14/10/2006

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A morte de um sonho não é menos triste que a própria morte.
A. Lobo Antunes

10/10/2006

Cansaço

Daqui a poucos dias, vai fazer dois meses que ando a correr.
Quando acordo, já estou a correr. Tomo banho a correr. Como a correr. Arranjo-me a correr e saio de casa a correr. Trabalho a correr, atendendo pessoas a correr, porque as próprias pessoas também aparecem a correr e têm de sair a correr. Almoço a correr. Volto a correr para trabalhar a correr. A parte da tarde é passada a correr, a fazer telefonemas e a atender telefonemas a correr. Praticamente todos os dias, aparecem problemas ao final do dia, que têm de ser resolvidos a correr, porque queremos sair a correr, para voltar para casa a correr. E aí, é cozinhar a correr, lavar a roupa a correr, passar a ferro a correr para dar tempo para sair a correr e tomar um café a correr. Volto outra vez a correr, visto o pijama a correr, leio umas páginas do livro a correr e durmo a correr. É tudo feito a correr porque não há tempo a perder. Ando a correr para ter tempo para viver.
Mas… será que não estou a deixar que a vida passe por mim a correr, porque não tenho tempo para parar?

(Cansativa, esta posta, hein?)