25/01/2014

Acordar em casa.

Uma das coisas de que tenho mais saudades da casa dos meus pais, é do acordar de fim de semana. Ainda deitada na cama, passo os últimos minutos de sono a ouvir o barulho da casa, depois desperto e 

- Papááááá!!!

O meu Pai senta-se à beira da cama e conversamos no mimo. Depois chega a minha Mãe e junta-se a nós. E passamos assim uns bons minutos até sair da cama.

Já depois de sair de casa dos meus pais, lembro-me de isto ter acontecido duas vezes, ainda que com algumas diferenças. 
Em 2004, num hotel no Porto onde estava alojada (estive lá a trabalhar durante 3 meses e fiquei a viver no hotel). Os meus pais visitaram-me e ficaram no quarto do lado. Não podendo chama-los, levantei-me, bati à porta do quarto deles, e meti-me na cama deles para o mimo.
Em 2009, em vésperas de parir do meu mais velho, o meu marido precisou de se ausentar durante uma semana. Nessa semana, e na recta final de uma gravidez de risco, mudei-me para casa dos meus pais, não fosse acontecer alguma coisa durante a noite. Uma manhã, lá estava eu:

- Papááááá!!!

E o ritual aconteceu. Acho que foi a ultima vez.

Hoje de manhã lembrei-me disto. E senti saudades da casa dos meus pais, do cheiro, dos barulhos, do mimo.

24/01/2014

37

Eu não gosto de fazer anos. Nunca gostei. Uma das maiores desilusões da minha vida aconteceu no meu dia de anos. Há muitos anos. Hoje, continuo sem gostar de fazer anos. E gostava de gostar de fazer anos. Mas não gosto. Porque, invariavelmente, acontece qualquer coisa que troca as voltas aos meus anos. 
prometi uma vez que não fazia mais anos. Nunca mais.

Talvez seja uma questão de expectativa. Mas hoje não foi um bom dia.

(Obrigada R., por me teres salvo o dia com a tua companhia!)

22/01/2014

Lavar roupa suja


1+0=1
Vivemos sozinhas durante anos e habituamo-nos a fazer duas máquinas de roupa por semana: uma de roupa clara e outra de roupa escura. Passamos umas pecinhas de vez em quando, aos domingos à noite, durante a opinião do Prof. Marcelo dobramos as meias e as cuecas e estamos com o assunto tratado.

1+1=2
Depois casamos e deixamos de carregar no botão "meia máquina" porque já temos a roupa do marido. Passamos umas t-shirts a mais (sim, sou uma sortuda e cá em casa não há gravatas nem camisas nem fatos para lavar), dobramos mais umas meias e assunto arrumado. Pacífico.

2+1=3
Nasce o primeiro filho e o caso muda de figura: somos Mães de primeira viagem e fazemos uma máquina de dois em dois dias só com roupa do bebé com detergente especial aloe vera super mega hiper ultra delicado, além das outras máquinas normais que já fazíamos antes. Aos domingos passamos a ferro a roupa do bebé com água destilada com cheiro de rosas silvestres. O resto da roupa começamos a ponderar em passar com a mão. Aos domingos, começas a dobrar as cuecas e as meias a meio da tarde.

3+1=4
Começamos a perceber que a matemática é uma batata e, definitivamente, não se aplica ao assunto da roupa. A quantidade de roupa para tratar triplica com o aumento do agregado familiar: se agora são quatro pessoas, a roupa passa a equivaler a um batalhão de 12. Fazemos máquinas praticamente todos os dias, misturamos a roupa de bebé, de criança, dos pais, de banho, de cama. Utilizamos o detergente mais barato, deixamos de usar detergente líquido porque se gasta mais rapidamente que um litro de leite, escolhemos o amaciador que estiver em promoção e o tira-nódoas de marca branca. Deixamos de passar a ferro e começamos a dobrar a roupa mal ela sai da corda (encostando-a à barriga e passando várias vezes com a mão para tirar os vincos maiores) e daí directa para a gaveta. Rezamos para que as educadoras na escola não perguntem aos nossos filhos "mas a tua Mãe não passa a ferro??". Gastamos mais tempo a dobrar cuecas e meias do que a escrever no blogue e não é raro andar pela casa todos nus para ir buscar umas cuecas ao alguidar porque a gaveta já está vazia.

4+1=5
Aguardamos com curiosidade.

21/01/2014

As maiores mentiras que se diz a uma grávida e/ou tudo o que eu gostaria que me dissessem antes de ser Mãe:

1) "Aproveita para dormir enquanto ele dorme"
É mentira! Quando ele dorme, tu vais querer tratar daquela roupa suja que se acumula desde que foste para a maternidade. Ou vais querer tomar aquele banho relaxado sem pensar em nada. Ou vais ter aquela visita. Ou vais receber mais um telefonema. Ou, simplesmente, vais querer olhar para o teu bebé novo, estudar-lhe os traços, ouvi-lo respirar. A verdade é que nunca mais vais ter o mesmo sono que tinhas antes: vais conseguir dormir como um pedra com o teu marido a ressonar ao teu lado mas vais acordar ao primeiro gemido que ouvires do quarto ao lado.

2) Não tenhas medo do parto. 
Por pior que possa correr, há uma coisa chamada anestesia e tu não vais sentir nada. Nem se ele tiver que sair a ferros ou ventosas ou o diabo a sete. Isso é o menos.
Teme, sim, o pós parto. E não acredites que os primeiros 10 dias são os piores. É mentira! O pior é o primeiro mês. Às vezes, dois meses. Às vezes ficas um ano sem conseguires vestir umas calças de ganga porque te magoam o pipi e aí juras que nunca mais vais querer ter filhos na vida e até és capaz de culpar teu marido. Depois passa. Passa sempre.
(Passa tanto que até há quem arrisque um terceiro filho!!)

3) Confia no teu instinto.
Se puseres três pessoas à volta de um bebé a chorar, vais ver que as três pessoas vão dizer coisas diferentes sobre o choro do bebé: é fome, é cólica, é mimo, é manha, é sono, é fralda. Confia no teu instinto: se achas que é colo, dá-lhe colo mesmo que haja logo um velho do Restelo a pregar "oh deus, vais habitua-lo ao colo, estás perdida!!". Se achas que é fome, dá-lhe de comer. Se achas que é mimo, enche-o de mimo. É um bebé. É teu. Faz dele o que achas que é certo.

4)"Perfeito, perfeito é mamar ao peito."
É mentira! Não duvido que seja bom e uma experiência única e maravilhosa, que seja prático, barato. Mas há quem não consiga/ não queira/ não tenha leite. E isso não faz mal!! Apesar de todo o fundamentalismo que existe à volta da amamentação em pleno século XXI, de toda a informação que te impingem sobre o tema, de toda a formação que vão querer dar-te em todo o lado por onde te vires durante essa gravidez, não vais ser pior Mãe se ficares com as mamas a sangrar ao segundo dia e/ou se optares por dar leite adaptado ao fim de 24 horas de vida do teu bebé. O teu filho vai gostar de ti na mesma, juro! Quem sabe de ti e das tuas mamas és tu. Caga para as fundamentalistas da amamentação. 

5) Nem todas as Mães se apaixonam pelos filhos à primeira vista.
E não há mal nenhum nisso. Estás a conhece-lo, estás a habituar-te a um estranho que não tem rotinas, que não tem hábitos, que é totalmente dependente, que é frágil, que não fala, que não se faz entender. Estás a habituar-te ao teu corpo e ao teu novo Eu-Mãe. Estás a ter a maior descarga hormonal que um ser humano consegue suportar. Estás a lidar com a maior mudança da vida de uma pessoa. Estás a lidar com outra pessoa (o Pai) que está tão ou mais perdido que tu. Se tiveres que chorar, chora. Se tiveres que mandar todas as visitas para fora da tua casa, manda. Se tiveres de dizer asneiras bem alto, diz. Ninguém te vai levar a mal e eu garanto que alivia. Se olhares para o teu filho no terceiro dia e pensares "o que é que eu fui fazer da minha vida", é normal. Mas ele é o teu filho e vai ser sempre o maior Amor da tua vida. Mesmo que não comece bem, será sempre mas sempre o teu coração a bater no peito de outra pessoa. E vale a pena. Vais ver que vale muuuuito a pena.

17/01/2014

Design de Interiores aos 4 anos:

Esta é a primeira gaveta da cómoda do António e ele é livre para decora-la como quiser. Às vezes, aparecem uns autocolantes de carros e corridas. Noutras vezes, aparecem os autocolantes que ele ganha nas aulas de Inglês.
Até aqui tudo bem.


Agora, pessoas com filhos e/ou com sentido estético, expliquem-me os autocolantes das bananas...


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16/01/2014

As palavras podiam ser minhas

Li isto e pensei que podia ter sido eu a escrever.
Várias vezes por dia penso que gostava de voltar a ter uma hora apenas sem filhos. Não estou a falar das horas em que os deixo na escola e tenho folga e posso fazer o que me der na real gana. Não!, estou a falar daquele tempo em que eu não vivia com o coração fora do peito, em que na minha vida era eu e só eu, em que tudo o que eu fizesse só teria implicações na minha vida. É aquilo que está ali escrito, sem tirar nem pôr.

Depois há aqueles dias que são invadidos pela nuvem negra da incerteza, que fazem os relógios parar, que nada faz sentido e que tudo gira ao contrário. Nesses dias, é tê-los aqui ao pé de mim, bem debaixo da minha asa e tenho logo a certeza que é assim que deve ser. Assim é que faz sentido.

E não podia ser de outra maneira.


15/01/2014

Os meus filhos são estranhos.

Há dois anos, cancelamos o serviço da Meo. Não víamos televisão que justificasse aquela mensalidade e optamos por um serviço só de net e telefone fixo poupando uns trocos. Portanto, há dois anos que temos quatro canais, TDT a funcionar mal e com péssima qualidade de imagem. 
Agora, com os pacotes novos de net + tv + telemóveis, fizemos as contas e chegamos à conclusão que podíamos poupar uns trocos por mês tendo mais canais disponíveis e re-instalamos o serviço. Eu estava em pulgas com a possibilidade de ver outras coisas, outros canais, voltar a ver séries, voltar a poder escolher o que quer que fosse para além do botão OFF da minha televisão (apesar de saber que não tenho tempo para ver televisão e, quando tenho, adormeço em breves cinco segundos). E estava também em pulgas para ver a reacção dos meus filhos, principalmente do mais velho. Seria como ver televisão a cores pela primeira vez, pensei eu, e já o imaginava de queixo caído a ver o Baby TV (o preferido dele há dois anos), o Jim Jam, o Panda... Pensei logo que ele ia deixar de ser ostracizado pelos colegas na escola depois de conhecer o Jake, os Caricas e outros que não têm espaço no Zig-Zag. Imaginei o olhar extasiado do puto, a birra para ir para a cama esta noite, a dificuldade em mudar de canal.
Preparei a máquina fotográfica e anunciei a boa nova:

- António, já temos canais só de desenhos animados! Até temos o Disney Channel onde passa mooooontes de episódios da Casa do Mickey Mouse!!! 

Toda eu era entusiasmo, orgulho e rejubilo. Ele olhou para a caixa mágica e com um sorriso amarelo:

- Boa.

Virou costas e continuou a corrida de carrinhos que estava a acontecer no tapete da sala.
Tive vergonha e não tirei nenhuma foto.

14/01/2014

A Princesa sem nome II

Todas as hipóteses já foram colocadas. E quando eu digo todas, estou mesmo a falar a sério: TODAS, incluindo Jupraltina. A saga da escolha do nome não é de hoje: já dura há cinco anos.
Há algumas condições: não pode/deve começar com a mesma letra dos outros manos, deve manter o estilo dos "nomes antigos" para combinar com os outros, prefiro que não faça homenagem a ninguém (avós, tias, amigas: porque ela vai sempre ter mais que uma avó, mais que uma tia e fazer homenagem a umas e não a outras não me parece nada justo) e, finalmente, nomes de ex-namoradas do Pai estão fora de questão. Também evitamos nomes repetidos de outras crianças que nos são próximas e que têm a mesma idade, porque anda tudo na mesma escola e assim evitamos serem tratadas como na tropa: a Almeida, a Cunha e a Silva (eu sei que é chato: fiz o 9º ano com seis Susana na mesma turma - SEIS).
Portanto, e por exclusão de partes, ficaram estes em cima da mesa: 

         Luísa 
         Teresa
         Isabel
         Sofia

Os rapazes estão inclinados para um, eu estou inclinada para outro, apesar de gostar de todos. 
Querem tentar adivinhar?

13/01/2014

DIY 2

Um dos livros preferidos lá em casa é este e por isso não pensei duas vezes sobre o que fazer com aquela caixa enorme que apareceu lá em casa. Foi até muito simples: bastou pôr o (ainda) mais novo lá dentro e o resto veio sozinho.
A primeira coisa a acontecer, foi o mais velho juntar-se e de repente a caixa não é uma caixa: é um carro. Tivemos que desenhar o painel com conta quilómetros, indicadores de consumo e até rádio (sintonizada na nossa estação preferida, claro).



Rapidamente deixou de ser um carro: só tinha dois lugares e por isso só podia ser uma mota!


Mas não temos capacetes! Toda a gente sabe que é proibido andar de mota sem capacete. Logo chegou outra ideia: tem asas, é um avião! Adicionamos a companhia aérea nas asas, não se fosse confundir com uma low cost qualquer, e estamos prontos para voar. Tio Miguel: prepara a mesa que vamos almoçar ao Brasil!



(Não faço ideia que combustível levam os aviões, por isso não gozem, ok??)

Personalizamos mais um bocado a máquina, escrevendo "este avião é do António". Quem não percebe que é isto que está ali escrito, é uma batata podre.
Mais tarde, já com o avião aos comandos exclusivos do António (já se sabe que os mais pequenos se fartam rapidamente das novidades), foi transformado em garagem de carros e autocarros (e de peças de dominó, mas não percebi a lógica).


Com esta brincadeira e com os dois dominados num espaço seguro e vigiado (sobretudo o mais pequeno), consegui arrumar a cozinha toda, fazer sopa e adiantar o jantar. Cool!!!
O mais engraçado de tudo é que para além dos desenhos, eu não tive que fazer nada: as ideias surgiram naturalmente da cabeça do mais velho.

12/01/2014

A Princesa sem nome (porque eu ainda sou a Rainha nesta casa)

Desde que engravidamos a primeira vez, decidimos que, se fosse menina, chamar-se-ia Ana. Só Ana, sem mais nada. O médico confirmou que era um rapaz e, por sugestão do Pai, que me agradou bastante, ficou António.

Na segunda gravidez, combinamos que, sendo menina, se chamaria Ana. Sem qualquer dúvida. Só Ana, sem mais nada. Confirmou-se que seria mais um rapaz, o António chamou-o Manel assim de chofre. Gostamos e ficou Manuel.
Entretanto, o meu irmão que (pensávamos nós) nasceu para ser Tio e apenas Tio babado dos seus sobrinhos, anuncia que está grávido e que tem uma filha de coração. Nome da filha de coração? Ana. Ahahahah!!!!

Terceira gravidez: já que Ana está ocupado, Maria seria a segunda escolha. Só Maria, sem mais nada.
Eles fizeram o teste, será uma menina.
- Vai chamar-se Maria!, disseram.
E o nosso é confirmado como sendo um rapaz. Perfeito: nós fazemos os meninos e eles as meninas, nomes perfeitos, dúvida entre José e Joaquim, o António decidiu, está decidido: Joaquim! Melhor não podia ser, até porque eu e o J não chegamos a acordo sobre nomes de meninas: todos os que eu gosto ele não gosta e todos os que ele gosta não me dizem nada.

Às 22 semanas, o médico 

"ah, que giro, afinal o Joaquim tem um pipi!"
"está a gozar comigo, certo?"
"mas está tudo bem com a bebé!"
"diga-me que está a gozar comigo!"

E ele ficou sem perceber que, estando Joaquina fora de questão pelas razões óbvias (perdoem-me as Joaquinas que me lêem), ficamos com uma menina sem nome.

11/01/2014

Falar Inglês

O meu filho mais velho aprende inglês na escola. Além de outras coisas, ele aprende a cantar músicas em Inglês. Ele, que é o maior trapalhão do mundo a falar Português, fica muito cómico a cantar em Inglês. Saem assim coisas deste género:

Jingle Bells Jingle Bells, Jingle all the waine...

Ou então:

Xeiquó éd, quicó leds, ueió amx (em vez de shake you head, kick your legs, wave your arms).

E eu farto-me de rir com ele e penso sempre que da próxima vez tenho mesmo que gravar, porque um dia ele aprende a dizer as coisas bem e perde metade da piada. 
Mas lembro-me também da primeira música que eu aprendi a cantar em Inglês, antes mesmo de saber o que era o Inglês ou de perceber que havia pessoas no mundo que falam outra língua. Foi, por influência do meu irmão, o Walk of Life dos Dire Straits e lembro-me do que ele gozava de cada vez que eu a cantava (e atenção que eu cantava TUDO, do início ao fim!!). 
E ainda aquela cassete (aqui já mais velha) com as minhas músicas preferidas, gravadas da Rádio Cidade, que ficou gasta de tanto se ouvir. Na caixa da cassete, tinha a lista das músicas que eu própria tinha escrito à mão e uma delas era esta:


Cada vez mais acho que a minha infância e juventude tinham sido muito mais felizes com internet...

10/01/2014

[Não tenho título para isto]

Um português estava a estagiar num país do norte da Europa (Finlândia, Noruega, Suécia, não sei qual). Um dia apanhou boleia de um colega que o levou de carro até ao trabalho. Foram dos primeiros a chegar e, apesar de haver imensos lugares de estacionamento mesmo à porta do edifício, o colega estacionou num lugar bem mais longe. Ao ver aquilo, o português achou estranho e perguntou porque é que ele tinha escolhido aquele lugar, com tantos que havia mesmo à porta:
- Não tenho pressa! Estes lugares ficam para aqueles que, por qualquer imprevisto, tiverem que chegar atrasados. Assim, não perdem tempo a chegar ao edifício.

Já não sei quem me contou esta história e nem sequer se ela é verdadeira. Isto é impensável no nosso país, certo?

Todos os dias choco com pessoas que se estão a cagar para os outros. Desculpa a linguagem, Mamã, mas é esta mesmo a expressão que quero usar: cagar para o próximo. Não é egoísmo: eu também sou egoísta, gosto de ver os meus interesses em primeiro lugar, gosto de me colocar em primeiro, mas caramba!, não passo por cima de ninguém para o fazer. Não piso ninguém! Ok, se calhar, não sou egoísta pura, sou só uma egoísta-zinha ou uma pseudo-egoísta. 
Ontem, entrava no edifício onde trabalho. Da porta, vejo o elevador: são uns 8/10 passos, e vi uma senhora a entrar, olhar para mim, carregar no botão e fechar a porta. Eu fiquei de fora.
Hoje, dia de chuva intensa, vi carros estacionados nas passadeiras à porta do edifício e, para passar por eles, não só tive que ziguezaguear com o meu carro como, a pé, tive que os contornar sendo obrigada a ir pelo meio da estrada.
Atenção: trabalho num sítio com estacionamento reservado (não há lugares marcados mas está reservado para funcionários, pessoas que trabalham comigo todos os dias, directa ou indirectamente).
Claramente, estas pessoas estão a cagar-se para as outras. Acho que isto ultrapassa o egoísmo: estão mesmo a CAGAR. Não lhes interessa todas as pessoas que os rodeiam, não lhes interessa! Para eles, não existe mais nada para além do seu próprio umbigo.
Não estou à espera de ter um lugar à porta quando entro às 10h, como na história que contei. Estou apenas à espera de consideração, de respeito. 
No mínimo, de respeito.

09/01/2014

Na alcofa.






11 meses! 
Céus, como o tempo passa depressa! Parece que ainda há dias entramos nesta casa com este bebé pequenino e dorminhoco.
Está cada vez mais engraçado. Alinha muito bem nas brincadeiras, é muito atrevido e mete-se connosco para chamar a atenção. A roupa está toda apertada (não curta: apertada mesmo), continua a comer bem e de tudo. Já tem 9 dentes (mas já andam mais a incomodar) e os caracóis estão a crescer outra vez. Já se põe de pé, invade o espaço do irmão sem medos e adora a escola. 

No próximo mês, acabamos este desafio. Já estou com saudades. Em Abril recomeçamos com um bebé diferente. :)

Peço desculpa, mas não tenho feito a referência ao blog onde tirei esta ideia. Lembro que a roubei daqui.

08/01/2014

DFU

A ideia não é minha, é descaradamente copiada daqui mas acho uma ideia tão boa, tão importante, que valoriza tanto os miúdos que achei imprescindível imitar. O António não mostra qualquer animosidade em relação ao irmão e até acho que se adaptou muito bem a esta pessoa pequenina que entrou na nossa vida e que passou os primeiros meses, basicamente, a dormir. De repente, começou a invadir o nosso espaço e tempo. Para uma criança de 4 anos, acho que se portou muito bem! Eu é que cheguei à conclusão que ele estava a ouvir vezes demais coisas como "não podes porque o mano...". Seja "não faças barulho que o mano está a dormir"ou "não brinques com isso que tem peças pequenas e o mano pode engolir" ou "não vamos ao parque que o mano tem de lanchar" e por aí fora. 
Decidimos que seria no meu primeiro dia de férias, planeamos muito bem o dia com tudo o que o António queria fazer, até decidimos a que horas faríamos as coisas. Então era isto:

- levar o Manu à escola
- andar de teleférico
- almoçar com o Papá
- andar na roda gigante
- passear muito
- andar sempre de metro

O dia começou logo mal com uma greve de metro até às 10 da manhã, com chuva e uma grande ventania. Lá tivemos de ir de carro, que deixamos depois estacionado na Feira Popular (não se pagava e o passeio acabaria lá). Se tivéssemos passado o dia dentro do metro o puto seria o mais feliz. Não consigo perceber esta fixação por transportes públicos. Dali fomos até ao Colombo ver o Pai Natal (conseguimos apanhar o Tio Nino, que eu acredito piamente ser O verdadeiro Pai Natal), tiramos fotos, depois fomos ter com o J, fomos de autocarro até ao Parque das Nações onde almoçamos. Não andamos de teleférico: já não chovia mas estava muito vento. Aquilo estava a funcionar, mas eu tive medo.
Voltamos para Entrecampos, a roda gigante estava parada mas jogamos matraquilhos, comi pão com chouriço e uma fartura. Fomos buscar o Manu, depois o Papá e acabou o dia.
O puto estava radiante. "Gostei muito do meu dia", dizia com orgulho. Sem dúvida, para repetir.

07/01/2014

DIY

Com os dias chuvosos e de férias com duas crianças, fica difícil entrete-las sem me cansar muito. Ainda por cima com idades tão diferentes...
O mais velho sempre gostou de brincar sozinho e nunca gostou de dormir a sesta, por isso sempre foi fácil esticar-me no sofá a ver filmes sem me preocupar muito com ele. Quer fosse nas férias quer nos fins de semana em que não trabalho. Agora, com o (ainda) mais novo a explorar a casa no seu rastejar enérgico, é mais difícil descansar durante mais do que uns minutos.

- Manu, estás a destruir a minha corrida!
- Mamã, ele está a comer papel.
- Opá, sai de cima de mim!

São as frases mais ouvidas cá em casa. Principalmente a segunda, que eu não sei onde o rapaz vai encontrar tanto papel nesta casa.

Um dia o António quis fazer "o projecto da pista do caracol" e eu: está bem! Pegamos numa folha (que consegui fotografar antes de ser comida pelo Manel) onde desenhamos o que ele queria fazer, como queria fazer, que materiais íamos usar e um esboço do resultado final. Por mais estranho que isto me possa parecer, é isto que ele faz na escola: projectos. Esquematiza, investiga, estuda, concretiza e, no fim, comunica a outras salas. Eu, que não percebo nada de pedagogia e que não me lembro nada da minha pré-escola, acho isto fantástico.
Ideias dele: rectângulos de papel de várias cores que fazem uma pista com números e depois fazemos corridas de caracóis.


Ok, na foto não se percebe nada mas até estava um projecto engraçado.
Pusemos Pus mãos à obra e comecei a cortar os rectângulos de várias cores. Usei cartolinas para ficar mais resistente.



O rapaz queria (porque queria) fazer um dado. Não podia ser utilizado um dos outros jogos "porque podemos perder". E pronto: aqui entrou a parte da investigação e fomos à internet ver como se faziam cubos. Só aqui é que eu percebi que o que ele queria era um jogo com casas, para jogar com o dado.


Aqui tivemos de fazer uma pausa para almoço, arrumar a cozinha, adormecer o Manel e lanchar. Mas da parte da tarde, voltamos a pôr mãos à obra e colamos os rectângulos de várias cores com fita cola, de modo a fazer uma pista. Em cada rectângulo escrevemos o número correspondente (aquele não parece, mas é um 7).


Desenhamos uma partida e uma chegada e estava feita a pista-jogo.


Jogamos uma vez, mas achamos que faltava ali qualquer coisa. Por isso, pusemos alguns obstáculos/tarefas em algumas casas, como por exemplo: "joga outra vez", "canta uma canção", avança duas casas", "lava a cabeça ao teu vizinho" (ideia do puto), entre outras. Ficou bem divertido e fartamo-nos de jogar até o Manel acordar. Bem divertido, este domingo!





06/01/2014

E a novidade do ano é:


Eu: O Dr. está a gozar comigo, certo???
Médico: Mas está tudo bem com o bebé!
Eu: DIGA-ME QUE ESTÁ A GOZAR COMIGO!

05/01/2014

Caso não tenham percebido,

a Casca esteve de férias e eu também. O Natal e a passagem de ano já lá vão, são quadras que eu não ligo muito e foram comemoradas de forma calma, tranquila e quente. Sim: quente. Os meus filhos decidiram fazer febrões alternados. O (ainda) mais novo na Consoada e o mais velho no dia de Natal. Só um febrão cada um, para estragar mesmo a quadra natalícia e chatear-me um bocadinho, porque isto de ter filhos doentes fora da nossa casa, é coisa para me deixar muito transtornada. No dia 26, já estavam bons, como se nada se tivesse passado. Ainda assim, fica a lição: quando sairmos de casa por uns dias, não esquecer de levar TODOS os medicamentos que eles possam (eventualmente-hipoteticamente-remotamente) precisar.
A grande vantagem foi ter o J sempre connosco: a barriga já pesa e o Manu também e por isso todas as ajudas são preciosas.

Fizemos o primeiro DFU da família (sem grande sucesso por causa do tempo), inventamos brincadeiras de casa, demos uma fugida ao parque no meio de duas chuvadas, comemoramos os nosso 5 anos de casamento e, sobre isto tudo, vou falando por aqui nos próximos posts. Que podem demorar dias a chegar, já sabem. Ou não.

A grande novidade da família também será lançada em post próprio. Agora que o choque já me passou, estou pronta para falar nisso.
Até breve, Amigos!

Let the new year begin!

Bom ano para todos!

(pronto, é só isto por agora)