netos. É para isso que eles existem! Para comprar os cromos dos Angry Birds que os pais não compram, para dar a sopa à boca, para dar colo, para dar mimo, para estragar com mimo, para levar ao Jardim Zoológico, para fazer bolo de iogurte, para comprar potes de fruta e dar ao lanche. Enfim... servem para tudo aquilo que os pais não fazem ou só fazem como recompensa (quando se portam bem, quando não fazem xixi na cama, quando têm uma estrelinha na escola, etc.).
Eu tenho muita pena de não ter, nas memórias da minha infância, uns Avós presentes. Tinha os Avós das férias (grandes, da Páscoa, do Natal) e os Avós de Lisboa, que criaram (ou ajudaram a criar) grande parte dos meus primos. Adoro as minhas Avós (os meus Avôs já cá não estão) mas não tenho com elas a relação tão próxima como gostaria (como, por exemplo, a minha Mãe teve com a Avó dela, e que conta em muitas histórias cheias de saudade).
É esta Avó que eu quero que os meus filhos tenham. A Avó (agora escrevo a palavra Avó como instituição) presente, que mima, estraga, aperta, beija repenicadamente. Quero que os meus filhos tenham os Avós que façam com eles o que nunca fizeram com os filhos: jogar à bola dentro de casa, brincar no chão, levar ao parque todos os dias. Sinceramente, acho que os meus filhos estão muito bem servidos de Avós. Têm quatro Avós completamente diferentes, que se complementam e que, mesmo estando longe (dois deles) vejo-lhes uma cumplicidade que eu nunca tive com ninguém da minha família. Não sinto qualquer mágoa por isso. Não sinto mágoa quando vejo o meu Pai a fazer coisas que nunca fez comigo ou com o meu irmão. São outros tempos, outra disponibilidade, outra maneira de estar e de educar.

Só não gosto quando a minha autoridade junto dos meus filhos é posta em causa pelos Avós (ou quem quer que seja). Só isso.

Na Alcofa

Ideia daqui.

05/05/2013

O meu Dia da Mãe

Começou às 7:20 da manhã com o mais velho a sussurrar-me ao ouvido:
- É dia. Não qué'o du'mi mais.
Pedi-lhe que fosse para a sala ver o zig-zag para que eu e o mano (que já dorme 8h por noite) dormíssemos mais um bocadinho. Lembrei ainda que hoje é dia das Mães e que os filhos devem portar-se muito bem. Ele foi para a sala e voltou nem cinco minutos depois:
- Está muito sol. Vou ficá aqui contigo.
E pôs-se a cantar baixinho uma data de músicas, a bater com os pés na cama, a falar para o ursinho de peluche, a chuchar na chucha com bastante convicção. Aqui já os meus nervos estavam na ponta dos  dedos. Pelas 8 da  manhã,  acorda o mais novo a pedir leite. Aproveito para fazer a papa do mais velho.
Resignada, o mais novo continua o seu sono da manhã, o mais velho já está a dar-lhe nos beyblades, eu aproveito para tomar banho e arranjar-me nas calmas. Mais ou menos de 10 em 10 minutos pergunta-me:
- Estou a po'tar bem?
Quer eu esteja na banheira, a esfregar creme hidratante nas pernas ou a cortar as unhas dos pés. Visto-nos, dou mais um biberão, dou um jeito à casa e pelas 12:30 saímos de casa. A moínha na cabeça por falta de café começa a atacar e passamos pelo café do costume. Hora da saída da missa: entrei no café com duas pessoas, saí de lá com umas 15. Demorei 10 minutos só para conseguir pagar, tempo que o mais velho passou a brincar com a tampa do caixote do lixo. Ainda passamos no Chinês para comprar um saco para embrulharmos o presente da minha Mãe.
Chegamos a casa dos meus pais, onde almoçamos. O mais novo refila e é posto à frente do BabyTV (obrigada, TV por cabo), enquanto nos sentamos à mesa. Mais velho começa por dizer que não gosta da comida e que quer massa em vez de arroz. Tenho de proibir a minha Mãe de fazer massa. Refila porque o arroz está frio. Aquece-se no microondas. Refila porque está quente. Choraminga. Brinca com os talheres. Arroz salta para o chão. Aqui, já  a minha paciência está a chegar ao limite, pego no puto e levo-o para o quarto para pensar na vida. Nem dois minutos depois, a minha Mãe sai da mesa e vai ver como ele está. Aparece com ele ao colo.
Conto mentalmente até 30 e acabo a minha sobremesa.
Traz um livro para a mesa e dá-lhe o arroz à boca, como se tivesse um ano outra vez. O mais novo farta-se do BabyTV e começa a choramingar. O meu Pai continua em silêncio, como se não estivesse ninguém naquela sala. São duas da tarde e vou dar outro biberão que é rapidamente devorado pelo mais novo. Saímos para tomar café na rua. Mais uma birra, mais um "quero isto, quero chucha, quero pôr o açúcar no café, quero cartas dos Angry Birds" e eu a dar desprezo enquanto a minha Mãe faz tudo o que ele quer. TU-DO. Daqui até ao "quero colo" foi um instante e a minha Mãe pega nele. 
Conto até 50 muito depressa. 
Ao sairmos do café, a tampa salta-me com o "não quero chapéu". Arranco o puto do colo da minha Mãe, pego-lhe na mão e digo: vamos para casa; assim não dá. Ainda ouço:
- Ele que durma lá em casa...
Tive que berrar. Há mais de duas horas que as minhas ordens são contrariadas pela minha Mãe. Eu ponho de castigo e a Avó tira, eu digo não e a Avó diz sim, eu proíbo e a Avó deixa. Já não sei se me apetecia mais dar uma palmada ao puto ou à minha Mãe.
Chegamos a casa e foi directo para a cama. O mais novo continuou no carrinho de passeio. Fui lavar biberões e apanhar roupa da corda e estender uma máquina.
Às 5 fomos à festa de anos do grande amigo do mais velho, depois de pedidas muitas desculpas e dados muitos beijinhos e abracinhos.
- Não faz out'a vez, Mamã.
Portou-se lindamente e quando disse que estava na hora de ir para casa, disse "adeus, todos!", deu-me a mão e saímos. Sem fita.
Passamos no parque infantil para mais 10 minutos de queima-energia. Ao fim de dois minutos, "qué'o xixi". Levo-o atrás da moita, saca da piroca e faz. Volta para o escorrega. Dois minutos depois, "qué'o cocó", e vai para a moita. Digo que é maluco da cabeça e que não se faz cocó na rua. Chora. Alto. Muito alto. Por solidariedade, o mais novo também começa a chorar. Caminho para casa com os dois a chorar.
Conto até 200.
Mal chegamos, o mais velho salta para o banho (não sem antes refilar e dizer que não quer, não sem antes levar com a 14ª palmada no rabo). Enquanto toma banho, improviso um arroz de atum. Não há sopa. Visto-o. O mais novo continua a refilar. Salta para o banho também. Às 8:30 da noite, tenho o mais velho a jantar ("está quente", "não quero mais", "há banana?") e o mais novo no biberão. Às 9, o mais velho está na cama, o mais novo a adormecer no colo, o Sócrates na televisão. Às 9:30, o mais novo vai para a cama e eu vejo a série que sigo, religiosamente, na RTP. Choro, comovida. 
Acaba o dia, com a sensação que tive um dia de birras, lágrimas e ranhoca. Ainda bem que o dia da Mãe é só uma vez por ano.

30/04/2013

Sou uma chorinhas.

Cena:
Televisão ligada na Sic, no programa da Conceição Lino. Na tela vê-se o Ricardo Afonso (se não sabem quem é, googlem) a cantar e o Nuno Feist ao piano. A canção era "No teu Poema", diz a Sic, de José Luís Tinoco. Linda, a música.
Eu começo a chorar comovida. Porquê? Por causa da emoção com que esta senhora traduz o que está a ser cantado:


Acho que cheguei ao nível mais alto da choraminguice.

23/04/2013

APAQA*


O João Miguel Tavares escreveu sobre a sua alergia, por mim também partilhada, ao psicólogo Eduardo Sá. Não é tanto o que ele diz, mas a forma com diz começando logo pelo cumprimento arrastado e lânguido à  Isabel Stilwell (que também me irrita um bocadinho): "olá Isabeeel".
Mas muito mais que o Eduardo Sá, irrita-me o Quintino Aires, e isto foi percebido muito tarde. Ouvia o programa dele na Antena 3, "A Hora do Sexo" com a Raquel Bulha e até encontrava algum interesse apesar da forma implacável que ele têm de dizer certas coisas. Isto, muitas vezes originava diálogos interessantíssimos com o meu marido:
- Fofucho, amas-me?
- Claro, Fofucha.
- Não amas nada.
- Se estou a dizer que amo é porque amo. O que é que se passa?
- Ah, estás a falar comigo daquela maneira. É melhor pensarmos já no divórcio.
- Estiveste a ouvir outra vez aquele gajo psicólogo??

A minha auto-estima é demasiado baixa para ouvir este senhor por isso decidi mudar de estação quando começa o programa dele.

Quando fiquei em casa de baixa, descobri que ele frequenta o programa do Goucha de manhã, e dando-lhe o benefício da dúvida (e também porque só tenho 4 canais), ia ouvindo o que o senhor tinha para dizer. E o meu estômago ia centrifugando, centrifugando... Explodi quando ouvi a seguinte teoria deste senhor: "se os pais amam realmente os filhos, não os levam a restaurantes antes dos 12 anos". E, continua, condescendente: "a partir dos 8/9 anos, podem começar a ir para se ambientarem, mas só aos 12 é que as crianças têm maturidade para estarem à mesa". 
Ora aqui encontram-se tantos disparates que nem sei por onde começar. Se calhar, interessa dizer que nunca estudei psicologia (para além de um ou dois anos lectivos; só retive a teoria do iceberg e pouco mais), e todas as minhas teorias sobre a maternidade baseiam-se na minha curta experiência de três anos e meio.
Sempre fui almoçar/jantar fora e não é por ter filhos que vou deixar de o fazer. Vamos muito menos vezes, desde há um ano e meio, mas a culpa é do Passos Coelho, assunto sobre o qual o Quintino não opina. Quando vamos comer fora, o meu filho grande porta-se lindamente, come à mesa com os adultos (como o faz em casa), conversa (no seu antoniês quase imperceptível), escolhe o que quer comer e a sobremesa, que é sempre uma banana. Sim, às vezes levanta-se e decide ir ver as outras mesas: não me lembro de ter incomodado ninguém ou de alguém ter ficado chocado com a sua "visita". Nunca destruiu um restaurante, nunca viajou por baixo das mesas, nunca sequer partiu um copo. Tem três anos e meio. Amo-o muito. O mais novo tem dois meses: não vai comer fora tantas vezes como foi o irmão (ai troika, troika), mas já conhece a realidade, por enquanto vista de um ovinho Maxi-cosi. Amo-o muito, também.

Eu sempre fui comer fora com os meus pais, e de tão raro (porque o orçamento também era curto, não porque tínhamos menos de 12 anos) era uma festa. Era a minha Mãe a dizer "podem ver a ementa mas comem bitoque" ou "não pedem sobremesa que há fruta em casa", e nós obedecíamos! E não me lembro de ter destruído um restaurante. E os meus Pais amam-nos, tenho a certeza.
Penso que o Quintino Aires devia era fazer filhos em vez de teorizar sobre psicologia. Isso, ou tirar um curso de Gestão Bancária. Tanto faz.

* Associação de Pais Alérgicos a Quintino Aires