Sou daquelas pessoas-cabeça-dura. Ou seja, se ponho uma coisa na cabeça, não descanso até conseguir. Tem sido assim com tudo, desde um par de ténis Puma cor de laranja que fui comprar a Barcelona até uma viagem ao deserto o Arizona. Desde um Beyblade de metal para o meu mais velho ganhar os torneios todos lá do colégio até andar a galope numa praia deserta (num cavalo, claro está). Desde sempre. Até hoje.
Pois que pus na cabeça que depois do parto ia começar a correr. Eu (!!!), que sempre odiei correr, que mexer um dedo mindinho sem um objectivo concreto custa-me horrores. Eu, que já pratiquei quase todos os desportos que se podem lembrar e que me fartei ao fim de algum tempo.
Pesquisei na net os melhores planos de treino, informei-me sobre como começar, esperei a consulta de revisão do parto para me assegurar que podia correr sem mazelas para mim. Procurei as melhores dicas, a melhor música, os melhores ténis, o melhor percurso aqui na zona. E comecei.
Epá, comecei com uma pica brutal. Fui três vezes. Na terceira (há cinco dias) consegui correr 10 minutos seguidos. DEZ!! Não corria 10 minutos seguidos há uns 20 anos. E que bem que me soube.
Desde aí, há cinco dias, tenho umas dores lancinantes nos joelhos e tornozelos. Mal consigo subir e descer escadas. Queria voltar a correr, desta vez com o aquecimento correcto antes do exercício, mas as dores não passam nem sequer aliviam. E agora não me apetece viver com esta frustração, com esta barriga e com esta flacidez.
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