Não percebo...
Há dias fantásticos, em que tudo corre de feição, em que me esforço e dou o litro, muitas vezes abdicando de tempo que não tenho, de paciência que não tenho e de vontade que não tenho. Nesses dias, sai-me da pele o esforço mas deito-me à noite com a sensação de missão cumprida e alguma motivação acrescida. Aquela motivação que anda algures a brincar às escondidas comigo.
Mas o que me lixa, o que me deixa realmente revoltada é ver que esse esforço não é compensado nem sequer é visto ou contabilizado. Chego à conclusão que ter feito o esforço ou não, é exactamente a mesma coisa. Valeu a pena abdicar do tempo? Valeu a pena passar menos tempo com aquilo que realmente me interessa? Aquilo que realmente me deixa realizada e feliz?
Depois, aparecem outros percalços: aqueles que não podemos contornar e que não matam, mas moem. E alguém nos diz que temos que fazer exames que nunca fizemos, há uma remota hipótese de um pequeno problema. Lá está: não mata mas é coisa para deixar qualquer pessoa abalada e sem chão para cair. E nessa altura, em que o apoio e algumas palavras de conforto são aquilo que mais desejo (e não é preciso muito para confortar uma pessoa), precisamente nesse momento não existem. E espero e faço notar e lembro e nada. Nada.
Amanhã, já não penso nisto. Amanhã, se este sol acolhedor continuar a brilhar, já não penso na falta de tempo, na falta de apoio, na falta de motivação, porque amanhã é sábado e já nada disto interessa. Mas hoje...
Era hoje...