11/04/2007

Frágil

É tudo tão frágil…
Perco tempo a pensar no quão miserável é a vida. Horas. Dias. Anos. Porque não tenho um companheiro, porque perdi o meu porto de abrigo, porque a minha conta bancária com quatro dígitos dura apenas uns cinco dias. Porque a pessoa que eu gosto já nem se lembra que eu existo, porque já me esqueci o que é estar apaixonada, porque não posso comprar o carro dos meus sonhos. Porque o trabalho está uma merda, porque sou mal paga, porque não sou reconhecida no esforço de todos os dias. Porque não posso comprar a colecção completa da Massimo Dutti, porque não posso ir a Londres passar quatro dias, porque nem sequer posso inscrever-me num ginásio. Porque me zanguei com as pessoas erradas, porque não consigo perdoar desilusões, porque não consigo pedir desculpas.
E, de repente, puf.
Num segundo a vida de outra pessoa acaba assim, num baque, como se não fosse nada. Como se a condição humana fosse frágil como uma construção de Leggo, ou como qualquer electrodoméstico que, com um simples carregar de botão, se desligasse.

E eu pergunto: perder tempo a pensar em quê?

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