A viagem estava marcada desde 26 de julho.
Para quem não sabe, eu tenho uma parte do meu coração em Barcelona. Por duas razões: uma porque é a cidade que me apaixona e que me fazia deixar Lisboa sem pensar duas vezes; outra, porque é lá que vive (quase há 10 anos) a minha prima-irmã-amiga-maior-que-a-vida, a P.. Se mais razões fossem precisas, eu já não ia a Barcelona desde a minha lua-de-mel e estava a morrer de saudades da cidade.
Em julho, no final de um almoço com a família de coração, em que eu e a P. estivemos juntas mas que não chegou para os mimos que precisava (ela também teve uma bebé este ano e eu ainda não tinha beijado aquelas mega-bochechas as vezes suficientes), perguntei ao meu J, muito chorosa, "e agora, quando é que as vejo outra vez?". "Mas vocês passam os dias a conversar no viber!!", "não é a mesma coisa...","então, vamos em agosto!" E o meu rosto iluminou.
Fizemos contas à vida, às horas de viagem, à revisão do carro, e no dia 16, pouco faltava para a uma da manhã, fizemo-nos à estrada. Fizemos, praticamente, metade da viagem de noite com os miúdos a dormir (e eu também). A segunda metade foi dura, não pelos mais pequenos, mas pelo António que já está mais difícil de distrair. Jogamos o jogo das rimas, do "eu estou a ver", das adivinhas, dos números, das matrículas, paramos de duas em duas horas, comemos farnel que trazíamos de casa e só chegamos ao destino no final do dia. Mas valeu a pena, oh se valeu!
Visitar uma cidade com crianças é toda uma nova experiência: fiquei a conhecer todos os parques infantis da Horta até Gràcia! Mas também conseguimos ir às Ramblas, a Barceloneta, molhar o pé no Mediterrâneo e ao Tibidabo (para nós, ir a Barcelona sem ir ao Tibidabo é como ir a Roma sem ver o Papa), onde andamos várias vezes nas diversões à pala de uma família de emiratis que nos deram umas 12 senhas de entrada. Roda gigante, avião, grua e carrossel: tivemos direito a tudo!
A roda gigante
O avião que saía fora da montanha
A roda gigante vista da grua: era mesmo muito alto!
No regresso, fizemos ao contrário: saímos de manhã e chegamos a Lisboa de madrugada. Mas claro que a viagem de volta foi mais cansativa, mais longa e mais chata: a motivação não era a mesma.
Nesta altura, em três semanas de férias, cada um de nós já tinha dormido em quatro camas diferentes. Ainda as férias iam a meio...
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