22/06/2008

Chegou o Verão.

A tristeza é uma infindável fonte de inspiração. As depressões, as frustrações, os nervos, as angústias, os desesperos. Letras e letras se escrevem formando palavras amargas e cheias de raiva, desabafos cheios de dor. E assim se passam dias, com sucessivas derrotas (e poucas vitórias, sinalizadas apenas por breves momentos de alegria). Alguns meses, quem sabe, até anos.
De repente, chega o Verão.
O bolor que suja os dias desaparece, tudo faz todo o sentido, as pequenas conquistas tornam-se brilhantes vitórias porque todas as guerras são ganhas. A partilha ganha outro lugar numa vida que se habituou a ser egoísta. O tempo, esse, é medido de maneira tão diferente. Tudo é prematuro, quando visto do lado de fora. Olhando como se de uma moldura se tratasse, considerar-se-ia uma loucura. A loucura.
Mas daqui, deste lado do espelho, ou do filme, ou da moldura, aqui do lado de dentro, é tão diferente: os cheiros, a (des)arrumação, os objectos, a rotina, a intimidade. É tudo tão diferente.
E este diferente sabe tão bem…
Abrir os olhos e vê-lo. Sabê-lo ao meu lado todas as noites. Sentir o seu toque no meu cabelo. Ouvir a sua respiração. O calor que deixa na cama ao acordar. A companhia, as conversas, a música, a cumplicidade (ah… a cumplicidade!), o olhar, os silêncios. Todos os dias novas sensações, novas provas, novos desafios encarados a sorrir.
Loucos? Claro que sim! Deste lado da moldura, até a matemática enlouquece, porque dividir aumenta o sentimento e quando se soma dois corpos apaixonados, nem que seja por momentos, eles fundem-se num só.

Bolas…
Falar de Amor não é fácil.

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