15/05/2004

Aviso na porta:

VOLTO JÁ.

A Casca vai de férias. Por tempo não definido. Deixou de fazer sentido.
O que eu tenho para escrever agora, deixou se enquadrar na temática que eu queria dar à Casca. E, como eu não quero que este se torne um blog maníaco-depressivo com tendências suicidas e prestes a cortar os pulsos, prefiro guardar o que eu escrevo no meu caderno azul de argolas.
Não pensem que isto é um adeus. Digamos que é um "até já", aguardando que melhores dias cheguem.
O meu número continua o mesmo, ok?

Agora é a sério.
Até breve.
We'll keep in touch.
:´(

14/05/2004

Porto, mais de um mês.

Só para dar notícias aos mais preocupados: continua tudo na mesma, com tendência a piorar. Já estou farta de dar o litro por uma causa, e depois não ser reconhecida pelo meu trabalho e pelo meu esforço. Hoje, foi a gota de água, e não me parece que aguente muito mais tempo a trabalhar num sítio onde ainda ninguém percebe o que eu valho. É revoltante. Dá vontade de fugir, atirar tudo para trás das costas. Mas tenho a puta da consciência que não me deixa apanhar o primeiro Alfa para Lisboa, e vou ficar aqui até isto acabar.
O dia-a-dia, só mudou numa coisa: agora, vou ao ginásio. Faço uma aula, depois umas máquinas, e seguir dou umas braçadas e, no fim, um jacuzzi para relaxar. Dá para passar quase três horas por dia sem pensar no que não devo e sem atrofiar num qualquer quarto de hotel, a papar novelas e documentários e durmo que nem um anjo.
Uma boa notícia: faltam (só) quinze dias para chegar o resto da Companhia e mais uns poucos para o espectáculo começar. Vai ser uma emoção ver toda a gente outra vez, voltar a sentir o frenesim do Teatro, os aplausos diariamente, a excitação de uma esteia.
Tenho que aproveitar tudo isto muito bem, porque não vou aguentar trabalhar nestas condições muito mais tempo.
Se eu não gostasse tanto disto seria tão mais fácil....

08/05/2004

Home Sweet Home

Acabei de chegar. Tive a pior semana dos últimos anos, o tempo não ajudou, mas estou em casa, outra vez. Por pouco tempo, porque amanhã é o casamento da Prima Rita e vou gelar lá para os lados de S. Pedro de Moel.

Novidades:
- não fui à Queima (deitei-me às nove e meia da noite, nesse dia);
- descobri que o pouco tempo livre que eu tenho é demais para quem tem a cabeça como eu tenho;
- inscrevi-me num ginásio no Bom Sucesso para ocupar esse tempo;
- o meu Patrão visitou hoje as nossas instalações no Porto... (Bolas, já não estava habituada a tanta aceleração!);
- voltei às alíneas... Tótil!

De resto, está tudo cada vez mais na mesma. Como sempre.

04/05/2004

Porque é que,

por mais que diga "life goes on" e que tente mentalizar-me que é assim que tem de ser, me sinto a pessoa mais miserável no cimo da face terrestre?
Alguém é capaz de emprestar-me uma máscara de pateta alegre?

Invicta ao rubro.

Apesar da chuva molha tolos e das nuvens que não deixaram ver o eclipse da Lua, o Porto ganhou à Corunha, foi dia de cortejo e o José Cid canta no Queimódromo.
Amanhã vou ver Clã e Toranja, beber uns vinhos manhosos e esquecer que o mundo existe.
Depois, vou acordar com dores de cabeça, mal-dizer a vida, e continuar o trabalho.

Life goes on.
Obladi-olbladá.

02/05/2004

Nostalgia da partida...

Primeiro, queria vir.
Depois, achei que não devia ter vindo.
Agora, não quero ir.

Bolas... Ser mulher é muito difícil.

01/05/2004

Escrevi, escrevi,

mas não disse nada.
Desabafei. Era isto que eu precisava. Só isto: arrumar a minha cabeça e começar tudo de novo.
Life goes on.
Obládi-obládá.

Estou no meu refúgio.

Uma praia vazia. Um café sossegado. O Mar e o sol são a minha companhia.
Avencas. Parede.
Sempre que venho aqui, que me sento nestas mesas, que olho através destas janelas, sinto-me a pessoa mais pequenina do mundo. Vejo o Mar perder-se no infinito e tomo consciência de que sou só mais uma pessoa neste mundo tão grande. Ao mesmo tempo, ganho uma força interior enorme, como se este mesmo mundo girasse todo à volta do meu umbigo, como se nada pudesse fazer-me mal, como se nada pudesse deixar-me triste, nem mesmo um arrufo de duas pessoas que se amam mas não se entendem.
É aqui que eu compreendo que a vida tem que continuar, que não vale a pena lamentar os erros, porque esses já estão feitos e não há nada que os apague das nossas vidas: ou os ultrapassamos ou não. E mais que isso, não há muita coisa a fazer. A não ser continuar a viver.
Talvez seja uma fase. Talvez seja definitivo. Isso agora não interessa, porque não vai tornar-me mais feliz nem mais triste do que sou. Há uns anos, talvez importasse; há uns anos talvez não estaria tão calma

Estás tão calma - disseste tu.

como estou hoje. Se calhar, é isto a que se chama crescer. Deve ser isto, amadurecer.
Quando podemos deixar cair as lágrimas sem que ninguém as veja, porque é que havemos de o fazer à luz do dia?
O pôr-do-sol. Pode significar o fim de mais um dia. Pode ser o fechar de um ciclo. Mas é também o início de outro: a noite, tão mágica como o dia.
E a vida é assim: acaba um ciclo, começa outro.
E o que será, será.

Typical Situation - Dave Mathews Band

Ten fingers counting we have each
Nine planets around the sun repeat
Eight ball the last if you triumphant be
Seven oceans pummel the shores of the sea

It's a typical situation
In these typical times
Too many choices

Everybody's happy
Everybody's free
We'll keep the big door open
And everyone'll come around
Why are you different
Why are you that way
If you don't get in line
We'll lock you away

Six senses feeling
Five around a sense of self
Four seasons turn on and turn off
I can see three corners from this corner
Two is a perfect number
But ONE

Everybody's happy
Everybody's free
We'll keep the big door open
And everyone'll come around
Why are you different
Why are you that way
If you don't get in line
We'll lock you away

It's a typical situation
In these typical times
Too many choices
We can't do a thing about it
Too many choices

Estranha sensação...

Tanto tempo a desejar vir para Lisboa, e agora tenho a sensação que devia ter ficado no Porto.