Há histórias de amor que não terminam. Ficam suspensas no ar como um suspiro que alguém soltou. Como uma palavra que não foi dita. Como uma folha que caiu da árvore mas não chegou a tocar no chão. Como se alguém tivesse tocado no botão da pausa sem querer e a cena ficasse ali: suspensa.
Retida.
Congelada.
As histórias de amor que não terminam são as que magoam mais. Magoa o "e se?". Magoa muito o que não chegou a ser dito. Magoa a falta de coragem para enfrentar. Para pedir justificação. Magoam as perguntas que não se fizeram e as respostas que ficaram por dar. Doem porque não se percebe. E porque dói olhar todos os dias para um ecrã de telefone com a mensagem escrita sem coragem para tocar no enviar.
Todos os dias.
O cursor a piscar.