09/08/2004

Existem muitos tipos de pessoas.

Há pessoas que são altas, baixas, magras. Há as antipáticas, as faladoras e as pessimistas. As desajeitadas, as trapalhonas, as cómicas. Há ainda as cuscas, as vaidosas ou as snobes. Depois, há a Susana [eu!].
A Susana distingue-se das outras pessoas porque acontecem-lhe coisas que a mais ninguém acontece. Ninguém parte três braços a cair da cama (não os três ao mesmo tempo, não!!! Um de uma vez, dois da outra, claro). Ninguém tem dois acidentes de carro no mesmo dia. Ninguém rasga a própria Carta de Condução só para provar que tem um papel especial “irrasgável”.
[Aviso da Gerência: Todos os comentários que aparecerem sobre esta última “particularidade”, serão apagados de imediato.]
Enfim... é rara a semana em que não haja uma história absurda na minha vida. Não que haja falta de atenção, não que seja desajeitada. Não!! Acredito mesmo que os Astros estivessem um bocadinho desalinhados, naquela noite de Inverno em que eu nasci.
Mas aprendi a viver com isso... Ao longo destes 27 anos de vida tenho passado algumas vergonhas, mas as pessoas até são simpáticas e, quando passo por elas, apesar de cochicharem umas com as outras, continuam a dar-me os bons dias.
Hoje, aconteceu outro “incidente”. Eu bem que evito e faço todos os esforços para que estas coisas não aconteçam, mas isto persegue-me! E eu não consigo ficar quieta.
Bom, explicando: estava eu na marquesa de um gabinete de estética, com o meu ar muito concentrado, uma vez que sinto sempre algumas cócegas nestas ocasiões. Mas, depois de muito treinar, já vou conseguindo passar aquela hora muito quietinha. Não podem é falar comigo, senão estraga-se a concentração. Então, eu deitada na marquesa, a Esteticista no passa-cera-pega-papelinho-passa-papelinho-e-arranca-pêlo, e no ar uma música portuguesa na Rádio (que eu ouvi depois ser a RCS – whatever that is...). E eu continuava no meu exercício de concentração. Até que, de repente, o animador da Rádio anuncia a próxima música, que eu entendo ser de um grupo chamado Divinos (ou será Divinus?), e com um nome que me é bastante familiar: “Memórias de Um Beijo”. E a música começa trá-lá-lá-tri-li-li (esta é a introdução) até o Senhor Cantor começar a cantar. Realmente, a música era-me familiar. Eu sempre gostei muito de Trovante e sempre considerei a “Memórias de Um Beijo” uma das músicas mais bonitas cantada em português. Mas o Senhor Cantor estava a cantá-la... em canto gregoriano. Aí, eu não resisti, e tive o maior ataque de riso da última semana. Ali mesmo. Aquilo só me fez lembrar a Dori (a amiga do Pai do Nemo) a falar “baleiês”. E eu ria, ria e a senhora a olhar para mim e o canto gregoriano no ar e o papelinho colado à perna e eu só consegui dizer, já a chorar de tanto rir:
- Eu sempre senti muitas cócegas nesse sítio...
Ao que a senhora respondeu:
- No joelho??

Acho que nunca mais vou àquele Salão...

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