19/03/2015

Da relatividade da sorte (ou do azar).

Há uns meses atrás, bati com a traseira do meu carro num poste do estacionamento subterrâneo do Decathlon. Não me lembrei que o poste estava ali, engatei a marcha-atrás, acelerei e PUM!, já foste. Chorei umas duas horas mas estava na fase do pós parto por isso foi desculpável (o choro, não a batida). A porta da bagageira abre, aquilo danificou a porta e o para-choques, o arranjo é coisa para ficar carote, o agravamento do seguro ainda mais carote... Bom, aquilo está assim há uns bons 8 meses.

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No domingo passado, com a família toda no carro, a entrar na 2ª Circular Av. Eusébio da Silva Ferreira, o carro que estava à nossa frente travou bruscamente. O J, que conduzia, teve reflexos rápidos e travou mesmo a tempo de evitar um acidente. Dois segundos depois, ouvimos uma batida atrás. E outra. E nós intactos. 
Saímos para ver se havia feridos e vemos dois carros à nossa frente batidos e, atrás de nós, três carros enfaixados uns nos outros. Nós no meio: intactos. 
O António ficou muito contente porque "até nunca tinha visto um acidente". O Manu perguntou 826 vezes "o qué ito?". A Teresa continuou a dormir.

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Fiquei a pensar nesta coisa da sorte/azar e pensei que fomos uns sortudos em não ter batido em ninguém e ninguém ter batido em nós. 
Vou reformular a frase de cima para não ofender o exímio condutor que é o meu marido.
Fiquei a pensar nesta coisa da sorte/azar e pensei que sou uma sortuda porque tenho um marido que conduz lindamente e evitou o acidente, e também porque somos uns sortudos porque ninguém nos bateu por trás.
Depois pensei naquela manhã de junho, em que bati com violência no poste do estacionamento do Decathlon. E olhei para a bagageira que continua a ganhar ferrugem. E cheguei à conclusão que, afinal, não sou assim tão sortuda.

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