22/07/2013

Tenho muita sorte.

Vou agora deitar-me, cansada, com as costas feitas num oito, olhos pesados e a casa de pantanas. De tudo o que tenho para fazer, consegui apanhar uma roupa da corda e estender outra que acabou de sair da máquina, lavar biberões, arrumar as compras do Ikea e coser elásticos nas sapatilhas novas do Ballet. Chegamos a casa depois das nove, ainda consumi meia hora de lixo televisivo e é meia noite e meia. Passo no quarto dos miúdos antes de me ir deitar, dou um beijo a cada um e penso tenho muita sorte. 

Estou longe de ter uma vida perfeita. Que o diga o meu colchão defeituoso, o meu carro que precisa de travões, a minha casa desarrumada, a minha falta de organização, a minha pouca vontade de cozinhar, os meus sapatos gastos, o pouco tempo que dou, em exclusivo, ao meu marido. Que o digam algumas discussões (dos adultos), as birras e os choros (das crianças). 
Mas quando passo a esta hora naquele quarto, quando olho para os rapazes a dormir, quando lhes sinto o cheiro, a respiração, quando os vejo felizes e saudáveis, sinto que está tudo ali. Estes rapazes são tudo e eu tenho muita sorte em tê-los na minha vida.    

1 comentário:

Joana (mãe da caracoleta) disse...

Como eu te entendo ;)