31/12/2011

Se eu hoje puser rímel nos olhos, vai ser o primeiro dia de 2011 que uso maquilhagem, já que não fui a nenhum casamento este ano. O problema é que já não me lembro o que vesti no último casamento e por isso não sei onde pára a carteira que levei naquele dia onde está, com certeza, o rímel.
Por isso, não vou pôr rímel e este ano será o no-make-up-at-all-year.
Bom 2012 a todos!

P.S. - Nota-se muito que não tenho jeito para balanços?

16/12/2011

Assalto ao Centro de Saúde - The Final

A cena passa-se no dia  seguinte às cenas anteriores, pela hora do almoço (agora já não me enganam). A minha senha é logo a primeira a ser chamada, explico a situação, mandam-me para outro guichet onde me entregam a baixa. Assim, sem espinhas.
E também sem uma consulta, sem ser vista por um médico mas com direito a pagar pela consulta que não tive. Se fiquei com o meu problema resolvido? Fiquei. Mas assusta-me aqui o mau funcionamento, o facilitismo e a premissa do "é mesmo assim" que impede que "o sistema" funcione bem.
Estou entre o chocada e o revoltada. Mas... é mesmo assim, certo?

Assalto ao Centro de Saúde - Parte II

A cena passa-se no mesmo dia da primeira parte, depois da minha Mãe me ter ligado a dizer que o Centro de Saúde precisava do meu número de Segurança Social. Como é que ela sabia? Porque tinham ligado para a casa dela. 
Desta vez, só tinha de esperar duas senhas, o que me leva a crer que à hora do almoço é muito mais fácil ir ao Centro de Saúde.
- Boa tarde, eu estive aqui esta manhã para pedir uma baixa.
- Ah, já sei! Tem consigo o seu número de Segurança Social? (mostrei, outra vez, o cartão de cidadão) 'Pére lá. (senhora sai, senhora volta) Pronto, tome lá. Agora venha buscar a baixa amanhã porque o sistema leva cerca de 24 horas a actualizar a informação.
(- É no batch?, pensei eu...)
- Eu volto amanhã, então. Já agora, pode actualizar o número de telefone? É que no vosso sistema ainda está o número de casa dos meus pais, e eu já não vivo com eles há quase 10 anos.
- O sistema só permite um número, filha.
- Certo, então ponha o meu número de telemóvel.
- Não dá.
(Sem querer insistir mais no mesmo assunto, tentei outra abordagem)
- Pode consultar no meu processo o meu agregado familiar, por favor?
- Sim, é você, o António, o YY e a ZZ.
- Mas esses últimos são os meus pais. (daí terem o número de telefone deles) Eu fazia parte do agregado familiar deles, entretanto mudei de casa e de Centro de Saúde, quando voltei a viver neste bairro, já casada e com um filho, por algum lapso, devem ter-me colocado outra vez naquele agregado familiar. Mas somos três: eu, o meu filho e o meu marido.
- E o nome do marido?
- KK
- Ah, mas o seu marido está num Centro de Saúde no Porto!
- Sim, já esteve porque ele nasceu e viveu lá até aos 18 anos. Mas ele já se inscreveu aqui há mais de dois anos.
- Ah, que engraçado. (para o colega do lado) Oh Costa, queres ver aqui isto? (e explica a situação) Se quiser, podemos agora pô-los no mesmo processo.
- Agora?
- Sim!
- Não pode mudar o número de telefone mas pode alterar processos?
- Sim, porque são coisas diferentes. (bate com os dedos no teclado, ri-se para o colega da situação, faz mais uns comentários sobre o "sistema") Já está, filha. Vá lá descansar e volte amanhã para vir buscar a baixa.

Assalto ao Centro de Saúde - Parte I

A cena passa-se num qualquer Centro de Saúde da periferia. Chego pelas 10h e tiro a senha 24. Olho para o monitor e vejo que estão a chamar a senha 86. Cerca de 40 minutos depois, chamam o meu número e eu encaminho-me com a velocidade que três furos e uma cicatriz na barriga me permitem. Este foi o diálogo:
- Bom dia. Eu fui operada na passada sexta feira e vim cá para uma consulta e para me passarem a baixa médica.
- Quem é o seu médico de família?
- Não tenho médico de família.
(a senhora abana a cabeça da esquerda para a direita com um ar muitíssimo dramático)
- Isso que a Senhora está a fazer significa exactamente o quê?
- Para hoje já não tem consulta.
- Muito bem. Então quero marcar uma consulta, por favor.
- Não pode: se não tem médico de família, tem de vir todos os dias até arranjar consulta. Mas venha mais cedo.
- (já a passar-me) Ouça, minha Senhora: eu fui operada há 3 dias e está a custar-me bastante estar aqui de pé. Eu apelo à vossa compreensão para ultrapassarmos esta questão do médico de família até porque eu tenho um prazo para entregar a baixa à minha entidade patronal. Eu só preciso de uma consulta! Não me vai obrigar a vir para aqui amanhã às cinco da manhã, em convalescença! Ou vai?
- Mostre-me lá o papel do hospital. (mostrei) 'Pére lá um bocadinho.
A senhora saiu do guichet e voltou passados uns segundos.
- Mostre-me lá o seu cartão de utente. (mostrei)
Voltou a sair, mais uns minutos e eu já a desfalecer. Voltou.
- Pronto, a Dra. X passa-lhe a baixa. Isto dos hospitais particulares são muito giros mas depois falham nestas coisas, sabe? Venha cá buscar a partir das 17h. Se não puder vir, pode mandar alguém por si. São 2,25€ da consulta.
- Da consulta? Mas a Dra. não vai ver-me?
- Não é preciso, filha. Vá lá para casa descansar.
- E volto às 17?
- Sim, vai levar duas baixas: uma de internamento e outra da recuperação. Quer os 30 dias?
- 30 dias??
- Sim, depois de um internamento tem direito a 30 dias de baixa.
- Mas o papel do hospital só fala em 15 dias!
- Sim, mas tem direito a 30. Quer os 30?
- Não!!! Quero os 15 dias aconselhados pelo cirurgião!
- Pronto, está bem! Até logo, então.

11/12/2011

Não há palavras...

E o que se sofre com a distância de um filho? Foi o pior de tudo...
Cinco dias de internamento, 79 horas de jejum e uma vesícula tirada depois, aqui estou eu. Quase sem conseguir mexer-me, tossir é tarefa impossível (espirrar, então, é de ir às lágrimas), braços e mãos e barriga cheios de furos, mas bem disposta. Que remédio, não?
Continuo com os presentes de Natal todos por fazer, tenho um postal (UM) para enviar pelo correio e nem sei bem como o hei-de fazer e já estou a ver que vão ser as duas semanas de baixa mais atarefadas que existem. Ou então, não: para dizer a verdade vou ter de pedir favores para me comprarem a cartolina, os tecidos, as linhas, as tintas, uma vez que não consigo sair de casa. Ou muito me engano, ou o Natal cá em casa vai ser mais tarde como o dos espanhóis.

04/12/2011

Hoje deu-nos para isto:


Eu: 
Calças e pantufas - Women Secret
Sweat-shirt - Decathlon
Cabelo e maquilhagem - Moi-Même
Ele:
Pijama - Loja de artigos para o Lar e Bebé, no metro dos Restauradores
Meias - H&M
Outros:
Sofá e manta - Ikea
Lenços de papel e CD - Continente

26/11/2011

Ser trintona também é...

... ter de combater o acne ao mesmo tempo que se combate as rugas de expressão.

Ser Mãe também é...

... esquecer-me de jantar com a azáfama do final de dia.
... ter de fazer sopa fora de horas com uma crise de dor de estômago e sem conseguir endireitar-me.
... acordar a meio da noite e conseguir tapar o puto e encontrar a chucha, mesmo com o quarto às escuras.
... desenhar o Pocoyo, fazer trabalhos da escola e outros prodígios manuais, mesmo sabendo que aqueles 3 a Educação Visual foram tirados com muita simpatia do professor.
... ter de comer legumes e todos os tipos de verduras à frente do filho com vontade de vomitar, só para dar o exemplo.
... acordar aos sábados e domingos às 8 da manhã com um sorriso no rosto.
... chegar a casa com o nariz e ouvidos entupidos, com a sensação de febre e dores no corpo todo e ainda conseguir montar torres de legos.
... dar banho, mudar fraldas, pegar o colo e fazer de cavalinho com uma valente dor de costas e um torcicolo.

13/11/2011

Palavras IV

E de repente, no espaço de poucos dias, surgem palavras que nunca pensei que ele se lembrasse, como:

Pau - avó Paula
polvo
paia - praia

E reconhece a letra da Mamã, do Papá, a do tio Miguel  e a do António.

Publicidade

Vejo pouca televisão. Quer dizer, até nem vejo assim tão pouca, mas o BabyTV e os 52 episódios gravados do Pocoyo não contam. É cada vez mais raro ligar a TV e ver o que está a dar porque o que me interessa gravo e vejo mais tarde. E como já acabou o Biggest Loser e a 10ª temporada da Grey ainda não começou (btw, avisem-me quando começar, sim?? please?), acabo por ir para a cama cedo e dar bons avanços na pilha de livros que reside na minha mesa de cabeceira há meses. Ainda assim, vou fazendo zappings esporádicos e foi com grande surpresa que vejo o Pedro Granger, que é um miúdo (mais novo que eu, por isso miúdo) com quem sempre simpatizei, a apresentar o Elo Mais Fraco, Adeus. Ao princípio estranha-se, mas ao fim de  um episódio (posso chamar episódio a um concurso?) gostei bastante de o ver. 
Agora a publicidade: gosto de ver publicidade. Sempre gostei. Não quer dizer que goste dos intervalos comerciais da TV nacional que duram 30 minutos e a malta já se esqueceu do filme que estava a ver e os spots de perfumes que são repetidos vezes sem conta ou a Popota que se tornou uma Jay-Lo-wanna-be. Mas regra geral, gosto de ver o que se faz de novo na área (eu já fui publi-devoradora e passava noites no Fórum Lisboa a ver publicidade e adorava). 
Depois desta introdução toda, digam-me pessoas, por favor:
o que raio é aquilo que a Media Markt faz na TV em horário nobre. Hein?? O QUÊ??

08/11/2011

8.11.2011

6.30 - acordar
7 - sair de casa
7.20 - entrar no ginásio
8.45 - comer qualquer coisa rápida
9 - começar uma formação de motivação que acabou às 18.20 (com intervalo de almoço)
18.30 - ir para casa praticamente parada no trânsito
19.20 - chegar a casa dos Avós para ir buscar o puto e trazer jantar de hoje e almoço de amanhã
20 - dar banho ao puto, jantar e deixá-lo a ver 5 episódios do Pocoyo
20.30 - tirar a roupa da corda e apanhar uma molha (sim, eu tive roupa estendida durante o dia de hoje)
21 - pôr o puto na cama
21.30 - preparar roupas, marmita e saco do ginásio para amanhã...

... porque a alvorada é às 6.30.
E este cansaço está a saber-me bem mas bem. Há quanto tempo não me sentia assim? 

05/11/2011

Frio

Se há muito que usamos destas:

e destes:


Algumas pessoas (eu não consigo) não vivem sem estas:

E até há quem use estes:












Porque é que ainda ninguém se lembrou de inventar um aquecedor de nariz? Serei eu a única pessoa a sofrer deste mal? A única no mundo com um nariz comprido?
Ainda bem que vivo em Portugal. Se vivesse na Noruega, o nariz já  tinha caído...

30/10/2011

Já sei que não devo castrar a veia artística e a imaginação do meu filho. Sim, sou do mais liberal que há no que toca às Artes.
Mas confesso que me incomoda ter o frigorífico cheio de "arte" e a estante dos livros com mais "arte" e até perco a respiração quando penso que ele um dia vai descobrir que as paredes da casa são óptimas para encher com "arte".

Nota mental: esconder o giz e as canetas por mais alguns meses.

27/10/2011

Começamos por ter uma relação na base da necessidade. Só estávamos juntos em algumas situações: nas aulas, a ver TV. Lembro-me de esquecer que existíamos juntos nas férias. Nas aulas, o lugar da fila da frente estava guardado para nós. Não era um bom lugar: nunca gostei da fila da frente.
A partir de certa altura, há mais ou menos 20 anos, começou a ser uma relação diária. Já não podíamos viver separados. Desde que acordava até adormecer, estávamos juntos.
Houve alturas em que nos suportávamos. Outras que eu já não conseguia ver nada à frente. Alturas em que me fazias jeito. Outras, nem por isso. Na praia era o pesadelo! Na natação, ficava cega!
Há cerca de ano, a nossa relação teve um acidente (culpa do António) e por isso muito frágil. Nesse dia, invadiu-me um sentimento agridoce: por um lado estava contente por antever uma separação; por outro, foram muitos anos de companhia. Desde então, tenho vindo a pensar nisso e hoje chegou o dia. A partir das 15h, a nossa história será lembrada apenas em fotos, em memórias. 
Obrigada pela companhia de todo este tempo, mas está na hora da liberdade.
Adeus e até um dia.

Adeus, óculos!

19/10/2011

TVI

Estou  a chegar à conclusão que sou a única pessoa deste país que ainda não viu o novo Big Brother que anda aí a encher de assunto as conversas de café/copa.
Sinto-me à parte deste mundo e tentada a ligar a TVI.
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Nááá...

JRS II

Estou a três quartos do Codex 632 e ando tão fartinha daquela história e daqueles diálogos intermináveis entre o Prof. Noronha e o americano que já ando enjoada. Na fila de espera já estão mais dois que ando a namorar há imenso tempo: um João Tordo e um José Luís Peixoto. A concorrência é tão forte que ando mesmo a pensar em pôr o JRS de lado e desistir daquilo. Mas quem me manda ler dois livros seguidos daquele homem??

14/10/2011

Ser Mãe

é a melhor coisa que me aconteceu na minha vida.
Ao mesmo tempo é a mais desgastante, preocupante e sufocante. E eu não trocaria o desgaste, a preocupação e o sufoco por nada deste mundo.

Mas que dói, dói...

09/10/2011

Diálogos (im)prováveis #1

- António, vamos tomar banho.
- Não!
- Não? Sempre não! Não sabes dizer outra coisa?
- Não!

08/10/2011

02/10/2011

Na verdade, podia aqui escrever sobre a festa de anos do meu filho ontem, mas estou tão babada com o carinho de todos e tão anestesiada com as saudades que matei das minhas meninas e ainda tão em modo-fui-trabalhar-num-domingo-e-já-estou-a-bater-mal, que me faltam as palavras.
Ainda assim, quero agradecer a todos pela presença. E também àqueles que não puderam ir. E àqueles que estão longe. E todos todos que eu hoje estou para os mimos e contra isso não há nada a fazer.


Tenho mesmo vontade de escrever mais e voltar a ter neste blog uma actividade mais regular com postas diárias sobre coisas interessantes como a moda outono-inverno, vernizes ou puericultura. Mas cada vez que me sento neste sofá com o computador no colo cai-me uma sonolência e uma moleza que só me apetece esticar as pernas e fechar os olhos. Atenção que eu escrevi "esticar as pernas" e não "esticar o pernil". 

11/09/2011

JRS

Ando a ler A Filha do Capitão. É certo que é a primeira edição, mas bolas!, quantos erros de gramática já encontrei. E erros de construção frásica, sempre os mesmos, repetidos praticamente em todos os capítulos.
Não gosto.

10/09/2011

A blogosfera.

Se eu gostava de ter 1000 visitantes por dia? Epá, gostava. Gostava de chegar aos 500 seguidores e ter imensos comentários a cada posta que cá deixo. Gostava de receber mails para fazer publicidade a coisas em troca de presentinhos e telemóveis e coisas. Epá, gostava mesmo.
Não percebo como é que alguns blogs mantém esse número de visitas (mea culpa, mea culpa que também lá ando) a escrever postas da treta que se vêem mesmo que são para encher chouriços. Não percebo como é que há bloggers que têm esse número de visitantes só por mostrarem o modelito com que saíram de casa naquele dia (não tenho paciência e confesso que não sigo nenhum destes). Não entendo como é que se escreve postas e postas sobre qual o creme anti-rugas mais eficaz do mercado. Mais: numa altura como esta, não percebo como é que alguém consegue passar todos os fins de semana (TODOS) em hotéis caríssimos (pura inveja, confesso) e em pousadas proibitivas. 
Se ter 1000 visitas por dia implica deixar fotos diárias sobre o meu pequeno almoço ou sobre os sapatos novos comprados em saldo, então nunca lá chegarei (primeiro, porque o meu pequeno almoço é o mesmo há uns 30 anos: papa Nestum com açúcar e leite bem quente; depois, porque não compro sapatos há uns bons três anos). 
Eu devo ser uma pessoa muito desinteressante. Devo, devo...

(Se me acham interessante, agradeço uma palavra de conforto na caixa de comentários abaixo. Se for mesmo muito desinteressante, peço aos meus 3 seguidores que me mintam e deixem comentários simpáticos na caixa abaixo.)

Ainda as minhas costas

Ando a dormir muito melhor nos últimos 3 dias. O que é que eu fiz para melhorar? Virei a almofada ao contrário. Tão simples quanto isto. Tenho daquelas almofadas que tem duas ondas, uma maior que outra, e sempre dormi com a onda menor no pescoço. Pois que me passou qualquer coisa pela cabeça (uma almofada?) e virei a coisa ao contrário. Hoje, dormi quase 10 horas - DEZ! Apesar de ter sonhado com esparguete a sair do nariz e das orelhas de uma pessoa que não sei quem é (don't ask), dormi bem e acordei sem dores no pescoço. A lombar, essa, precisou de uns esticões para parar de doer, mas o pescoço estava fino.
Fixe!

06/09/2011

Não está fácil.

Estas dores de costas (e hoje de pernas) estão hoje num ponto de provocar lágrimas nos olhos. E mais não digo porque não vejo.

04/09/2011

Ir ao Lidl engorda-me.

Não é sítio que eu frequente, mas nestas férias falaram-me dos preços e da qualidade dos produtos de limpeza e lá fui eu, toda lampeira, comprar detergente para a louça e roupa e coisos. Aproveitei e abasteci a minha geleira de iogurtes que são muito bons e esses eu já conhecia.
Mas aquele corredor das gomas é a minha perdição e eu bem tentei passar por lá e não lhes ligar nenhuma. É que nem para elas olhei, vocês podem acreditar e estão aqui os meus botões que não me deixam mentir! Mas as ordinárias "ó Susana, ó Susana" e eu de cara virada e elas "pick me!!" e eu nada e depois espreitei pelo cantinho do olho para umas cor-de-rosinha lindas, pareciam uns morangos bem apetitosos e depois, pumba, para dentro do cesto. E não é que as aquelas coisas na minha casa não duram nem dois dias? Um saco de meio quilo, senhores, meio quilo e não conseguem ficar quietas 48 horas!
Assim, caros senhores do Lidl, não sei se ganham uma cliente.
Tztztz...

29/08/2011

Palavras III

biáo - avião ou leão
mimio - miminho
enta- senta
bibiu - caiu
adé - aqui ou ali
babáo - balão
ó-ó - dormir ou cama
putá - sapato
Nini - Dinis
Nônô - Leonor
Biá - Bia
Aos miúdos que não sabe o nome, chama-os de bebé. Todos os adultos que não sejam os pais ou os avós, são tios e titis. Diplomático!

O mais engraçado é vê-lo a associar as pouquíssimas palavras que diz e querer formar frases.

- Mamã, biáo. Aaaah! Não há biáo.
- Papáááá! Enta. Babá?

E a cantar músicas, na melodia correcta (ou não fosse filho de músico) enquanto dança.
- O babáo... (em compasso e movimentos lentos, para o Balão do João)
- Ah-ah-ah... (em compasso e movimentos rápidos, para cantar a Machadinha-versão-Expensive-Soul).

No espectáculo de variedades para a família, que ele adora por ser o centro das atenções, mostramos os símbolos das marcas de automóveis e ele aponta quando dizemos as marcas. E é ver os avós e os tios a babar...

Cada dia que passa mais gosto deste filho!

This is the end, my friend.

E as férias acabaram. Não foram bem como eu esperava, culpa ali do S. Pedro que nos anda a pregar partidas que já não têm piadinha nenhuma, mas ainda assim, consegui cumprir os objectivos (que passavam por descanso, algumas arrumações em casa, praia e amigos). Houve de tudo um pouco.
É impressionante a evolução do puto nestas férias: mais palavras novas, mais gracinhas e mais cumplicidade. Adoro este puto. Adoro a minha família.
Missão cumprida (mas não comprida). Estou feliz.

09/08/2011

Once banana, always banana...

Hoje, o meu filho mostrou ser um menino educado e obediente mesmo depois de ter levado uma chapada de mão fechada de outro garoto quando lutavam pelo mesmo brinquedo. Pode ter-se revelado um bocado banana (tem a quem sair, fazer o quê?) mas eu enchi-me de orgulho quando ele foi devolver o brinquedo que ganhou por mérito, com o choro embargado e só porque eu disse para ele devolver. Porque não era dele: era da escola e pertence a todos.
Sei que ele vai sofrer a vida toda por ser assim. Eu sei: eu sou assim. Ainda assim, prefiro ter um filho banana do que ter um filho agressor, egoísta e violento. Quando ele sofrer, tem de certeza um colo se quiser chorar. Eu sei que tem: é o meu.

02/08/2011

O Inverno no Verão.

Lembro-me bem dos dias assim: os dias de chuva no meio das férias. Aquelas férias intermináveis em que ninguém tinha medo do sol e chegávamos a Setembro com o cabelo branco e queimado e a pele morena, tão morena que mais consegui ter. Cheios de primos e primas e tios e pais que iam de voltavam no fim de semana e nos deixavam com os adultos que tivessem conseguido férias, sempre alternados. Nesses dias de chuva, aproveitávamos para descansar em casa. Lembro-me bem da sensação de ter uma manta nas pernas e ver o Dirty Dancing três vezes seguidas e como suspirávamos na última cena do filme como se fosse a primeira vez que o víamos. Ou daquele filme que eu nunca me lembro do nome, com um ruivo giríssimo chamado Keith (desde essa altura que digo que se tivesse um filho estrangeiro, chamar-se-ia Keith). Lembro-me de olharmos pela janela e vermos o céu cinzento, as pingas da chuva. Dos passeios na Peugeot 504 cheia de miúdos até lá atrás, de ir às compras com os tios e escolher os sumos, as bolachas, a fruta que levaríamos para a praia logo que o sol chegasse.
Lembro-me dos dias de frio no Agosto do Algarve, quando a Quinta do Lago ainda era um deserto sem resorts turísticos, todos embrulhados nas toalhas de praia, a jogar à bola ou ao mata. Lembro-me dos passeios na marginal de Sesimbra, quando calçávamos uns ténis e umas meias pela primeira vez em muitas semanas. Lembro-me do vento frio de S. Pedro de Moel, dentros das barracas de praia com listas azuis e brancas. E de comer bolas de berlim. E de como sabia bem o banho quente no final daqueles dias de inverno fora de horas.
O melhor mesmo, era acordar no dia seguinte e ver o sol quente a brilhar outra vez.

29/07/2011

A falta de energia tem vindo a aumentar nos últimas semanas. Se ao início pensei que fosse da sensação de abandono e da falta de pilares do dia-a-dia, agora já começo a pensar que pode ter outra razão, sem que eu perceba qual. Acordar de manhã está a ser um pesadelo. Começo o dia cansada, cheia de dores nas costas, com vontade de chorar e de desistir de tudo.
O dia é passado de forma automatizada, como se de um robot se tratasse. O trabalho já é feito quase sem pensar e há riscos que se correm quando isto acontece. E os erros acontecem. Erros estúpidos, coisas básicas, brancas a meio de um diálogo, esquecem-se coisas que se fizeram há dois minutos, repetem-se as mesmas perguntas acabadas de fazer, a dificuldade de concentração. O déficit de atenção começa a ser preocupante.
O apetite é nulo. Deixei sequer de ter fome. Como mal e pouco e só me lembro que ainda não almocei quando me levanto e começo a ver estrelinhas. O pouco que como são choques calóricos que dão uma sensação de bem estar de meia hora. Depois, começa tudo outra vez: o estômago colado às costas e sensação de enjoo mal olho para a comida.
Passo o dia cheia de saudades do meu filho. O coração fica-me nas mãos quando o deixo no colégio e só volta ao sítio quando o vou buscar. Pensei que este medo irracional passasse nos primeiros meses, mas ele tem quase dois anos e o medo só aumenta. No carro, é raro não pensar em acidentes, em morte, na vida do meu filho se me acontece alguma coisa. Na minha vida, se lhe acontece alguma coisa. Por vezes, o medo que sinto aperta-me de tal maneira o peito que tenho dificuldade em respirar.
À noite, a dificuldade em adormecer. Acordo várias vezes com as dores. Não tenho posição confortável. Vou espreitar o quarto ao lado para ver se o puto está bem. Continua a passar-me pela cabeça acidentes de viação, incêndios. Mando mensagem ao J para saber se está tudo bem. Se ele demora mais que um minuto a responder, outra vez a sensação de pânico a apertar-me o peito. Ainda faltam duas horas para o despertador tocar e já não consigo dormir. E começa tudo outra vez: as dores, a vontade de chorar...

Isto tem sido o meu dia-a-dia e foi relatado num texto sem revisão e escrito em pouco mais de três minutos. A ver se o aperto passa e o sufoco desaparece.

21/07/2011

Para variar,

e porque amanhã estou de folga e não trabalho no fim de semana (já não me lembro do último fim de semana que tive sem trabalhar), o que faz um total de três dias - três - de descanso, aqui vai um miminho:


Alex O'Loughlin, Hawaii Five-0

14/07/2011

Nocturnos de António:

21:00 - vamos para o quarto e dou-lhe um bocadinho de colo. canto uma música ou conto uma história
21:10 - eu saio do quarto deixando-o na cama com duas xuxas e o Kiko
21:11 - começa a chorar de goela aberta
21:20 - farta-se de chorar e começa a cantar
21:30 - percebe que está há tempo demais sozinho, finge que chora e chama o tiúúúú
21:35 - entro no quarto com cara zangada e digo que se ele não adormece, ponho-o a pensar na vida
21:37 - começa a imitar os animais todos do repertório e chama a família toda e todos os personagens do Pocoyo
21:40 - começo a perder a paciência e só me apetece sair de casa
21:44 - começa a murmurar um género de cantilena (mmmm mmmm)
21:50 - eu penso que já adormeceu e vou espreitar para o tapar com o lençol
21:51 - dá pela minha presença (afinal não estava a dormir) e diz "ma-mã? zátá!"
21:52 - saio do quarto pela terceira vez
22 - continuo a ouvir conversa numa língua que ainda não decifrei e ignoro
22:15 - deixo de o ouvir. adormeceu

Uma hora e picos depois, adormeceu.

E isto, parecendo que não, cansa!
Isto de criar laços ou raízes ou o que é, na verdade é uma chatice. Porque todos os dias se cruzam connosco centenas de pessoas das quais não precisamos para nada e mais-valia alguma nos trazem à vida. Essas pessoas parecem uma nódoa ali no fundo das calças: se estiver lá, não faz mal porque ninguém nota, mas as calças ficavam com outro aspecto sem a nódoa. Por mais que lavemos o raio das calças, a merda da nódoa não sai e lá continuamos a usá-las semana após semana até que engordamos (ou emagrecemos, o que depois dos 30 muito menos provável) e acabamos por deitá-las fora.
Já com uma manga é diferente. Ou uma braguilha. Quem é que consegue usar umas calças sem braguilha? Claro que ninguém, a não ser que as calças sejam de elástico mas isso já é complicar muito o meu raciocínio. E depois ainda dizem "ah, e tal, mas uma braguilha só foi para Lisboa e a outra para Aveiro, não foram para a China". E eu pergunto: E??????? De que me serve uma braguilha em Lisboa e outra em Aveiro se as calças estão em Oeiras e eu preciso delas todos os dias ali, a fechar-me as calças e tal?
Todos à fava mais as raízes! É o que é.


P.S.
J. e R.: se eu podia ter-vos arranjado uma metáfora mais bonita aproveitando a conversa das raízes e puxar a coisa para as folhas, as pétalas e coisinhas fofinhas e cheirosinhas? Podia.
Mas não era a mesma coisa.

13/07/2011

R.,

Não penses que vais ficar sem um post só para ti. A verdade é que não sei bem o que escrever porque ainda não quero acreditar no que aconteceu. Todos os dias penso que vou entrar naquele sítio e vais estar lá à espera do intervalo ou do fumício.
Isto está a custar mais do que eu alguma vez imaginei. O resto...
... o resto ficou escrito e preso no limpa-pára-brisas do teu carro.

Miss u.

06/07/2011

Palavras II

Palavras que o meu filho diz:
bebé
mamã
papá
papa
popó (que me irrita, porque ninguém lhe ensinou a dizer isto, mas sim CARRO)
bôlina (assim mesmo, sotaque de leste)- bolinha
bábá - água
ouá - olá
petá - sapato
tuta - xuxa
cócó - para cócó, fralda, sanita e cotonete
eiiii - Elly, a elefanta amiga do Pocoyo que é um estrondo!
pá - pato
ontá? - onde está?
paún - pão
tiú - tio
titi
não
bóbó - Vóvó
abô - Avô
Nina - Mariana
Tita - gato Simão

Ainda sabe imitar: o pato, o cão, o gato, o elefante, o leão, a galinha, o pintinho, a ovelha, a vaca, o Tio Miguel e o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
Adora aviões e identifica o meu carro. Pergunta a marca dos carros (apontando para os símbolos) e o preferido é o Wolkswagen.
Além daquelas palavras, não diz mais nada que se perceba e faltam praticamente três meses para fazer dois anos. Percebe tudo o que lhe dizem. Ou é preguiçoso ou é estrangeiro; ainda não sabemos.

26/06/2011

Balanço:

A um fim de semana que inclui karaoke, sardinhas, muitos e bons Amigos, 40º, uma linguiça daquelas (sem segundo sentido), putos bem dispostos, oito horas de trabalho e um total de 10h dormidas, pode chamar-se um excelente fim de semana.
Gosto disto.

23/06/2011

Dos parques infantis e não só.

Acredito que sejam o máximo para os putos: Alvito, Serafina, Índios e que tais. Mas eu entro em parafuso quando vou a um deles e a culpa nem sequer é dos putos mas sim dos paizinhos e das mãezinhas que andam atrás dos filhos com medo que eles caiam ou se magoem ou qualquer coisa que eu ainda não consegui perceber.
Ora, se aquilo está feito para eles seguindo normas exigentes de segurança e até o piso é anti-pernas-partidas, qual é a necessidade de se andar atrás dos putos? Eu também já caí e até já parti duas vezes cada braço e andava de bicicleta na rua fins de semana inteiros com joelhos e cotovelos esfolados (quem não andava??) e sobrevivi bem grande e jeitosa. Hoje, quando levo o meu filho, aquilo é uma chinfrineira de "Rúben, não vás por aí" ou "Catarina, sobe por aqui" e ainda de "ai, Fábio Miguel que cais". E se caírem? E se lhes apetecer subir pela descida e descer pela subida? Qual é o mal?
Hoje fui atropelada por um pai que se assustou com a filha porque ela ia descer pelo escorrega (do lado certo!!!) e o pai achava que ela não ia conseguir descer aquela coisa. Por acaso, fui eu a atropelada mas aquele pai podia ter atropelado o meu filho que também por ali andava.

Malta, cair não faz mal. O que faz mal hoje em dia é roubarem-nos os putos. Mas se nós, adultos, ficarmos todos sentados a vê-los brincar num sítio só deles, ficamos descansados por não vermos naquele mesmo sítio adulto nenhum que os possa levar.
Se eu vejo num parque mais adultos que crianças, claro que vou fazer a figura de todos os outros e andar ali às voltas atrás do meu filho, em stress e ainda por cima dou cabo das costas porque tenho que passar por baixo de escorregas que foram feitos para pessoas de um metro de altura. Se não houver nenhum adulto, eu sento-me descansada a vê-lo brincar à distância. E se ele cai, levanta-se!

Paizinhos, please... Sit & relax.

10/06/2011

Tenho o meu filho na cama a gemer de dores. Acorda de hora em hora a choramingar e não pára de deitar caca do ouvido.
Se eu mandasse, nenhuma criança sofria. Eu preferia ficar com todas as dores do meu filho, e ultimamente têm sido bastantes.

A maternidade dói e esta vai ser mais uma noite difícil.

08/06/2011

Post fútil do mês:

Hoje, cometi uma loucura e fui às compras. Comprei duas blusas na Natura para mim (por acaso, apanhei o primeiro dia de promoções e os preços proibitivos do costume tinham 30% de desconto) e mais uma t-shirt e uns calções na H&M para o puto (uma das lojas com t-shirts mais giras para bebés rapazes).
Agora, estou aqui a penitenciar-me e com vontade de devolver tudo.

Rásparta a p#$a da crise.
Passo as (poucas) horas livres a pesquisar na net e mesmo assim não encontro respostas para as minhas dúvidas.

Porque é que é tudo tão difícil...?

05/06/2011

‎"Dance, dance otherwise we are lost"

Em 2008, cumpri vários sonhos. Nesse ano, por esta altura, estava a cumprir um sonho muito antigo que eu pensava já não conseguir realizar: pisar um palco a dançar. Foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Esse sonho cumpriu-se mais duas vezes. Fiz parte de uma Companhia (assim mesmo, com C maiúsculo) amadora, mas com projectos muito profissionais e com muita vontade de voar. Só posso dizer que essa Companhia voou e eu fazia parte dela.

Hoje, o sonho de muitas meninas vai ser realizado pela mesma Companhia e eu vou estar do outro lado. Por razões pessoais, profissionais, familiares que já se esgotaram em posts neste blogue, este ano eu vou estar sentada na plateia a ver aquela Companhia voar. Este ano, sou mera espectadora de sonhos, não vi a peça crescer, não participei, não cresci com ela.
Pensei que já tinha ultrapassado este desgosto mas sinto o mesmo aperto no coração e as mesmas lágrimas a caírem hoje, como caíram em Setembro, quando decidi desistir. E porque eu não sou pessoa de desistir, a angústia é ainda maior.

EDAK, que este seja um dia em grande para vocês. Espero que cada menina (e menino) que pisar esse palco hoje perceba a sorte que tem e sinta o mesmo orgulho que eu senti nos anos anteriores.

Toi, toi, toi!

01/06/2011

Andamos assim:

sono, muito sono, a garganta em ferida, tensão baixa (o costume neste tempo), quebras de tensão, falta de apetite, desmotivação, noites agitadas, muita sede, pouca fome, pouca força, pouca vontade. Acima de tudo, muito pouco tempo para ficar doente.

Nada de novo, portanto.

14/05/2011

Coisas que só acontecem... a mim! #2

Aquela senhora com ar simpático e familiar que estava no stand da Caminho (Feira do Livro 2011), a quem eu perguntei onde estava o último livro da Alice Vieira, que me disse para procurar no stand ao lado, a quem perguntei segunda vez porque não encontrei no stand ao lado, que me sugeriu que perguntasse àquelas meninas que estavam com t-shirts encarnadas porque elas é que eram as funcionárias da Leya era, sem mais nem menos, a...

Ana Maria Magalhães.
Estava a dar autógrafos.

Coisas que me irritam #10

Recebo uma chamada de A para combinar um almoço. Não dá, ficou combinado lanche.
Recebo SMS de B, amiga do dia-a-dia, para combinar um lanche com os putos. Que não dá, que já está combinada outra coisa, que já não vejo A há meses, que mora longe, que está de visita a Lisboa.
À hora marcada, ligo a A para saber onde anda e começarmos o nosso lanche. Que não dá, que se atrasou, que já está a sair de Lisboa, que vai ter de ficar para a próxima.

Fiquei pendurada com um e perdi outro. Num sábado. De sol. E calor.
É coisinha para me deixar com os nervos em franja e irritada para os próximos cinco anos e meio. (Para não falar da falta de respeito para comigo, mas isso serão outros 500 paus...)

06/05/2011

Coisas que só acontecem... a mim!

Ventania. 8º andar. Eu a tirar roupa da corda. Uma das peças de roupa escapa-me e cai na corda do vizinho de baixo. Desço as escada para falar com o vizinho e ninguém atende. Vou à minha vidinha (arrumar a arrecadação - weeee!) e vou controlando o casaco que continua preso na corda do vizinho de baixo. Quando estou a estender outra máquina de roupa (o vento continua) vejo o meu casaco a desprender-se (este verbo existe?) e a voar com o vento, qual cena do saco de plástico no American Beauty. Largo tudo, ponho-me dentro do elevador e vou buscar o meu casaco, que é só o meu casaco preferido de Verão e que já não uso há uns dois anos. Qual não é o meu espanto, o meu casaco não está na rua. Não está em lado nenhum! Procurei debaixo dos carros, olhei para as cordas todas do prédio... e nada.
N-A-D-A. Nothing. Rien.
Acabei de perder o meu casaco preferido. Com o vento. Para sempre.
Bolas...

Gone with the wind.

04/05/2011

Decisão de Primavera.

A partir de amanhã, começo a fazer caminhadas diárias. Vou passar a acordar uma hora mais cedo, ponho os ténis e os phones e lá vou eu estrada fora a caminhar depressinha. Com o tempo, tento depois correr, mas isso já não prometo porque é coisa que eu detesto fazer.

02/05/2011

Mãe de saltos altos?

Com sapatos de salto, fico com 1,80m.
Para andar com o puto pela mão, tenho que me baixar. Lixo as costas.
Para andar com ele ao colo, lixo as costas e os pés.

É difícil. É muito difícil...

27/04/2011

Ser Mãe.

Ser Mãe é andar constantemente com o coração nas mãos cheias de manteiga derretida. Aquilo escorrega imenso e o raio do coração está molhado do sangue que lhe escorre tornando uma tarefa hercúlea o equilíbrio pelos dias. E esta parece-me uma sensação constante, não acontece pontualmente como quisemos acreditar quando planeávamos esta condição. É por estarem doentes, é por estarem tristes, é porque caem, é porque não querem dormir, é porque a árdua tarefa de educar os deixa frustrados, mesmo que tenhamos a certeza que estamos a fazê-lo para os tornar adultos mais felizes.
O António decidiu agora que não quer ficar no Colégio: um sítio que conhece há meses, que adora, que o mima, que o trata bem, que o desenvolve. Todos os dias chora, berra, chama por nós, agarra-nos o pescoço e não quer ficar lá sozinho. Chora umas lágrimas gordas e dolorosas como se aquela fosse a pior das torturas. Nós deixamo-lo lá, com o aperto de ver um filho a sofrer mas com a certeza que estamos a fazer a coisa certa. No resto do dia, o meu coração fica nas mãos, bem pequenino e apertado, enquanto ando aos encontrões pelas ruas e pelo trabalho, chocando em tudo o que é parede e tropeçando em todos os buracos da estrada.
Não consigo pensar noutra coisa. Morro aos bocadinhos se o meu filho não é feliz.

26/04/2011

Serviço Público #7 (*)

Então é assim:
(adoro começar posts com um "então é assim")
quando o puto menos espera, deitamo-lo no chão de barriga para cima e colocamo-nos por cima dele. Com as nossas pernas, prendemos as pernas dele de forma a que ele não consiga virar-se. Pomos-lhe os dois braços para cima, prendendo-os com a nossa mão esquerda e de forma a que ele não consiga virar a cara. Com a mão direita, enfiamos a seringa na boca do puto, bem lá para dentro junto à goela e despejamos o líquido lá para dentro. Logo que esteja vazia, largamo-la e tapamos o nariz. Quando tivermos a certeza que o puto engoliu o líquido, podemos largá-lo, damos-lhe um beijinho e um abraço e dizemos o quanto gostamos dele.

(*) - ou como dar o antibiótico a um filho de 19 meses que se recusa a tomá-lo de outra maneira. Antes de chamarem a Protecção de Menores, quero que saibam que tentei a via do diálogo, sem sucesso.

24/04/2011

Páscoa e outros domingos.

Lembro-me das reuniões de família. Quase todos os domingos, o ponto de encontro era na casa dos meus Padrinhos: uma casa cheia de miudagem a correr e a brincar de um lado e de conversas de adultos do outro. Volta e meia, aparecia alguém de longe e o encontro acabava em farra da boa: a Tia Lena era capaz de trazer o órgão e o Tio António desenrolava uns fados acompanhado do meu Pai na voz. Nós, os miúdos, gozávamos e ríamos com aqueles risinhos irritantes de pré-adolescentes, mas acabávamos por nos juntar a eles nas cantorias.
A mesa ficava posta do almoço para o jantar e ninguém se importava. Esses dias especiais aconteciam algumas vezes por ano, e sempre na Páscoa. No fim da farra da Páscoa, quando me despedia dos meus Padrinhos, recebia sempre uma nota de cinco contos para o mealheiro e eu ficava toda inchada de orgulho: não era todos os dias que se recebia uma nota de cinco contos!! (Foi com essas notas que comprei os meus primeiros All-Star e, mais tarde, a minha primeira mochila Monte-Campo.)
Desde que os meus Padrinhos ficaram doentes, e depois acabaram por partir, as reuniões de família acabaram. Tenho pena que o António não tenha vivido uma daquelas farras, que não tenha conhecido o Tio António. Não sei se alguma vez vamos voltar a ter um ritual de domingo como aquele, que nos fazia chegar a casa tardíssimo e acabar os trabalhos à pressa porque no dia seguinte era dia de escola. Não sei se vamos voltar a viver uma Páscoa tão cheia.
É que eu sinto tanta falta daqueles domingos...

J.

A J é das miúdas mais doces que eu conheço. Começamos por trabalhar juntas, na mesma equipa mas nem sei como é que nos fomos aproximando. Não me lembro de a ter ouvido alguma vez a falar mal por falar, a criticar de borla ou uma asneira sequer. É daquelas boas meninas que já não existem, de bem educada e gentil que é.
Em pouco tempo percebi que era uma pessoa em quem podia confiar e com quem podia estar sem ter de a aturar a falar de trabalho. Porque nunca foi o trabalho que nos uniu, apesar de ter sido no trabalho que as nossas vidas se cruzaram.
Não foram precisos estes (pouco mais de) dois anos e um convívio quase diário para saber que a J é uma Amiga para a vida: acho que isso percebeu-se muito antes.
Ela agora vai para longe. Não longe o suficiente para acabar uma amizade, mas longe o bastante para lhe sentir a falta. Daqui a uma semana, o convívio diário vai acabar.
Eu não choro, porque a distância encurta-se facilmente. Mas fico triste porque a vida me vai tirar um bocadinho de mim e da minha vontade de ir trabalhar todos os dias.
Por isso, J, faz-nos o favor de ser feliz, sim?

22/03/2011

Dúvidas.

O que é que se faz quando se tem um filho que, ao final do dia e quando é contrariado, se deita no chão a fingir de chora armado em drama-king?

Cá em casa, ignora-se: continuamos a fazer a nossa vida e fingimos que ele não está lá. Mas, o que dirão os profissionais sobre isto?

Sesta.

Isto da sesta dos bebés é uma seca, porque quebra logo o ritmo de um dia de folga em que podia estar a almoçar na praia ao sol. Agora estou em casa, a pensar nas mil e uma coisas que podia estar a fazer e a olhar para o relógio a pensar quando é que o puto decide acordar para fazer coisas.
A verdade é que não tenho muito jeito para ficar parada.

18/03/2011

Coisas que nunca hei-de perceber #1

Como é que num minuto ele está a correr pela casa a mil à hora e no minuto seguinte está a dormir pesadamente na cama?

17/03/2011

Little Ball

O meu filho não vê o Panda, não conhece o Noddy nem o Ruca. Cá em casa, vemos o BabyTV e adoramos. Gostamos de todos os desenhos, das histórias, das músicas. Temos coreografias para uma série delas e já sabemos que "as formigas marcham duas a duas lá lá". Sabemos que vem lá o Tuli só pela música, adoramos as histórias por trás dos quadros da Galeria do Avô, fartamo-nos de rir com as aventuras dos Cuddlies. Estamos a aprender a contar com o Charlie, desvendamos os enigmas dos Egg Birds e divertimo-nos muito com as peripécias do Yoyo. Enfim, sabemos tudo de cor!
E depois, há esta bola, que aparece muito perto da hora de dormir.
Ela é vermelha e azul. Ela não conta história nenhuma. Ela não faz coisíssima nenhuma especial. Ela pincha. Apenas e só: pincha durante uns bons cinco minutos! E, acreditem ou não, faz do meu filho a criança mais feliz do mundo. Ao ponto de chorar quando a bola vai dormir (o que é um bom pretexto para o levar para a cama logo a seguir).

O meu filho é feliz com uma bola que pincha. E se ela o faz feliz, eu A-D-O-R-O esta bola.


De volta!

Depois de três longas semanas sem o meu netbook, que decidia bloquear ao fim de 10 minutos, estou de volta com muita energia.

P.S. Não gosto de postar do telemóvel.

21/02/2011

Cena:
Lugar bem pequenino para estacionar em fila pilinha, ainda por cima numa curva.
Carros estacionados nos dois lados da estrada.
Do lado oposto ao lado onde eu queria estacionar, um carro estacionado em segunda fila.
Dois carros atrás de mim à espera que eu fizesse a manobra.

Acção:
Tentativa de estacionar #1 sem sucesso.
Tentativa de estacionar #2 sem sucesso.
Tentativa de estacionar #3 a meio quando o carro de trás se põe ao meu lado a querer conversa.

Diálogo:
Gajo-machista-com-opel-corsa-dos-antigos: precisa que eu lhe estacione o carro?
Esta-que-vos-escreve: não, obrigada. O senhor precisa que eu estacione o seu?
GMCOCDA: é que está aí há tanto tempo!
EQVE: sim, tenho um carro ao lado estacionado em segunda fila que me dificulta o ângulo.
GMCOCDA + a família toda: (gargalhadas)
EQVE: se eu tivesse o seu carro seria mais fácil, mas o meu é o dobro do seu, sabe?

Emoção a reter:
TUNGA que já ouviste.

Nota para o leitor:
Críticas à minha condução é coisa para me tirar do sério. Olá se é!

18/02/2011

Aderir a um tarifário da TMN, basta enviar um sms ou mesmo online, com um só clique.
Desistir de um, é preciso ficar pendurada ao telefone durante 27 minutos, falar com quatro pessoas, e ainda ouvir que me oferecem aquele mesmo serviço por metade do preço.
Ora bolas... Se eu podia estar a pagar três euros, porque é que me estavam a cobrar seis?

Sem mais conversas...

24/01/2011

34.

Hoje faço anos e está um frio do caraças.
O meu cabelo fica muito mais giro quando o tempo está frio.

Faço anos e estou gira.

E é isto.

23/01/2011

Atraso.

E entretanto, algures no mês passado, este blog fez sete anos e ninguém se lembrou.
Nem eu!

21/01/2011

A vida é um desafio difícil de viver.

Não percebo...
Há dias fantásticos, em que tudo corre de feição, em que me esforço e dou o litro, muitas vezes abdicando de tempo que não tenho, de paciência que não tenho e de vontade que não tenho. Nesses dias, sai-me da pele o esforço mas deito-me à noite com a sensação de missão cumprida e alguma motivação acrescida. Aquela motivação que anda algures a brincar às escondidas comigo.
Mas o que me lixa, o que me deixa realmente revoltada é ver que esse esforço não é compensado nem sequer é visto ou contabilizado. Chego à conclusão que ter feito o esforço ou não, é exactamente a mesma coisa. Valeu a pena abdicar do tempo? Valeu a pena passar menos tempo com aquilo que realmente me interessa? Aquilo que realmente me deixa realizada e feliz?

Depois, aparecem outros percalços: aqueles que não podemos contornar e que não matam, mas moem. E alguém nos diz que temos que fazer exames que nunca fizemos, há uma remota hipótese de um pequeno problema. Lá está: não mata mas é coisa para deixar qualquer pessoa abalada e sem chão para cair. E nessa altura, em que o apoio e algumas palavras de conforto são aquilo que mais desejo (e não é preciso muito para confortar uma pessoa), precisamente nesse momento não existem. E espero e faço notar e lembro e nada. Nada.

Amanhã, já não penso nisto. Amanhã, se este sol acolhedor continuar a brilhar, já não penso na falta de tempo, na falta de apoio, na falta de motivação, porque amanhã é sábado e já nada disto interessa. Mas hoje...
Era hoje...