Foste o amor da minha vida.
E este pretérito, apesar de perfeito, deixa um amargo na boca, uma sensação de que esta frase está toda errada porque a vida continua. Devia ser o presente a descrever o sentimento e a nostalgia que sinto ao pensar em nós. Ou o pretérito imperfeito que inicia todas as histórias da nossa infância: era uma vez... Mas não. Tal como este pretérito perfeito encerra o "viveram felizes para sempre", também serve para contar a nossa história.
Hoje, disse-o em voz alta, algures numa conversa especial num café qualquer. "Foi o amor da minha vida". E a vida continua, e o amor continua, e os dias continuam. Mas o pretérito, apesar de perfeito, amarga a história que chegou ao fim.
Amo-te mas já não gosto de ti. Capítulo encerrado, digerido e pensado, chorado e ultrapassado. Passado.
O futuro é uma porta que agora se abre, devagarinho.
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