11/04/2007

Frágil

É tudo tão frágil…
Perco tempo a pensar no quão miserável é a vida. Horas. Dias. Anos. Porque não tenho um companheiro, porque perdi o meu porto de abrigo, porque a minha conta bancária com quatro dígitos dura apenas uns cinco dias. Porque a pessoa que eu gosto já nem se lembra que eu existo, porque já me esqueci o que é estar apaixonada, porque não posso comprar o carro dos meus sonhos. Porque o trabalho está uma merda, porque sou mal paga, porque não sou reconhecida no esforço de todos os dias. Porque não posso comprar a colecção completa da Massimo Dutti, porque não posso ir a Londres passar quatro dias, porque nem sequer posso inscrever-me num ginásio. Porque me zanguei com as pessoas erradas, porque não consigo perdoar desilusões, porque não consigo pedir desculpas.
E, de repente, puf.
Num segundo a vida de outra pessoa acaba assim, num baque, como se não fosse nada. Como se a condição humana fosse frágil como uma construção de Leggo, ou como qualquer electrodoméstico que, com um simples carregar de botão, se desligasse.

E eu pergunto: perder tempo a pensar em quê?

08/04/2007

Paus de dois gumes.

Posts em draft: publico-os ou não?
Telefonemas que queria fazer: faço-os ou não?
SMS's nos rascunhos: envio-as ou não?
Pessoas que me desiludem: perdoo-as ou não?
Mudanças radicais: dou o passo em frente ou não?
Palavras que ficaram por dizer: digo-as ou não?
Amigos online: falo com eles ou não?
Fotos que me magoam: apago-as ou não?
Segredos que escondo: revelo-os ou não?
Angústias que guardo: partilho-as ou não?
Desculpas por pedir: peço-as ou não?

Será que tenho de viver sempre condicionada pela consciência? Será que tenho de pensar sempre em "será que vou magoar alguém desta vez"?

Porque é que viver tem de ser tão difícil?