Todos os dias penso na Frida Khalo. Todos, desde que acordo (principalmente quando acordo) até ir para a cama. Ela teve um acidente grave em miúda que a levou a ter muitos problemas de coluna (e não só), teve que ser várias vezes operada, passou meses na cama, enfim... uma vida de sofrimento.
Eu olho para os quadros dela e sinto-lhe as dores.
Eu vivo diariamente com dores. Não serão, com certeza, tão fortes como as da Frida Khalo, nem tão graves. Mas são diárias, constantes e acompanham-me há anos. Lembro-me de ter dores nos ossos, ainda muito pequena, principalmente no verão quando o calor aperta e queremos dormir destapados. Lembro-me do meu Pai dizer-me que eram dores de crescimento. Entretanto, cresci tudo e as dores continuam. Estas, as de crescimento, as dores nos ossos, eu já sei evitar. O problema agora são as outras: as das costas, aquelas que pioram enquanto durmo, aquelas que me levam às urgências de vez em quando, aquelas que me fazem fechar na casa de banho para os meus filhos não me verem chorar.
Todos os dias penso na Frida Khalo e sinto-lhe as dores. E penso também para que me serve ter filhos que dormem noites inteiras, se isto não me deixa dormir?
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