10/04/2006

Estou a tornar-me numa eremita.

Sempre gostei de estar sozinha. Quando vivia com os meus pais, costumava de sair de casa só para estar sozinha. Ia para a praia, ia ver exposições, andava de carro por aí, só para estar sozinha. Nunca tive medo da solidão. Para mim estar sozinha é mesmo uma necessidade.
Desde que vivo sozinha, já não preciso de sair de casa. Estar sozinha é um estado normal. Gosto de ficar em casa, de ver DVD’s, ler, sentar-me no sofá com o computador no colo e escrever, escrever, escrever.
Atenção! Adoro estar com os meus amigos. Adoro sair, adoro conversar, ver gente, conhecer pessoas, conhecer sítios novos, amigos dos amigos, conviver. Mas, ultimamente, quando saio por mais de umas horas (tirando quando vou trabalhar) tenho umas saudades da minha casinha!
Aqui há semanas, fui passar um fim-de-semana a TN. Tenho lá grandes amigos e já foram vários os fins-de-semana que passei lá. Então, nessa última vez que lá estive, a meio da noite, só pensava como fiz mal não ter levado o meu carro. Só me apetecia vir para casa, para o meu sofá, para a minha cama, para o meu espaço. Eu estava a gostar de estar lá com o pessoal todo, com os meninos ao rubro e as meninas em grande estilo. Mas as saudades eram tantas que, logo que arranjei boleia para Lisboa, aproveitei e às 8 da manhã estava a entrar em casa.
E assim se tem passado desde há algum tempo. Cada vez que saio, batem umas saudades de casa que tenho de voltar o mais depressa possível. Não necessariamente para ficar sozinha (isso é mais uma imposição que uma opção). Mas porque tem mesmo de ser. As saudades falam mais alto.

Por isso, menina R., não penses que sou uma “cortes” ou uma cota ou uma mal-disposta. Um dia, hás-de perceber…

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