Há oito anos, surfava pela última vez nesta mesma praia. Se há coisa que eu sinto saudades é de entrar num mar fresquinho no inverno.
Ao contrário do meu irmão, nunca fui boa no surf. Nunca entrei dentro de água só pelo desporto, mas pela ligação com o mar. Isso era o mais importante. Continua a ser. E adorava aquele chá que bebia logo depois de me vestir, cheia de roupa quente e com o cabelo ainda molhado.
Hoje, olho lá para fora e o dia está praticamente igual àquele dia, na Arrifana, há 8 anos: frio e chuvoso. É o primeiro dia de dezembro e há outros rituais a cumprir. Hoje, pego nos meus filhos e vamos montar a árvore de natal.
Mudam-se os tempos, mudam-se os rituais, mudam-se as pessoas... A minha vida é boa hoje, como era há oito anos.
Espero que, daqui a oito anos, um dos meus filhos me peça para o levar à praia de manhãzinha, porque é exactamente àquela hora que as ondas vão estar perfeitas.
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