Acho que já disse por aqui que nunca gostei muito do Natal. Olhando para trás, acho que foram duas as razões principais: uma, porque o meu Avô materno adoeceu bastante e fez com que os Natais fossem passados só com a minha família paterna; outra, uns anos mais tarde, porque o meu Avô paterno deixou-nos nas vésperas de Natal. Desde que sou adulta, foi uma época agridoce por estas razões. Além de tudo isto, confesso: odeio ser obrigada a dar presentes, odeio o consumismo desenfreado que esta época significa, odeio o facto de as pessoas cegarem no mês de dezembro. O trânsito anda impossível, não se consegue comprar um litro de leite sem ficar 20 minutos numa fila... um desespero. Todos os anos penso que quero adormecer a meio de novembro e acordar a 6 de janeiro.
Desde que sou Mãe, o Natal traz-me mais alegrias. Ainda assim, acho ridículo a quantidade de brinquedos que os miúdos recebem e que a maioria acaba por ficar esquecida num canto da casa. Obriga-me a fazer limpezas frequentes ao quarto de brincar, o que não é mau se tivesse tempo para as fazer.
E chega o Natal de 2015. E chega o primeiro Natal nesta nova condição que ainda não baptizei. Chega o Natal, tempo de partilha, da Família e dou por mim a olhar para a minha, para o projecto que eu sonhei e para o qual lutei e não vejo nada mais que cinzas. Recordações. Memórias.
Os meus filhos estão todos na idade de perceber o Natal como deve ser: todos acreditam no Pai Natal, todos percebem a magia, todos estão na idade de valorizar a Família tal como eu os eduquei a valorizar. Fiz tudo para que essa magia acontecesse. Fiz os possíveis para eles se lembrarem deste Natal com a mesma felicidade. Tudo o que esteve nas minhas mãos, fiz.
O sabor agridoce esteve apenas na minha boca.
Sem comentários:
Enviar um comentário