Na noite passada, eles invadiram a minha cama. Primeiro o Manuel, com aqueles passinhos curtinhos, ouço-o a chegar. Sinto a mão dele na minha cara e sussurra "Mamã". Aproveito a noitada de trabalho do Pai, puxo-o para o meu lado e adormeço com os seus braços no meu pescoço.
Acordo antes do despertador tocar e sinto um peso na minha perna: há quanto tempo estaria o António ali a dormir? Fechei os olhos mais um bocadinho e fiquei a ouvi-los dormir, o cheiro a encher-me a alma.
Quando chegou a minha hora, saí da cama e fui à minha vida. Saí de casa e deixei-os todos a dormir.
À tarde, no carro, expliquei que não podia ser, cada um tinha a sua cama, que não podiam dormir comigo. Que eu não dormia bem com eles, que o Papá não dormia bem na cama deles, que isto tinha de acabar.
Agora, estou aqui deitada nesta cama enorme, cheia de vontade que um deles decida invadir novamente este espaço, para poder beber daquele mimo outra vez.
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