26/06/2013

Nenhuma criança devia sofrer. Nem as de 36 anos.

Eu sempre disse que o assunto xuxa me era muito sensível. Lembro-me perfeitamente da minha primeira noite sem xuxa e de implorar por mais uns momentos com a minha fiel companheira das noites. Tinha quase seis anos. Lembro-me até da cor dos lençóis. 
Nunca insisti com o António para largar a xuxa precisamente pela lembrança daquela noite. Sempre me fui confortando com a célebre teoria do "ninguém vai para a faculdade a usar xuxa" (excepto a Vanessa, acrescento eu). Até que hoje, por livre e espontânea vontade, o meu mais velho decidiu deitar a xuxa para o lixo. Grande festa com direito a visita ao estádio do Dragão (aproveitando o facto de estarmos de férias no Porto), compras na loja do FCP, bolo, parabéns a você e até, imagine-se, um telefonema do Jackson Martinez, o herói do meu filho, a dar os parabéns pelo grande acontecimento. 
Depois veio a noite. 
E aquela noite, há 30 anos atrás, em que implorava por mais uns momentos com aquela fiel companheira, as lágrimas gordas nos lençóis das riscas, a dor grande no peito, aconteceu outra vez. Mas desta vez, o protagonista era o menino mais especial do Mundo. Aquele sofrimento, aquela dor, aconteceu tudo outra vez. 

O pior já passou, dizem. Espero que sim. 

2 comentários:

inha disse...

acredita, o pior passou.
cá por casa também foi para o lixo há 1 ano e 1 mês, e o que custou mesmo foi a 1ª noite

Anónimo disse...

não quero pensar como será com o meu António. Eu nunca usei chucha. A minha mãe fala numa tetina de biberão mto velha e gasta que eu usava para dormir e um dia caiu da varanda e eu devia ter um ano e fiquei com a sensação que o cão do vizinho a tinha levado. Chorei umas horas, reza a lenda e depois esqueci-me disso.Deves ter balançado muito cheia de vontade de lhe dar a chucha, não? beijinhos Joana, Évora