Ao ler esta manhã o
post da Lénia* sobre a sessão fotográfica (que ADOREI, btw), fez-me perceber com clareza o que é isto da "ternura dos 40" que os nossos pais cantavam quando éramos miúdos. Não sei se os homens sentem o mesmo, mas estou mesmo convicta que isto de ter 40 anos traz às mulheres a segurança, a maturidade e a aceitação que mais nenhuma idade nos traz.
Uma coisa é estarmos a viver o nosso corpo com 40 anos; outra é vivermos o nosso corpo com 20, 25 ou 30 anos. E quem diz o corpo diz a maneira de estar, de sentir, de opinar ou até de falar. Eu vejo isso nas minhas relações (amorosas e não só), na maneira como vivo o meu dia-a-dia, no meu emprego, na minha família. Sinto mesmo muita diferença, até porque também tenho uma capacidade analítica muito maior agora.
Sem dúvida, o ponto de viragem na minha vida foi o divórcio. Se não tivesse acontecido, com certeza eu não teria a capacidade de auto-análise que tenho agora, a capacidade de aceitação e, como é óbvio, o tempo e a disponibilidade para pensar neste tipo de coisas.
Uma das melhores sensações é estarmos bem connosco. É olharmos para o espelho e gostarmos do que vemos: tenha mais ou menos celulite, tenha mais ou menos barriga. Isso não interessa nada porque não é a celulite ou a barriga que nos define. É libertador quando percebemos isso. E é angustiante perceber o tempo que gastamos com o foco no lugar errado.
Hoje, disseram-me "és tão genuína..." e eu entendi isto como um elogio. Nem sempre fui assim. Passei tempo demais na minha vida preocupada em ser aquilo que os outros esperavam que eu fosse, esquecendo o mais importante: Eu.
*Desculpa, Lénia: sei que ainda te falta algum tempo para chegar os "entas", mas percebe que isto não acontece de um dia para o outro. É antes um work-in-progress.