24/05/2016

Muitas vezes me ouviram dizer "o que custa são os primeiros dois anos". De todas as vezes que o disse, acreditei mesmo naquelas palavras, tive a certeza que seriam 24 meses puxados.
Esses dois anos já passaram. E eu só me apercebi disso este fim de semana quando os minis decidiram, por iniciativa deles, deitar as chupetas para o lixo. Eu, sem querer acreditar, expliquei as consequências do acto, lembrei, principalmente ao Manu, que é era o mais dependente e viciado na "xuxu", que o lixo era levado por um camião verde para muito longe. E ele "não faz mal: Manu é crescido" e logo ela atrás "fajmal: Teté quexida". E eu a insistir que o camião não volta, que vai meeeeesmo para longe e nem volta à noite antes de dormir. E ele, como sempre, a argumentar: "eu prometo, Mamã. O Manu até já usa cuecas", e ela, papagaia, "Mamã, Teté xá uja bécas!"

Foram dois anos que passaram a voar. Não: não custaram mais estes dois anos do que custarão os próximos. Foi fisicamente duro andar com os dois ao colo, acordar todas as noites, adormecer ao colo. Mas vê-los nestas conquistas juntos, neste processo de crescimento tão próximo e tão cúmplice, faz-me pensar que não custou nada. O que custa é vê-los crescer e deixarem de ser os meus bebés pequenos. 
Faria tudo igual outra vez: acordaria todas as noites, subiria todas as escadas com dois bebés ao colo, cantaria a mesma canção de embalar vezes e vezes sem conta.

Os meus bebés largaram a chuchas e não tarda já não usam fraldas. Muitas vezes disse que o que custa são os primeiros dois anos quando, na verdade, em vez de dois devia dizer 18.

08/05/2016

Expectativas.

No final, os culpados somos sempre nós.
Nós, que criamos expectativas.
Nós, que idealizamos o futuro.
Nós, que insistimos em prever cada minuto.

A vida não é previsível. Se fosse, perdia a piada.