16/12/2011

Assalto ao Centro de Saúde - Parte I

A cena passa-se num qualquer Centro de Saúde da periferia. Chego pelas 10h e tiro a senha 24. Olho para o monitor e vejo que estão a chamar a senha 86. Cerca de 40 minutos depois, chamam o meu número e eu encaminho-me com a velocidade que três furos e uma cicatriz na barriga me permitem. Este foi o diálogo:
- Bom dia. Eu fui operada na passada sexta feira e vim cá para uma consulta e para me passarem a baixa médica.
- Quem é o seu médico de família?
- Não tenho médico de família.
(a senhora abana a cabeça da esquerda para a direita com um ar muitíssimo dramático)
- Isso que a Senhora está a fazer significa exactamente o quê?
- Para hoje já não tem consulta.
- Muito bem. Então quero marcar uma consulta, por favor.
- Não pode: se não tem médico de família, tem de vir todos os dias até arranjar consulta. Mas venha mais cedo.
- (já a passar-me) Ouça, minha Senhora: eu fui operada há 3 dias e está a custar-me bastante estar aqui de pé. Eu apelo à vossa compreensão para ultrapassarmos esta questão do médico de família até porque eu tenho um prazo para entregar a baixa à minha entidade patronal. Eu só preciso de uma consulta! Não me vai obrigar a vir para aqui amanhã às cinco da manhã, em convalescença! Ou vai?
- Mostre-me lá o papel do hospital. (mostrei) 'Pére lá um bocadinho.
A senhora saiu do guichet e voltou passados uns segundos.
- Mostre-me lá o seu cartão de utente. (mostrei)
Voltou a sair, mais uns minutos e eu já a desfalecer. Voltou.
- Pronto, a Dra. X passa-lhe a baixa. Isto dos hospitais particulares são muito giros mas depois falham nestas coisas, sabe? Venha cá buscar a partir das 17h. Se não puder vir, pode mandar alguém por si. São 2,25€ da consulta.
- Da consulta? Mas a Dra. não vai ver-me?
- Não é preciso, filha. Vá lá para casa descansar.
- E volto às 17?
- Sim, vai levar duas baixas: uma de internamento e outra da recuperação. Quer os 30 dias?
- 30 dias??
- Sim, depois de um internamento tem direito a 30 dias de baixa.
- Mas o papel do hospital só fala em 15 dias!
- Sim, mas tem direito a 30. Quer os 30?
- Não!!! Quero os 15 dias aconselhados pelo cirurgião!
- Pronto, está bem! Até logo, então.

11/12/2011

Não há palavras...

E o que se sofre com a distância de um filho? Foi o pior de tudo...
Cinco dias de internamento, 79 horas de jejum e uma vesícula tirada depois, aqui estou eu. Quase sem conseguir mexer-me, tossir é tarefa impossível (espirrar, então, é de ir às lágrimas), braços e mãos e barriga cheios de furos, mas bem disposta. Que remédio, não?
Continuo com os presentes de Natal todos por fazer, tenho um postal (UM) para enviar pelo correio e nem sei bem como o hei-de fazer e já estou a ver que vão ser as duas semanas de baixa mais atarefadas que existem. Ou então, não: para dizer a verdade vou ter de pedir favores para me comprarem a cartolina, os tecidos, as linhas, as tintas, uma vez que não consigo sair de casa. Ou muito me engano, ou o Natal cá em casa vai ser mais tarde como o dos espanhóis.

04/12/2011

Hoje deu-nos para isto:


Eu: 
Calças e pantufas - Women Secret
Sweat-shirt - Decathlon
Cabelo e maquilhagem - Moi-Même
Ele:
Pijama - Loja de artigos para o Lar e Bebé, no metro dos Restauradores
Meias - H&M
Outros:
Sofá e manta - Ikea
Lenços de papel e CD - Continente

26/11/2011

Ser trintona também é...

... ter de combater o acne ao mesmo tempo que se combate as rugas de expressão.

Ser Mãe também é...

... esquecer-me de jantar com a azáfama do final de dia.
... ter de fazer sopa fora de horas com uma crise de dor de estômago e sem conseguir endireitar-me.
... acordar a meio da noite e conseguir tapar o puto e encontrar a chucha, mesmo com o quarto às escuras.
... desenhar o Pocoyo, fazer trabalhos da escola e outros prodígios manuais, mesmo sabendo que aqueles 3 a Educação Visual foram tirados com muita simpatia do professor.
... ter de comer legumes e todos os tipos de verduras à frente do filho com vontade de vomitar, só para dar o exemplo.
... acordar aos sábados e domingos às 8 da manhã com um sorriso no rosto.
... chegar a casa com o nariz e ouvidos entupidos, com a sensação de febre e dores no corpo todo e ainda conseguir montar torres de legos.
... dar banho, mudar fraldas, pegar o colo e fazer de cavalinho com uma valente dor de costas e um torcicolo.

13/11/2011

Palavras IV

E de repente, no espaço de poucos dias, surgem palavras que nunca pensei que ele se lembrasse, como:

Pau - avó Paula
polvo
paia - praia

E reconhece a letra da Mamã, do Papá, a do tio Miguel  e a do António.

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Vejo pouca televisão. Quer dizer, até nem vejo assim tão pouca, mas o BabyTV e os 52 episódios gravados do Pocoyo não contam. É cada vez mais raro ligar a TV e ver o que está a dar porque o que me interessa gravo e vejo mais tarde. E como já acabou o Biggest Loser e a 10ª temporada da Grey ainda não começou (btw, avisem-me quando começar, sim?? please?), acabo por ir para a cama cedo e dar bons avanços na pilha de livros que reside na minha mesa de cabeceira há meses. Ainda assim, vou fazendo zappings esporádicos e foi com grande surpresa que vejo o Pedro Granger, que é um miúdo (mais novo que eu, por isso miúdo) com quem sempre simpatizei, a apresentar o Elo Mais Fraco, Adeus. Ao princípio estranha-se, mas ao fim de  um episódio (posso chamar episódio a um concurso?) gostei bastante de o ver. 
Agora a publicidade: gosto de ver publicidade. Sempre gostei. Não quer dizer que goste dos intervalos comerciais da TV nacional que duram 30 minutos e a malta já se esqueceu do filme que estava a ver e os spots de perfumes que são repetidos vezes sem conta ou a Popota que se tornou uma Jay-Lo-wanna-be. Mas regra geral, gosto de ver o que se faz de novo na área (eu já fui publi-devoradora e passava noites no Fórum Lisboa a ver publicidade e adorava). 
Depois desta introdução toda, digam-me pessoas, por favor:
o que raio é aquilo que a Media Markt faz na TV em horário nobre. Hein?? O QUÊ??

08/11/2011

8.11.2011

6.30 - acordar
7 - sair de casa
7.20 - entrar no ginásio
8.45 - comer qualquer coisa rápida
9 - começar uma formação de motivação que acabou às 18.20 (com intervalo de almoço)
18.30 - ir para casa praticamente parada no trânsito
19.20 - chegar a casa dos Avós para ir buscar o puto e trazer jantar de hoje e almoço de amanhã
20 - dar banho ao puto, jantar e deixá-lo a ver 5 episódios do Pocoyo
20.30 - tirar a roupa da corda e apanhar uma molha (sim, eu tive roupa estendida durante o dia de hoje)
21 - pôr o puto na cama
21.30 - preparar roupas, marmita e saco do ginásio para amanhã...

... porque a alvorada é às 6.30.
E este cansaço está a saber-me bem mas bem. Há quanto tempo não me sentia assim? 

05/11/2011

Frio

Se há muito que usamos destas:

e destes:


Algumas pessoas (eu não consigo) não vivem sem estas:

E até há quem use estes:












Porque é que ainda ninguém se lembrou de inventar um aquecedor de nariz? Serei eu a única pessoa a sofrer deste mal? A única no mundo com um nariz comprido?
Ainda bem que vivo em Portugal. Se vivesse na Noruega, o nariz já  tinha caído...

30/10/2011

Já sei que não devo castrar a veia artística e a imaginação do meu filho. Sim, sou do mais liberal que há no que toca às Artes.
Mas confesso que me incomoda ter o frigorífico cheio de "arte" e a estante dos livros com mais "arte" e até perco a respiração quando penso que ele um dia vai descobrir que as paredes da casa são óptimas para encher com "arte".

Nota mental: esconder o giz e as canetas por mais alguns meses.

27/10/2011

Começamos por ter uma relação na base da necessidade. Só estávamos juntos em algumas situações: nas aulas, a ver TV. Lembro-me de esquecer que existíamos juntos nas férias. Nas aulas, o lugar da fila da frente estava guardado para nós. Não era um bom lugar: nunca gostei da fila da frente.
A partir de certa altura, há mais ou menos 20 anos, começou a ser uma relação diária. Já não podíamos viver separados. Desde que acordava até adormecer, estávamos juntos.
Houve alturas em que nos suportávamos. Outras que eu já não conseguia ver nada à frente. Alturas em que me fazias jeito. Outras, nem por isso. Na praia era o pesadelo! Na natação, ficava cega!
Há cerca de ano, a nossa relação teve um acidente (culpa do António) e por isso muito frágil. Nesse dia, invadiu-me um sentimento agridoce: por um lado estava contente por antever uma separação; por outro, foram muitos anos de companhia. Desde então, tenho vindo a pensar nisso e hoje chegou o dia. A partir das 15h, a nossa história será lembrada apenas em fotos, em memórias. 
Obrigada pela companhia de todo este tempo, mas está na hora da liberdade.
Adeus e até um dia.

Adeus, óculos!

19/10/2011

TVI

Estou  a chegar à conclusão que sou a única pessoa deste país que ainda não viu o novo Big Brother que anda aí a encher de assunto as conversas de café/copa.
Sinto-me à parte deste mundo e tentada a ligar a TVI.
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Nááá...

JRS II

Estou a três quartos do Codex 632 e ando tão fartinha daquela história e daqueles diálogos intermináveis entre o Prof. Noronha e o americano que já ando enjoada. Na fila de espera já estão mais dois que ando a namorar há imenso tempo: um João Tordo e um José Luís Peixoto. A concorrência é tão forte que ando mesmo a pensar em pôr o JRS de lado e desistir daquilo. Mas quem me manda ler dois livros seguidos daquele homem??

14/10/2011

Ser Mãe

é a melhor coisa que me aconteceu na minha vida.
Ao mesmo tempo é a mais desgastante, preocupante e sufocante. E eu não trocaria o desgaste, a preocupação e o sufoco por nada deste mundo.

Mas que dói, dói...

09/10/2011

Diálogos (im)prováveis #1

- António, vamos tomar banho.
- Não!
- Não? Sempre não! Não sabes dizer outra coisa?
- Não!

08/10/2011

02/10/2011

Na verdade, podia aqui escrever sobre a festa de anos do meu filho ontem, mas estou tão babada com o carinho de todos e tão anestesiada com as saudades que matei das minhas meninas e ainda tão em modo-fui-trabalhar-num-domingo-e-já-estou-a-bater-mal, que me faltam as palavras.
Ainda assim, quero agradecer a todos pela presença. E também àqueles que não puderam ir. E àqueles que estão longe. E todos todos que eu hoje estou para os mimos e contra isso não há nada a fazer.


Tenho mesmo vontade de escrever mais e voltar a ter neste blog uma actividade mais regular com postas diárias sobre coisas interessantes como a moda outono-inverno, vernizes ou puericultura. Mas cada vez que me sento neste sofá com o computador no colo cai-me uma sonolência e uma moleza que só me apetece esticar as pernas e fechar os olhos. Atenção que eu escrevi "esticar as pernas" e não "esticar o pernil". 

11/09/2011

JRS

Ando a ler A Filha do Capitão. É certo que é a primeira edição, mas bolas!, quantos erros de gramática já encontrei. E erros de construção frásica, sempre os mesmos, repetidos praticamente em todos os capítulos.
Não gosto.

10/09/2011

A blogosfera.

Se eu gostava de ter 1000 visitantes por dia? Epá, gostava. Gostava de chegar aos 500 seguidores e ter imensos comentários a cada posta que cá deixo. Gostava de receber mails para fazer publicidade a coisas em troca de presentinhos e telemóveis e coisas. Epá, gostava mesmo.
Não percebo como é que alguns blogs mantém esse número de visitas (mea culpa, mea culpa que também lá ando) a escrever postas da treta que se vêem mesmo que são para encher chouriços. Não percebo como é que há bloggers que têm esse número de visitantes só por mostrarem o modelito com que saíram de casa naquele dia (não tenho paciência e confesso que não sigo nenhum destes). Não entendo como é que se escreve postas e postas sobre qual o creme anti-rugas mais eficaz do mercado. Mais: numa altura como esta, não percebo como é que alguém consegue passar todos os fins de semana (TODOS) em hotéis caríssimos (pura inveja, confesso) e em pousadas proibitivas. 
Se ter 1000 visitas por dia implica deixar fotos diárias sobre o meu pequeno almoço ou sobre os sapatos novos comprados em saldo, então nunca lá chegarei (primeiro, porque o meu pequeno almoço é o mesmo há uns 30 anos: papa Nestum com açúcar e leite bem quente; depois, porque não compro sapatos há uns bons três anos). 
Eu devo ser uma pessoa muito desinteressante. Devo, devo...

(Se me acham interessante, agradeço uma palavra de conforto na caixa de comentários abaixo. Se for mesmo muito desinteressante, peço aos meus 3 seguidores que me mintam e deixem comentários simpáticos na caixa abaixo.)

Ainda as minhas costas

Ando a dormir muito melhor nos últimos 3 dias. O que é que eu fiz para melhorar? Virei a almofada ao contrário. Tão simples quanto isto. Tenho daquelas almofadas que tem duas ondas, uma maior que outra, e sempre dormi com a onda menor no pescoço. Pois que me passou qualquer coisa pela cabeça (uma almofada?) e virei a coisa ao contrário. Hoje, dormi quase 10 horas - DEZ! Apesar de ter sonhado com esparguete a sair do nariz e das orelhas de uma pessoa que não sei quem é (don't ask), dormi bem e acordei sem dores no pescoço. A lombar, essa, precisou de uns esticões para parar de doer, mas o pescoço estava fino.
Fixe!

06/09/2011

Não está fácil.

Estas dores de costas (e hoje de pernas) estão hoje num ponto de provocar lágrimas nos olhos. E mais não digo porque não vejo.

04/09/2011

Ir ao Lidl engorda-me.

Não é sítio que eu frequente, mas nestas férias falaram-me dos preços e da qualidade dos produtos de limpeza e lá fui eu, toda lampeira, comprar detergente para a louça e roupa e coisos. Aproveitei e abasteci a minha geleira de iogurtes que são muito bons e esses eu já conhecia.
Mas aquele corredor das gomas é a minha perdição e eu bem tentei passar por lá e não lhes ligar nenhuma. É que nem para elas olhei, vocês podem acreditar e estão aqui os meus botões que não me deixam mentir! Mas as ordinárias "ó Susana, ó Susana" e eu de cara virada e elas "pick me!!" e eu nada e depois espreitei pelo cantinho do olho para umas cor-de-rosinha lindas, pareciam uns morangos bem apetitosos e depois, pumba, para dentro do cesto. E não é que as aquelas coisas na minha casa não duram nem dois dias? Um saco de meio quilo, senhores, meio quilo e não conseguem ficar quietas 48 horas!
Assim, caros senhores do Lidl, não sei se ganham uma cliente.
Tztztz...