27/08/2013

Com um sorriso na cara.

Recomecei a trabalhar há quase dois meses. O regresso, desta vez, custou muito menos: já não é o primeiro filho, ainda tenho horário reduzido, e um desafio profissional tinha ficado pendente. Ia cheia de pica (desculpa, Mãe, sei que não gostas nada que use esta expressão). 
Resolvi, nessa altura, manter um ligeiro sorriso no rosto. Era fácil: estou feliz, tenho uns filhos fantásticos que me deixam dormir, tenho um marido lindo, tenho trabalho, casa, comida, carro...
A ideia era viver a vida a sorrir e ela sorrir-me-ia. 
Aqui a minha Amiga Joana já deve estar a rir-se e a pensar "olha-me esta que nem gosta de pessoas agora vai aí dar conselhos de auto ajuda?? Vamos interná-la que deve estar louca!".
Pois, Joana, eu podia andar sempre de trombas, que podia, mas passados quase dois meses, é seguro dizer que os dias correm melhor. As pessoas sorriem de volta (mesmo os desconhecidos), sou mais bem atendida em lojas e ando a sentir-me mais leve. 
Se me visses, Joana, já nem me conhecias! 


25/08/2013

Um dia de folga (última parte):

Já estamos em casa e até já lanchamos. Os miúdos põem-se a ver o Baby TV como se fosse a última batata frita do pacote, demonstrando bem que o Zig-zag a que estão habituados é uma cena muito atrás. Ficam tão sossegados que eu, no meio daquele silêncio ensurdecedor, pondero pôr Meo em casa só para gozar mais vezes aquele momento. Aproveito para olhar o congelador, pensar numa coisa para jantar e ir adiantando tarefas. O que aí vem não é nada relaxante.
Senhoras e senhores: a hora do banho!
Começo pelo mais velho que faz birra cada vez que o mandamos para o banho. Muita ameaça depois, lá consigo pô-lo na banheira e esfregá-lo com convicção. Fico na dúvida se aquelas manchas nos joelhos, que não saem nem por nada, serão sujidade ou bronzeado. Quando começam a ficar bem encarnados, resolvo parar de os esfregar. Depois, tentem vestir uma criança aos pulos na cama e sair de lá sem gritar e eu dou-vos um bom-bom. Tarefa terminada com o mais velho, passemos ao pequeno.
Banheira improvisada no chão, gel de banho e esponja a postos, o mano a "ajudar" e o puto com o excitex molha a casa de banho toda. As minhas costas, essas, bom... nem vos conto. Limpo-o, visto-o e está pronto.
Faço o jantar, comemos como uma família feliz repetindo até ao infinito a frase "come a carninha" e vamos todos para a cama às 22.30. Eu pareço ser a única pessoa que precisa desesperadamente de fechar os olhos porque os putos têm sempre mais uma pergunta a fazer ou um pá-pá-pá a dizer. Tenho a nítida sensação que adormeço primeiro que eles. Pode cair a bomba atómica ali a 100 metros que eu não dou por nada.

Descansa, Susana. Descansa que amanhã também é folga.

(E ainda faltam 15 dias para as férias!!)

24/08/2013

Um dia de folga (parte III)

Como já estou de rastos e ainda vamos a meio da tarde, e porque estamos perto da Ericeira e o tempo aqui é bem peculiar, decido não ir à praia à tarde. Que se lixe o iodo e a água salgada, viva o cloro!
A piscina do condomínio fica bastante abrigada do vento, bem exposta ao sol mas com sombra suficiente para não derreter. Penso que estamos perto o suficiente do apartamento por isso basta levar as toalhas, as chaves e o telefone. Ah! E os filhos, claro. 
E a espreguiçadeira que o pequeno ainda não se senta. 
E as braçadeiras que o grande não sabe nadar (yô!). 
E parece que é tudo. 
Passo mais uma hora ao sol, dou uns mergulhos e até consigo nadar. O mais novo entretém-se a ver o mano a correr de um lado para o outro e de repente somos uma família descansada e nada nos atrapalha. 
Até alguém se lembrar que quer uma bolacha dos dinossauros e um iogurte de banana. E eu não posso deixar as crianças e ir "lá acima" buscar comida: ou vamos todos ou não vai ninguém! São seis e meia e já está frescote: acabamos por ficar por casa. 

(continua)

22/08/2013

Um dia de folga (parte II):

Chegados a casa, é hora de preparar o almoço, que (infelizmente) não tenho filhos que gostem de pizzas ou sanduíches ou panquecas como refeição. Pelo menos, não por enquanto. 
Normalmente, e com sorte, o almoço são os restos do jantar do dia anterior. E em férias, não insisto muito com a sopa. mas prato e fruta, lá terá de ser que o mais velho já parece recém chegado do Biafra. Às vezes demora 10 minutos a almoçar, outras demora três horas. Pacífico: só podemos voltar à praia pelas 17h. 
O mais pequeno já foi apresentado às sopas. Corre tudo bem se a dita não tem carne; se tiver 20gr de carne, o puto cerra as beiças e não há quem as consiga escancarar. Nem enganando com fruta: aí não vai nem sopa nem fruta. 
A páginas tantas já a minha paciência está a chegar ao limite mas parece que vejo luz ao fundo do túnel quando o mais novo adormece e o mais velho se põe a brincar. Quando brinca sozinho, pacifico; quando decide que quer companhia e atenção, já sei que vou ter de andar a esfregar joelhos no chão a arrastar carrinhos ou a fazer pontaria com pássaros zangados que lutam contra porcos verdes. 
E, assim de repente, são 16:30 e chega a hora do segundo round. Chega então o dilema: repete-se a odisseia da praia ou opta-se por ir para a piscina aqui a dois passos?

Hummm... o que fariam vocês? 

(continua)

Um dia de folga:

Os meus filhos dormem muito. Tenho muita sorte! Mas até nisto há desvantagens (aqui devia era baixar a bolinha antes que sorte mude, mas continuemos). Costumam acordar entre as 9.30 (o mais velho) e as 10.00 (o mais novo). Ora para uma pessoa que adora praia mas que só pode usá-la em horas baby-friendly, há aqui uma incompatibilidade técnica. Ou prática. 
Começa-se o dia por enfiar papas pelas goelas dos putos em contra-relógio. Sao quase 10h; o tempo não pára! Visto as crianças, não sem antes lhes passar protector solar, preparo um saco com águas, bolachas e iogurtes (para as emergências) e visto-me. Saio de casa pelas 10:20 com tudo na bagageira e esperando não me esquecer de nenhuma criança. 
Chegamos à praia dois minutos depois (é uma descida/subida íngreme e por isso justifica ser feita de carro, ok??), pequeno no sling, grande pela mão, mochila às costas, saco das toalhas noutra mão, guarda-sol ao ombro, tudo com chapéu na cabeça, aqui vamos nós!! 
O mais velho despe-se rapidamente e já está a brincar enquanto eu monto o estaminé: abro o guarda-sol, faço um buraco na areia para servir de cadeira natural ao pequeno, estendo toalhas, tiro a roupa, aceno ao mais velho que não pára de correr, estendo-me ao sol. Suspiro:
- Ah!! A praia é maravilhosa.
Mal acabo de suspirar, olho para o relógio e são 11h. Dobro toalhas, fecho guarda-sol, chamo o mais velho (várias vezes), ponho o mais novo no sling, coloco tudo às costas outra vez, consigo arrancar o mais velho da poça de agua que ele adoptou nos últimos 15 minutos como segunda habitação e volta tudo para o carro. Dois minutos e chegamos.

Estou pronta para a sesta. Sesta?!? Ahahahah! Eu disse que os meus filhos dormem muito, mas esqueci-me de referir que é à noite!!

(continua)

Ainda andamos por aqui.

A vantagem de se trabalhar por turnos, é poder trocar uns dias de trabalho e juntar folgas a meio da semana. Acabei umas mini férias, trabalhei dois dias e tenho outras mini mini férias. 
Não quer isto dizer que se descansa, porque com dois filhos pequenos estou naquela fase do "vou ali ao trabalho para descansar", mas sabe bem mudar de rotinas e de ares e ver os miúdos crescer. 

15/08/2013

We will always have Milfontes...

Faz falta fugir, mudar de ares, ver outras coisas. Faz falta trocar horários, mudar de rotinas, não ter compromissos. 
A mim, faz-me falta o sol, a praia e o Mar. Fazem-me falta os mergulhos, as sanduíches e os iogurtes bebidos bem frescos. Faz-me falta a areia entre os dedos, sentir o sal seco na pele e as caminhadas à beira mar. 

Hoje, trocamos o norte e o centro e rumamos ao sul para umas mini mini férias. 
Até segunda!

13/08/2013

Dos castelos de areia.

Os amores da adolescência têm tanto de assustador como de excitante. De um lado, a novidade, as borboletas na barriga que se sentem pela primeira vez, o desconhecido, a adrenalina. Do outro, a imaturidade, a certeza de que tudo está certo, a ausência de dúvidas.
Depois crescemos, conhecemos novas pessoas, temos novas experiências e as borboletas vão ficando naquele frasco de vidro: sabemos que elas existem e que até voam mas ficam mais seguras lá fechadas. E o tempo passa. E constrói-se uma vida em alicerces de tijolo e cimento. Tudo nos parece certo e no fundo não está errado. É assim que faz sentido.
Até que deixa de fazer. Acordamos um dia e olhamos para o lado e afinal não era nada disto. E voltamos ao passado e a ter 18 anos outra vez e entramos numa escola que não é a nossa sentados numa mota de 50cc. só para beijar aquela miúda. A verdade é que passaram 20 anos e as borboletas voltam a voar na nossa barriga. E de repente, estão os dois disponíveis com uma história por acabar. Desta vez, o que faz sentido é acabá-la. E todos sabemos que todas as histórias de Amor têm um final feliz e por isso mergulha-se de cabeça, dá-se o tudo-por-tudo, aceita-se uma vida diferente do nosso sonho, mas ainda assim é o nosso sonho. A casa do sonho. O casamento do sonho. Os projectos do sonho. Agora sim: é assim que faz sentido.
Até que deixa de fazer. De repente, sem que se perceba muito bem como ou porquê ou mesmo quando, olhamos para o lado e não conhecemos aquela pessoa por quem esperamos 20 anos. E o sonho acaba, e o príncipe encantado era um ogre, e a princesa era uma rã. Não damos muito valor, não lutamos (será que vale a pena lutar?), pomos em causa e queremos voltar ao que éramos naquele intermédio. Assobiar para o lado e fingir que nunca aconteceu. Ou então, fechamo-nos no casulo e fugimos de todos os que nos querem bem e dizem "estou aqui; não estás sozinho". Nada faz sentido. O mundo devia acabar.

Mas não acaba. Não tem de acabar. Nem as amizades têm de acabar. 
Basta guardar a memória do que foi bom e guardar o respeito daquela pessoa que soube fazer-nos feliz e viver um sonho. Mesmo que por pouco tempo. Não resultou? Pois não. É muito muito triste que assim seja. Morreu. Agora é tempo de fazer o luto e voltar a viver. Ou nascer outra vez.

E vais ver que no final, tudo acaba bem. Se não está bem, é porque ainda não chegou ao final.

A vocês, por quem temos o coração partido.

12/08/2013

Na alcofa.






6 meses! Como o tempo passa...
Já é difícil tirar uma foto sem que tenha um brinquedo qualquer na boca. Já refila quando não lhe damos atenção, mas continua a dormir bem e a adormecer sozinho. Come sopa (sem carne) e papa e fruta e iogurte. Está pesado e maciço. Ainda não perdeu os caracóis que lhe dão tanta personalidade
Um castiço!.

CO no FB

A Casca estreou-se no Facebook no sábado passado e em pouco mais de 24h chegamos aos 100 gostos. Prometi oferecer um sundae ao gosto número 100 mas ainda não percebi quem foi nem se há uma opção que nos diga quem é (se por acaso alguém se apercebeu que era o 100º gosto lá do tasco, informe-me; caso contrário, lá terei que oferecer um sandae a cada um).
Foi uma surpresa!Muito obrigada a todos!
Para quem ainda não descobriu a Casca do Facebook, podem seguir aqui, fazer um gosto e deixar comentários, opiniões, mandar bitaites, dizer disparates, deixar mensagens, partilhar a página. Tudo
(ou quase tudo, vá...).

Um dia...

Um dia percebes que já não tens o corpo de há 10 anos. E que nunca mais o vais ter.

10/08/2013

Casca d'Ovo no Facebook

Li algures que o sucesso de um blog passa por ter uma página no Facebook.

O que acham? Abrimos uma conta FB para a CO?

09/08/2013

Descobri agora que vou ser sogra.

Ontem, quando cheguei ao colégio, deparei-me com esta cena: António e Emília (cara de princesa, loiríssima, olhos azuis, ar angelical) sozinhos no refeitório, ele com ar de quem está no auge do engate e quase a convencer a miúda. Olham os dois para mim e:
- Oh pá, Mamã! Vai lá trabalhar mais um bocadinho!

E eu fui! Fui tomar café, nas calmas, à espera que o meu mais velho acabasse lá a cena dele com a Emília. 

Três anos de maternidade e já sou sogra. 

07/08/2013

O caminho faz-se caminhando.

Voltei às caminhadas. Não arrisco ainda a correr mas esse continua a ser o meu objectivo. Mas já consegui andar três dias esta semana.
Normalmente, só tenho dois momentos para mim mesma, em exclusivo: quando tomo banho de manhã e a conduzir, quando vou trabalhar. Dá para relaxar, para des-stressar, para me encontrar. Mas é, obviamente, pouco tempo pelo que estas caminhadas, com música alta nos ouvidos e o sol como companhia, têm-me sabido pela vida. 

06/08/2013

Dos sapatos.

Posso comprar dezenas de sapatos por ano, mas os meus preferidos vão ser sempre aqueles que comprei há mais de 10 anos e que por mais velhos e gastos que estejam, nunca terei coragem de deitar fora. Se o fizesse seria deitar fora memórias, sítios, pessoas, experiências e isso são coisas que estão tatuadas em nós: não se deitam fora. Os sapatos novos são mais confortáveis, mais trendy, mais fashion, mais tudo. Adoro-os e uso-os sempre com orgulho. Passam-se meses sem usar os sapatos velhos e passo bem sem eles. Mas basta abrir o cesto dos sapatos que eles olham para mim e tenho de os usar. Simplesmente, tenho.

E isto podia ser sobre uma data de coisas, mas na verdade é mesmo sobre sapatos. 

05/08/2013

E continua...

já me desiludi muito; já acreditei em Deus mas depois zanguei-me muito com Ele, ainda não fui capaz de fazer as pazes; não gosto de comer e por isso detesto cozinhar; não tenho tatuagens nem brincos nem piercings; vivi sozinha quase cinco anos; tive um stalker durante meses; penso muitas vezes "e se tivesse feito as coisas de outra maneira"; sinto muitas saudades de algumas pessoas e gostava muito de as ter mais perto; sofro diariamente com o fim de uma amizade mas não sou capaz de fazer nada por isso; já conheci o Jorge Palma; ainda não sei o que quero ser quando for grande; já fui muito feliz em Milfontes e no Porto e em Torres Novas, mas também já sofri muito nestes sítios; já perdi a conta das vezes que já fui a Barcelona; nunca fui a África e adorava ir; já sonhei com o Nate do Gossip Girl e acordei a chorar; choro em todos os casamentos; uso o relógio no braço direito desde os 13 anos; uma das minhas maiores Amigas teve um filho uma hora depois de mim; adorei a primeira temporada do Prison Break; já chorei tanto que vomitei; já magoei muito; já passei noites acordada a olhar para os meus filhos; já ofereci flores a um homem; prefiro as estradas nacionais às auto-estradas, mas nem sempre foi assim; já perdi sapatos, casacos e pessoas mas nunca perdi umas chaves; detesto chegar atrasada e odeio que me façam esperar; aprendi que a mentira é a coisa mais feia do mundo e lembro isso todos os dias aos meus filhos; já fui ao cinema sozinha e já o fiz muitas vezes; nunca disse "vou à terra" porque não tenho terra; sou uma pessoa dos sentidos: adoro cheirar, tocar, abraçar, olhar; já fui trabalhar com colar cervical, com gesso na perna, com pedras na vesícula e com contracções; já fui sozinha a um concerto no Pavilhão Atlântico; adoro rodas gigantes e teleféricos.