08/06/2016

Quero mais.

Sento-me em frente a esta folha branca. Quero escrever sobre o fim de semana passado. Quero contar como correu o espectáculo da escola de Ballet, todos os pormenores, todos os episódios. Tento concentrar-me e não consigo escrever nada. 
Acontece todos os anos: são emoções muito fortes. Fortes demais para serem contadas: têm de ser vividas. A única coisa que eu consigo explicar é que vivi um sonho. Durante dois dias, vivi um sonho.
Correu muito bem: enchi a alma de aplausos, senti as gargalhadas do público, provoquei emoções, tive 1470 pessoas a olhar para mim. Dancei e actuei numa das melhores salas de espectáculo do país. É assustador e ao mesmo tempo esmagador. E viciante. Inebriante. Inexplicável.
Chorei, ri, tive medo, cansei-me, mas acima de tudo, diverti-me muito. E tive muita pena que tivesse chegado ao fim. Foram muitas emoções: fez acordar sentimentos adormecidos, fez reavivar memórias guardadas, fez descobrir novas amizades, cimentar antigas, sentir novas energias. Fez-me, sobretudo, crescer e amadurecer esta minha realidade.

Agora, voltou este vazio de uma vida normal, de um emprego normal, de uma rotina normal. Não é mau ser-se normal. É-se apenas.

E eu não nasci para ser apenas.


2 comentários:

Cris disse...

Gostei tanto deste texto. Poderia ter sido escrito por mim e a ultima frase tocou-me bastante.

Susana disse...

olá, Cris!
está nas nossas mãos não sermos "apenas". força!