Vocês lembram-se: eu queria mesmo outro rapaz e fiquei em choque quando soube que vinha uma menina. Depois, veio a confusão do nome, a epopeia que foi encontrar um que gostássemos, as discussões que houve à volta disto. Depois chegou o grande dia e foi aquele Amor. O Amor que não se divide pelos filhos que se tem, mas multiplica-se logo que os sabemos dentro de nós.
E ela cresce rápido e fala e explica-se e corre e come tudo e muito. E é torta e teimosa e independente. Mas depois, olha-nos com aquela denguice que eu nunca vi nos rapazes e perdoamos (quase) tudo. Há quem diga que eu precisava de uma menina na minha vida. Que ela só me fez bem. Que foi ela quem conseguiu ressuscitar o meu lado feminino. Ela só me faz bem, é certo. O resto, quem sabe?
"Esta miúda é um exagero", canta o Jorge Palma. Deve ser a frase que mais vezes me passa pela cabeça quando a olho. Um exagero no que come, na cumplicidade com o Manuel, na protecção que procura no António, na concentração a fazer desenhos, na precisão a construir legos, na velocidade com que corre pela casa, na alegria quando me vê. Esta miúda é um exagero no Amor que lhe tenho, no mimo que trocamos, na atenção que me pede. E é um exagero tão bom...
Esta é a minha miúda e faz hoje dois anos. Dois anos de covinha na bochecha e olhos que mudam de cor.
Dois anos de Little Miss T.
Foto by Susana Cabaço
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