Depois de se morrer um bocadinho é normal que se volte a nascer. E essa nova vida que se encontra depois do negro da quase-morte pode ser um jardim verde e ameno ou pode ser um verão colorido e festivo. Também pode ter as cores vivas do outono ou o cinzento da monotonia.
Ou então, pode ter tudo isto alternado nos dias. Ou mesmo num único dia.
É esta inconstância que nos faz sentir vivos outra vez, faz o sangue correr nas veias, faz perder a concentração, ganhar calor, perder o juízo e encontrar a loucura.
A inconstância dos dias fa-los passar a correr, faz do monótono alegria, faz luz na escuridão, faz crescer borboletas na barriga. A inconstância dos dias depois de uma quase-morte faz-nos viver.
E viver é bom. Afinal, é mesmo bom.