09/05/2013

Dos(as) Avós

A propósito deste post, e porque não quero mal entendidos, sinto-me na obrigação de esclarecer umas coisinhas.
Começo por dizer que acho que o papel dos Avós é estragar os netos. É para isso que eles existem! Para comprar os cromos dos Angry Birds que os pais não compram, para dar a sopa à boca, para dar colo, para dar mimo, para estragar com mimo, para levar ao Jardim Zoológico, para fazer bolo de iogurte, para comprar potes de fruta e dar ao lanche. Enfim... servem para tudo aquilo que os pais não fazem ou só fazem como recompensa (quando se portam bem, quando não fazem xixi na cama, quando têm uma estrelinha na escola, etc.).
Eu tenho muita pena de não ter, nas memórias da minha infância, uns Avós presentes. Tinha os Avós das férias (grandes, da Páscoa, do Natal) e os Avós de Lisboa, que criaram (ou ajudaram a criar) grande parte dos meus primos. Adoro as minhas Avós (os meus Avôs já cá não estão) mas não tenho com elas a relação tão próxima como gostaria (como, por exemplo, a minha Mãe teve com a Avó dela, e que conta em muitas histórias cheias de saudade).
É esta Avó que eu quero que os meus filhos tenham. A Avó (agora escrevo a palavra Avó como instituição) presente, que mima, estraga, aperta, beija repenicadamente. Quero que os meus filhos tenham os Avós que façam com eles o que nunca fizeram com os filhos: jogar à bola dentro de casa, brincar no chão, levar ao parque todos os dias. Sinceramente, acho que os meus filhos estão muito bem servidos de Avós. Têm quatro Avós completamente diferentes, que se complementam e que, mesmo estando longe (dois deles) vejo-lhes uma cumplicidade que eu nunca tive com ninguém da minha família. Não sinto qualquer mágoa por isso. Não sinto mágoa quando vejo o meu Pai a fazer coisas que nunca fez comigo ou com o meu irmão. São outros tempos, outra disponibilidade, outra maneira de estar e de educar.

Só não gosto quando a minha autoridade junto dos meus filhos é posta em causa pelos Avós (ou quem quer que seja). Só isso.

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