28/11/2012

Tenho saudades da D. Lurdes, que decidiu emigrar para França deixando-me com um problema nas mãos: escolher uma empregada doméstica. Quem não sabe tratar da casa, dificilmente conseguirá arranjar uma pessoa que satisfaça as suas necessidades. É difícil explicar: se eu não sei o que é preciso fazer cá em casa para a deixar habitável, como é que posso deixar directrizes a uma pessoa?
A D. Lurdes sabia exactamente o que fazer. Aliás, a D. Lurdes sabia o que fazer para deixar esta casa ao meu gosto. Estava connosco há 8 anos, na minha casa e na casa da minha Mãe. Nunca tive que lhe dizer o que era para fazer: ela sabia!
Não sei se por saudades dela, se por defeito desta nova senhora, se por embirrância minha, não gosto desta senhora.É verdade que não lhe deixo recados como a minha Mãe deixa, mas à D. Lurdes também não deixava. É certo que nunca estive com ela mais de 3 minutos, porque deleguei a tarefa da primeira visita à minha Mãe, mas com a D. Lurdes aconteceu o mesmo.
Se a D. Lurdes dava conta do recado todo e ainda passava a ferro, porque é que esta senhora não faz? Mais: quem é que arruma o comando da TV em baixo da TV? É preciso eu sentar-me no sofá, perceber que o comando não está no sítio que eu defini ser o certo (mas que nunca lhe ensinei), levantar-me para o ir buscar e sentar-me outra vez. Para não falar do tempo que demoro a procurar outras coisas.
Sou uma péssima patroa, é o que é.

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