27/04/2015

Na alfcofa - FIM






A benjamim cá de cada faz um ano. In-tei-ri-nho!
Um ano de surpresas, de casa (ainda mais) cheia, de olho azul, de sorrisos com covinhas nas bochechas. Um ano a acordar todas as noites, a carregar dois filhos ao colo, a dividir atenções, a multiplicar o amor. Um ano fantástico!
Está a revelar o mau feitio mas come bem e dorme bem. Só quer andar agarrada a tudo mas ainda não arrisca a dar passos sozinha. Põe os pés para dentro (mais uma desculpa para ir para o Ballet), senta-se com as pernas em W e adora comer papel. Tem o sorriso mais doce que existe.
Nunca chorou para ficar na escola mas chora ao ver-me quando vou buscá-la: entra num estado de excitação e chora. Sai tanto à Mãezinha, tadita... Adora a escola, adora os manos, adora estragar as corridas de carros do António, adora guinchar com o Manuel, adora ver o Pai a tocar guitarra. Dança, bate palmas, grita para cantar. 
De todas, esta foi a foto mais difícil de tirar: não queria estar deitada. Peço desculpa pela pouca qualidade. 

A Teresa faz um ano e este desafio chega ao fim. Foram dois filhos, uma alcofa (lembram-se?), muitos registos, muitas fotos. Foi muito bom ficar com esta recordação destes reguilas. Tenho muita pena não ter conhecido esta ideia há mais tempo e ter feito também para o António. 
Vou ter saudades. Espero que vocês também. 

Ideia daqui.

23/04/2015

Tenho um filho que sabe ler.

As perguntas começaram há alguns meses. 

- Como é que se lê esta letra? O que é que está aqui escrito? Como é que se escreve Benfica?

Nunca insisti em nada. Nunca perguntei o que ele já sabia. Sei que ele gosta mais de números e contas mas ficava muito feliz quando ele me perguntava sobre as letras que via. E ficava muito triste porque ele não percebia que o N se lê ne ou quando se esquecia que um C e um A se lê ca e não ça. Explicava, mas nunca insistia. Quando ele se fartava do jogo eu agia naturalmente e encontrávamos outra brincadeira.

Lembro-me do dia em que comecei a ler. Lembro-me perfeitamente de estar na sala com um jornal na mão depois do jantar e perguntar ao meu irmão como é que se lia aquela letra. Ou o outro conjunto de letras. De achar curioso quando ele me desvendou o segredo e explicou que o L e H juntos fazem lh. Ainda a primeira classe era uma miragem distante. A minha Mãe diz que tinha cinco anos acabados de fazer.

No outro dia, o jogo voltou à hora do jantar:

- Escreve lá uma palavra para eu ler. 

E eu escrevi PATO. Ele leu PATÓ mas corrigiu imediatamente. Escrevi COPO, MALA, CAMA, MAPA. Arrisquei no TOMATE, SAPATO. Ele sempre a ler com as vogais todas abertas SÁ-PÁ-TÓ. Corrigia de seguida e dava gritos de alegria ao perceber que acertava. Fui mais longe ainda e experimentei um ditongo: PAPAIA. Engasgou-se, demorou mais mas chegou lá. O Pai, muito mais arrojado, tentou PORTO, PORTUGAL, PÊRA. E ele sempre a carregar nos rr's: PORRRTO, PÉRRRRA. Ele delirava. Ficou tão feliz! Eu, claro, comovi-me. O meu filho sabe ler. Levantei-me da mesa e fiz uma dança ridícula a rir à gargalhada para que não percebessem que eu já chorava. 
Naquele momento, tinha 5 anos outra vez e lia palavras numa folha de jornal.


Passado o momento da euforia, o Pai disse-lhe: se já sabes ler, vai lá à sala ver quanto é que está o jogo. Voltou rapidamente.

- Papá, ainda está zero a zero mas não percebo uma coisa: o que é que quer dizer DIRRETO?

16/04/2015

Ser Mãe de 3.

Depois de ler isto, chorei. 

Passo dias sem escrever neste blog. Não que não tenha ideias ou histórias giras para contar mas não tenho grande tempo para me sentar ao computador. E quando tenho tempo não tenho ideias. Basicamente, as pequenas histórias vão parar ao facebook e por ali ficam. 
Mas depois leio textos como este e a única coisa que me vem à cabeça é: fogo!, isto podia ter sido escrito por mim. É tão mas tão isto:

"A vida não é para ser simples, é para ser intensa e para ser intensa claro que vai dar trabalho."

Concordo plenamente com a relatividade do cansaço. Mas antes de ter três filhos dividia o meu tempo livre entre o trabalho, ballet, o surf, os passeios, as saídas à noite, os fins de semana fora. Nunca fui de ficar quieta (a minha Mãe e a minha professora da 3ª classe que o digam). Por isso, quando me ponho a contar histórias cá de casa aos colegas de trabalho, eles pensam que a minha sanidade mental está a passar por momentos menos bons. Principalmente, quando conto que tenho paredes pintadas de canetas de feltro e que adoro. Ou quando conto que vou às compras e ponho os três dentro do carrinho.
Ou quando contei aquele episódio em que o Manu entorna o copo de água no chão do quarto e fez com que a Teresa desse guinchos de felicidade a chapinhar na água. Não, eu não limpei a água: eu filmei a cena. Adoro registar a felicidade dos miúdos.

Sim, há dias menos bons e dias em que gostava de dormir mais que duas horas seguidas. Mas não imagino a minha vida de outra maneira. Nunca tinha percebido que era isto que eu queria ser quando fosse grande.


15/04/2015

Noitadas em 3 D

As famílias deviam ter filhos que demoram a adormecer ou filhos madrugadores ou filhos que acordam várias vezes durante a noite. Atenção aqui à conjunção ou
Devia ser proibido ter um de cada. 

09/04/2015

Cara nova

Não sei se já repararam, mas o tasco tem uma cara nova e eu estou a adorar!
Afinal, um blog na pré-adolescência já merecia um template à altura. Digam-me o que acham. Está giro, não está?

08/04/2015

Reeducação alimentar.

Há mais ou menos três semanas, quando decidi deixar de comer açúcar, ainda não tinha saído aquela reportagem da Sic "Somos o que comemos". E mesmo que tivesse saído, eu não teria visto, como até agora não vi, mais que uns breves segundos. Mas há algum tempo que olhava para mim e não reconhecia aquela imagem que o espelho devolvia. Isto pode parecer um cliché dos grandes mas é a mais pura verdade: nunca fiz dieta, nunca tive cuidado com a alimentação, nunca pensei que pudesse vir a sentir-me mal no meu corpo. Nunca sequer pus essa hipótese. Nunca lhe dei muita atenção porque ele também nunca me deixou ficar mal.
Depois de duas gravidezes seguidas e com muito pouco tempo para parar à mesa e comer uma refeição, acordei um dia a pensar que eu só como açúcar. Papa Nestum com açúcar logo ao acordar, bolos, biscoitos, bolachas para enganar a fome, pacotes de gomas comidos em 10 minutos e, ao deitar, leite com mel e um pacote de bolachas de água e sal cheias de manteiga para a abaladiça. Esta foi a minha alimentação durante anos, com pequenas variáveis e excepções (sim, quando combino almoços com pessoas, eu almoço comida de prato e faca e garfo e tudo!).
Sei perfeitamente quando se deu a reviravolta: naquela quarta feira, na aula de Ballet, foi-me feito um ultimato: ou calças umas pontas ou calças umas pontas. Nem sequer foi dada outra opção. Saí daquela aula quase a chorar, não quis vir para casa, só pensava que não havia nem nunca houve bailarinas em pontas com 65kg. Como raio é que os meus pés vão aguentar com este peso em cima? A última coisa que eu queria era que o Ballet deixasse de ser o melhor momento da minha semana e se tornasse um sacrifício. Recusava-me!
Só havia, então, uma saída: perder peso. 
Tive vontade de rir e chorar ao mesmo tempo: eu, aquela pessoa que nunca fez uma dieta, nunca leu o rótulo de uma embalagem, que não sabe distinguir uma proteína de uma fibra, que olha para hidratos de carbono e julga serem elementos da tabela periódica. Estava à frente do desafio mais difícil da minha vida... julgava eu.
A verdade é que nunca pensei que fosse tão fácil. 
Não cheguei a cortar completamente o açúcar branco. Acho que isso é impossível, pelo menos para mim. Continuo a por açúcar no café. Substituí o Nestum pelo café com leite, que bebo com açúcar mascavado. Mas deixei de comer gomas, bolos, queijadinhas, salames de chocolate, pão branco, só como hidratos de carbono até ao almoço, raciono as bolachas, vejo os rótulos antes de comprar qualquer coisa. E passei a fazer exercício diário, mas isso é conversa para outro post que este já vai longo.
Não gosto de dizer que estou a fazer dieta. Chamo-lhe reeducação alimentar e já estou a ver resultados: ando menos cansada, durmo melhor, deixei de ter picos de boa disposição alternados com mau humor, sinto-me mais estável emocionalmente. Fisicamente, já consigo ver resultados, ainda que ligeiros: dois kg em duas semanas. E já deixei de usar aquela cinta que me apertava a barriga para disfarçar o pneu lateral. 
Não se preocupem que não vou começar a evangelização do "seja saudável, coma biológico" e muito menos do exercício e do running como vou vendo por aí. Mas há muito tempo que não me sentia tão bem comigo mesma. 
E isso sabe mesmo bem!

07/04/2015

Um dia chocante.

Ontem, estava num dia daqueles. Tudo parecia correr mal desde que acordei (mas eu cheguei a dormir??). Para piorar as coisas, à tarde, no caminho de casa para o Colégio dos miúdos:

- "atropelei" um garoto que vinha de bicicleta. Pus "aspas" porque acho que foi mais ele que me atropelou: ele ia em contramão, em grande velocidade, numa curva com descida e piso molhado. Ele viu-me e quando travou começou a derrapar e só parou no meu capot. Não quis que o levasse ao hospital, diz que não se magoou mas saiu a coxear com a bina na mão.

- fiz uma parte do eixo Norte-Sul debaixo de uma carga de água que não vi nada à frente durante uns longos dois minutos.

- já perto do Colégio, um carro decide não parar no sinal vermelho e não bate em mim por um pelinho de um careca. Ou porque sou mesmo uma exímia condutora.

Cheguei ao Colégio a tremer, mas desabafei, tomei o meu café e tratei de esquecer os incidentes.

No caminho de regresso, conto estas pequenas histórias aos filhos que me ouvem com a atenção que as suas idades permitem. O mais interessado era, sem dúvida, o António que está na fase de adorar um pequeno drama, um grande acidente ou a desgraça alheia. A meio do caminho, vemos um acidente: uma mota toda partida, o condutor deitado no chão, umas cinco pessoas ao telefone à sua volta. Não que costume parar para contemplar acidentes, mas o trânsito era tanto que vimos tudo com tempo e atenção.

- A mota fartiu!! Xenhori tem dói-dói? No xuelho? - diz o Manu até hoje. Está sempre (mas SEMPRE) a falar do assunto.

O António, ao fim do dia, conclui:

- Hoje, foi mesmo um dia chocante.
- Chocante? Porquê chocante?
- Porque as pessoas estavam sempre a chocar umas com as outras!

01/04/2015

Dia das Mentiras

- Hoje é dia das mentiras, por isso vou dizer aos meus amigos que vi um carro a arder quando vinha para a escola. Ah, espera... isso é o que eu digo todos os dias!!
- ...